segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A reacção de Cláudio Ramos à saída da SIC

O apresentador esteve na estação de Paço de Arcos durante 18 anos.

Horas depois do anúncio bombástico de que Cláudio Ramos está de saída da SIC, o apresentador reage: “O meu crescimento profissional foi feito dentro das paredes da SIC. Estarei eternamente grato pelo profissional que a SIC me ajudou a ser! A SIC sempre teve comigo a maior consideração e respeito e estou grato que assim tenha sido até à minha saída do canal”, referiu ao Fama Show.

Por seu turno, a SIC salienta a dedicação do apresentador ao longo de quase duas décadas. “Obrigada, Cláudio. Cláudio Ramos decidiu dar um novo sentido à sua carreira. A SIC agradece ao Cláudio todo o profissionalismo que emprestou ao nosso canal durante 18 anos. Desejamos-lhe, como sempre, que seja feliz”.

(Em atualização)
Impala

CÂMARA MUNICIPAL DE SILVES RECOLHE FOTOS PARA ORGANIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO “OLHARES DA NOSSA TERRA”


A Câmara Municipal de Silves, através do seu sector de Educação, está a recolher imagens fotográficas originais de todas as freguesias até ao dia 16 de março, para poder elaborar exposições com as mesmas, exposições essas que se chamarão “Olhares da Nossa Terra”, serão itinerantes e anunciadas oportunamente. 

Os interessados em colaborar deverão entregar as imagens (que serão digitalizadas e preservadas) nos Polos de Educação ao Longo da Vida. 

Mais informações poderão ser recolhidas junto do sector de Ação Educação da CMS através do telefone 282 440 800 ou do endereço de correio eletrónico polos.educacao@cm-silves.pt.

Leiria | Pintura e desenho de Carla Luís em exposição na Biblioteca Municipal


"Apontamentos da vida quotidiana" é o tema da exposição de pintura e desenho de Carla Luís, que será inaugurada na galeria da Biblioteca Municipal,  sábado, dia 15 de fevereiro, pelas 15 horas.

Esta exposição, que ficará patente até 10 de março, caracteriza o trabalho de uma artista cujo percurso académico e profissional reflete a sua imensa paixão pela arte.

Residente em Leiria, Carla Luís participou em diversas exposições coletivas e individuais em Portugal e além-fronteiras, tendo ainda publicado artigos na revista Techné, Arqueojovem, Tomar, sobre “Análise da Tela «El Poeta» de Pablo Picasso” e “Relação Homem/Natureza”.

A exposição “Apontamentos da vida quotidiana” pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 09:00 às 20:00, e aos sábados, entre as 14:00 e as 20:00.


Águeda | Educação: Conhecidos vencedores da Fase Municipal do Concurso Intermunicipal de Leitura


Evento que decorreu no Centro de Artes de Águeda elegeu os vencedores que vão representar Águeda na fase final, agendada para abril

Já são conhecidos os vencedores da Fase Municipal do Concurso Intermunicipal de Leitura -(CIL), que decorreu na passada sexta-feira à noite, no Centro de Artes de Águeda.
Adriana Campos, artista; Denis Conceição, escritor aguedense; e Maria Cristina Silva, professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas da Branca foram os elementos do júri convidado para avaliar a performance de leitura de 32 alunos dos 1.º, 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e ainda do Ensino Secundário que concorreram nesta fase.
As obras a concurso foram: “Pelos rios correm histórias”, de Maria da Conceição Vicente (1.º Ciclo), “Diário de um Migrante”, de Maria Inês Almeida (2.º Ciclo); “Contos exemplares”, de Sophia de Mello Breyner Andresen (3.º Ciclo) e “Quatro contos dispersos”, de Sophia de Mello Breyner Andresen (Ensino Secundário).
Nesta fase, foi considerado vencedor o concorrente mais pontuado em cada ciclo de ensino (segundo mais pontuado é suplente), que irá representar o Município de Águeda na fase final do CIL, agendada para o dia 29 de abril, no Quartel das Artes Dr. Alípio Sol, em Oliveira do Bairro. Assim, os alunos que vão representar o Município de Águeda são: Soraia Mendes, do Agrupamento de Escolas de Águeda (1.º Ciclo); Gabriela Silva, do Agrupamento de Escolas de Águeda Sul (2.º Ciclo); Rodrigo Sobral, da Escola Secundária Adolfo Portela (3.º Ciclo); e Maria Fonseca, da Escola Secundária Marques de Castilho (Ensino Secundário).
O primeiro classificado por cada ciclo de ensino recebeu um cheque no valor de 100 euros, enquanto o segundo recebeu 80 euros e o terceiro 60 euros. Para além disso, receberam livros e todos os concorrentes levaram para casa um certificado de participação.
Promovido pela Rede de Biblioteca da CIRA (Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro), este concurso escolar é dirigido a todos os estabelecimentos de ensino (1.º, 2.º e 3.º Ciclos e Secundário) da rede pública e privada dos 11 municípios que integram a CIRA e visa estimular nos alunos o gosto pelo livro e pela leitura, bem como promover o prazer de ler e contribuir para o desenvolvimento de competências, no âmbito da leitura, durante o percurso escolar dos alunos, do 1.º Ciclo ao Secundário.


Vencedores da Fase Municipal:

1.º Ciclo:
Soraia Mendes, Agrupamento de Escolas de Águeda (1.º lugar)
Lourenço Massadas, Agrupamento de Escolas de Águeda Sul (2.º lugar)
Simão Henriques, Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga (3.º lugar)

2.º Ciclo:
Gabriela Silva , Agrupamento de Escolas de Águeda Sul (1.º lugar)
Lara Reis, Agrupamento de Escolas de Águeda (2.º lugar)
Martim Capela, Agrupamento de Escolas de Valongo do Vouga (3.º lugar)

3.º Ciclo:
Rodrigo Sobral, Escola Secundária Adolfo Portela (1.º lugar)
Afonso Portugal, Escola Secundária Adolfo Portela (2.º lugar)
Simão Moreira, Agrupamento de Escolas de Águeda Sul (3.º lugar)

Ensino Secundário:
Maria Fonseca, Escola Secundária Marques de Castilho (1.º lugar)
Carolina Semblano, Escola Secundária Marques de Castilho (2.º lugar)
Iara Nunes, Escola Secundária Marques de Castilho (3.º lugar)

Câmara de Águeda firma parceria com Clube Sport Algés

Câmara abre Piscinas Municipais aos fins de semana e diminui listas de espera


Protocolo permite disponibilizar a utilização das Piscinas Municipais a cada vez mais utentes, através do alargamento de horários e da sua abertura aos fins de semana 

As Piscinas Municipais de Águeda vão estar a funcionar, desde agora, aos sábados todo o dia e aos domingos, das 9 às 13 horas; às terças e quintas-feiras, estão abertas durante a hora de almoço. Novidades que são uma resposta da Câmara às necessidades da população, tendo, para tal, firmado um protocolo com o Clube Sport Algés e Águeda XXI. 

O acordo, assinado na sexta-feira, que vigorará até 31 de dezembro deste ano e implica um investimento de 30 mil euros, permite aumentar os horários disponíveis e os dias de utilização das Piscinas, possibilitando a prática desportiva a cada vez mais pessoas e diminuir as listas de espera. 

Afirmar Águeda enquanto um Município de referência na área desportiva é o propósito preconizado pela Autarquia, que tem vindo a desenvolver políticas desportivas diversificadas, promovendo a integração e coesão sociais. Um dos objetivos, no quadro do Plano Municipal de Desporto, é justamente aumentar o número de praticantes desportivos no Concelho, seja ao nível federativo, amador ou recreativo. 

Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara de Águeda, sublinha que “promover o acesso à prática de natação é demonstrativo da preocupação e estratégia da Autarquia, no sentido de aumentar a atividade física e formativa de forma regular e orientada”. 

Até ao momento, já estão criadas três novas turmas, num total de 30 alunos, mas os interessados ainda podem inscrever-se, devendo dirigir-se às Piscinas. 

Nas Piscinas Municipais, são ainda realizadas, semanalmente (de segunda-feira a sábado), diversas atividades aquáticas, nomeadamente aulas de natação e de natação adaptada. 

Com este acordo, é garantida a abertura da piscina interior e vigilância dos utentes, também aos sábados (das 9 às 13 horas e das 15 às 18 horas) e domingos de manhã (das 9 às 13 horas), bem como a abertura da piscina exterior, com a vigilância por um nadador-salvador, entre julho e setembro. 

De reiterar que, às terças e quintas-feiras, as Piscinas Municipais estão a funcionar em horário contínuo, das 9 às 22 horas, sem pausa para almoço.

Ria de Aveiro sob Ataque

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Desde o início do ano que têm sido feitas diversas descargas ilegais que contaminam a nossa Ria, quer no Canal de Mira (concelho de Ílhavo), quer no rio Ul (que passa pelos Concelhos da Feira, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis e desagua no Antuã) e no Antuã (que se estende pelos concelhos de Arouca, Vale de Cambra, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Estarreja, desaguando na Ria de Aveiro).
 No canal de Mira são mesmo dejetos humanos (provenientes de saneamento doméstico e largados à noite) e industriais (oriundos de uma via do mecanismo de descarga de emergência acoplado às estações elevatórias das Cochadas e de Pisão da responsabilidade das Águas do Centro).
 Quantos às observadas nos rios Ul e Antuã tem origens diversas (suinicultura, industrial e doméstica). 
Infelizmente estas situações são recorrentes e as autoridades têm conhecimento delas, mas realmente pouco fazem e todas dizem não ter meios para resolver o problema.
 Na verdade sem uma fiscalização capaz, estações de tratamento de águas residuais, saneamento básico e vontade política, não se prevê que terminem tão cedo. Estas descargas afectam gravemente a saúde das populações e os ecossistemas, colocando também em causa a economia local. 
No Canal de Mira, o alerta foi dado pelo MARIA (Movimento Amigos da Ria de Aveiro) às autoridades competentes: 
● a Câmara Municipal de Ílhavo diz não ser da sua competência resolver o problema;
 ● o SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR) reativou a queixa anteriormente apresentada; 
● a AdRA – Águas da Região de Aveiro recolheu amostras para análise e assegurou não ter responsabilidade (nomeadamente, por avaria dos sistemas de saneamento);
 ● a ARH Centro da Agência Portuguesa do Ambiente recolheu amostras para análise em Lisboa. Perante esta situação, o Movimento de Amigos da Ria de Aveiro (que também recolheu amostras para análise), pondera seriamente apresentar uma queixa crime contra desconhecidos junto do Ministério Público e terá todo o apoio do PAN.
 Apelamos às autoridades com capacidade de intervenção na gestão dos recursos hídricos do distrito de Aveiro – Agência Portuguesa do Ambiente, Águas da Região de Aveiro e os diversos Municípios, que concertem esforços com as autoridades de investigação oficiais para detetarem e punirem severamente os prevaricadores, pondo fim aos graves atentados ambientais que, sistematicamente, se têm vindo a repetir e ficado em total impunidade. 

Comissão Política Distrital de Aveiro do PAN - Pessoas - Animais - Natureza

Caldas da Rainha | Vencedores serão conhecidos a 9 de Maio

JÚRI DO WORLD PRESS CARTOON REUNIDO NAS CALDAS PARA APRECIAR DESENHOS

Já estão em curso os trabalhos da próxima edição do World Press Cartoon que tem em 2020 a décima quinta edição e continua a realizar o seu principal evento nas Caldas da Rainha.

Os elementos que compõem o júri estão, hoje e amanhã, reunidos no Centro Cultural e de Congressos para apreciar cerca de 600 dos 1000 desenhos que se apresentaram a concurso este ano.

O júri é composto por António Antunes (presidente do Júri e director do salão), Jacuk Wiejacki (Polónia); Osmani Simanca (Cuba), Sabine Glaubitz (Alemanha)e Jean-Michel Renault (França).

Recordamos a inovação introduzida há dois anos: a admissibilidade de trabalhos produzidos para publicações on-line.

Editorial, caricatura  e desenho de humor são as categorias avaliadas.

Distinguir, expor, divulgar e premiar os melhores desenhos publicados na imprensa mundial ao longo de um ano continua a ser a nossa missão. Caricaturas, cartoons editoriais e desenhos de humor que fazem a história de todo um ano, obras que nascem em diferentes culturas onde os cartoonistas retratam o andar do mundo com as suas armas de eleição: a ironia e um olhar crítico.

O nome dos vencedores e inauguração da exposição será a 9 de Maio, no CCC. Rigor e qualidade que são a marca identitária desta organização, com a estrutura de prémios monetários das últimas edições, incluindo um Grand Prix de 10 000 euros.

Célia Marques


CM Águeda - PEPAL VI Edição - Candidaturas para recrutamento e seleção de 5 estagiários

A Câmara Municipal de Águeda tem em curso um processo de candidaturas para recrutamento e seleção de 5 estagiários, no âmbito da 6ª edição do PEPAL - Programa de Estágios Profissionais na Administração Local – 2ª Fase.
Os estágios têm a duração de 12 meses e destinam-se a jovens que tenham até 30 anos de idade e possuam uma qualificação correspondente, pelo menos, ao nível 6 (Licenciatura).
Os interessados podem candidatar-se a estágios nas áreas seguintes áreas:
• Enfermagem
• Medicina Veterinária
• Proteção Civil
• Recursos Humanos
• Gerontologia Social

As candidaturas decorrem até ao próximo dia 21 de fevereiro de 2020, através da plataforma disponibilizada na página eletrónica do Município de Águeda (http://inqueritosonline.cm-agueda.pt/inqueritos/index.php/129594?newtest=Y&lang=pt)

Em Cantanhede: Prova para 14.ª Concurso Nacional de Leitura realizou-se na Biblioteca Municipal



No dia 6 de fevereiro decorreu na Biblioteca de Cantanhede, a Prova Municipal de seleção para a 14ª edição do Concurso Nacional de Leitura (2019/2020).

Os alunos participantes realizaram uma prova escrita com base na leitura prévia do livro “Marley & Eu: a vida e o amor do pior cão do mundo”, do autor John Grogan, recomendado pelo PNL, e ainda mais outras duas, nomeadamente provas de Leitura Expressiva e de Argumentação.

Foram elementos do júri desta Prova Municipal Isabel Nina, Coordenadora Interconcelhia da Rede de Biblioteca Escolares, Manuel Cidalino Madaleno, professor e escritor e Maria Teresa Paixão, Bibliotecária Municipal.
A sessão contou ainda com a presença de Pedro Cardoso, vice-presidente do Município, que fez questão de elogiar a iniciativa, os docentes e bibliotecárias dos Agrupamentos de Escolas envolvidos e, particularmente, reservando a este propósito algumas palavras elogiosas aos concorrentes, “cujo empenho e participação neste concurso fez de todos eles verdadeiros vencedores”. Pedro Cardoso enalteceu igualmente “o esforço dos alunos, revelando da parte dos mesmos, vontade de ir mais além, empenho e um claro gosto pela leitura.”
Participaram na prova alunos do Agrupamento de Escolas Marquês de Marialva e do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria, tendo conseguido a qualificação para a fase Intermunicipal os estudantes Clara Fernandes, Lara Seabra e Maria Inês Nogueira.
A Fase Intermunicipal do Concurso Nacional de Leitura 2020 será acolhida pela Biblioteca Municipal da Mealhada e a prova terá lugar no dia 24 de abril.
Esta é a 14ª edição do Concurso Nacional de Leitura que se destina a alunos de todos os níveis de escolaridade e que tem como objetivo central o estímulo do gosto e dos hábitos de leitura e a promoção da compreensão leitora dos participantes.

Silves | MARCHA DOS NAMORADOS FOMENTA CAMPANHA “LIXO ZERO 0 – AMBIENTE 100”

Terá lugar no próximo dia 16 de fevereiro, pelas 10h00, em Silves, a Marcha dos Namorados. Esta iniciativa encontra-se associada à campanha “Lixo Zero 0 – ambiente 100”, que pretende sensibilizar todos os participantes para a necessidade de redução do lixo e diminuição da pegada ambiental.
Todos aqueles que pretendam participar nesta prova deverão trazer a sua garrafa/cantil para que, durante a prova a organização possa enchê-la.
Esta iniciativa, promovida pela CMS, através do setor de desporto, integra o programa da 4.ª Mostra Silves Capital da Laranja e tem como local de concentração e partida, o Complexo das Piscinas Municipais de Silves.
Tendo em conta a sua condição física e preferência, cada participante poderá escolher um de dois percursos apresentados: um de 5 km, com grau de dificuldade médio/baixo, totalmente urbano e outro de 10km, com grau de dificuldade médio/alto, a realizar em zona urbana e serra. Ambos os percursos terminam na FISSUL, local onde decorrerá a 4.ª Mostra Silves Capital da Laranja.
As inscrições estão abertas devendo ser efetuadas junto do sector de Desporto (localizado no complexo das Piscinas Municipais de Silves), através do telefone 282 440 270, do endereço de correio eletrónico desporto@cm-silves.pt, bem como nas Juntas de Freguesia do Concelho, onde os interessados também poderão inscrever-se para reservar o seu lugar nos autocarros que a CMS irá disponibilizar neste dia (lugares limitados). Estas poderão, também, ser efetuadas no próprio dia, no local, até meia hora antes do início da atividade.
A Marcha dos Namorados conta com a parceria do IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude, Programa Nacional de Marcha e Corrida, Plano Nacional de Ética no Desporto, Plano Nacional de Desporto para Todos e com o apoio das Frutas Martinho, Bombeiros Voluntários de Silves, Farmácia João de Deus e GNR.
Trata-se de uma iniciativa que integra o calendário regional de marcha-corrida do Algarve do IPDJ, projeto desenvolvido no âmbito do Programa Nacional de Marcha e Corrida e que visa a promoção da atividade física junto de toda a população através da realização de um conjunto de atividades marcha-corrida que têm lugar todos os fins-de-semana, por toda a região algarvia.

Município de Leiria lança estratégia de atração de investimento na área do digital


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O presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, afirmou esta segunda-feira que o Município de Leiria está a desenvolver uma estratégia de atração de investimento de empresas de base tecnológica, de que são exemplos a criação de um Centro de Negócios no Topo Norte do Estádio Municipal vocacionado para empresas TICE (Tecnologia, Informação, Comunicação e Energia) e a instalação da Startup Leiria no piso superior do edifício Mercado Municipal, após as obras de reabilitação em curso naquele espaço.
“Vamos cada vez mais tentar captar investimentos na área do digital, porque são fundamentais para as economias do futuro”, disse Gonçalo Lopes numa conferência de imprensa de apresentação do “Digital Expor Open Day”, que vai decorrer nos dias 4 e 5 de março no Mercado de Sant’Ana, Leiria, uma iniciativa da AAPI – Associação Ação para a Internacionalização, com o apoio do Município, que visa dotar as micro e PME de ferramentas para entrarem com sucesso no mercado online.
“A aposta no digital é decisiva para as cidades do futuro”, disse Gonçalo Lopes, alertando que, num contexto de cada vez maior competitividade entre territórios, as organizações que não se adaptarem às necessidades tecnológicas das sociedades ficarão para trás.
“Uma das nossas prioridades é promover a região de Leiria como atrativa para as empresas do ramo tecnológico e digital”, disse, referindo como exemplo a participação com um stand, em parceria com um conjunto de empresas tecnológicas locais, a Nerlei e com a Startup Leiria, no Websummit para promover a marca Leiria e as suas competências na área do digital.
“Devemos preparar as empresas e o Município para a geração que atualmente tem 14 anos, a geração Z, que sempre viveu no online”, explicou o presidente da Câmara Municipal de Leiria, alertando que quem não responder no futuro às necessidades desta geração ficará para trás.
“É impossível hoje pensar uma sociedade sem digital”, disse Gonçalo Lopes, acrescentando que o sucesso estará do lado das sociedades que mais rapidamente estiverem preparadas para este tipo de consumidor.
A conferência de imprensa contou também com a presença de Paulo Morgado, presidente da AAPI, que destacou as elevadas expetativas em relação ao “Digital Expor Open Day”, que até ao momento conta com a presença de três dezenas de empresas exportadoras e duas dezenas de palestrantes, um número que deverá ainda crescer até à sua realização.
Este evento, explicou, visa aumentar a literacia digital das micro e PME’s, facultando-lhes as competências e ferramentas para se tornarem mais competitivas nos processos de internacionalização.
Visa ainda sensibilizar as empresas para a utilização das tecnologias digitais, preparar as empresas para os processos disruptivos de inovação com base nas tecnologias e fomentar os processos de mudança cultural, destacou Nuno Morgado, acrescentando que são esperados mais de mil visitantes neste evento, que visa colocar em diálogo os líderes no campo da utilização tecnológica com os empresários, através da apresentação de soluções que poderão ajudar as empresas a subir um patamar tecnológico nesta área.
Mais informações sobre o “Digital Expor Open Day” em https://bit.ly/2OHJa9b



A magia existe de verdade – mas afinal que bicho é esse?

Ela atravessou todas as eras, dos tempos das cavernas até os nossos dias. Hoje, encontra eco - e algum respaldo - na moderna psicologia. É a ciência descobrindo o mundo mágico.

Meu primeiro encontro com o que depois soube chamar-se magia ocorreu quando eu tinha sete ou oito anos e não era mais que um moleque arteiro a espalhar o terror no quintal da minha casa. Como castigo por tanta traquinagem – jurava a empregada Terezinha – nasceram-me nos dedos das mãos uma porção de verrugas. Minha mãe levou-me a uma velha benzedeira que morava na periferia.

Lembro-me bem da cena: minhas duas mãos espalmadas sobre a mesa; junto delas um copo d’água coberto por um pires, uma vela acesa, uma rosa branca num pequeno vaso de vidro, um ramo de arruda que exalava cheiro forte. A benzedeira rezava a meia-voz e de vez em quando colocava as suas mãos sobre as minhas. No final, informou: “O menino estava com quebranto, mas já tirei.” E concluiu com ar de vitória definitiva: “As verrugas vão cair.”

Dois dias depois, como se fosse a coisa mais natural do mundo, minhas verrugas começaram a murchar. Foram secando, até se transformarem em pequenos apêndices escuros e descarnados. E aí, um a um, todos eles se desprenderam e caíram.
O caso fez furor entre vizinhos e parentes. Mas, ao saber da história, uma tia solteirona metida a filósofa, e que definia a si própria “racionalista cartesiana”, não conteve um comentário arrasador: “Isso é pura autossugestão. Convenceram o menino de que as verrugas iam cair e, com o poder da sua mente inconsciente, ele fez elas caírem.”
Bravo, titia! Se você hoje fosse viva, certamente seria professora de sucesso num curso de controle mental. Se o seu remate era certo não sei, mas naquele instante você me fez um duplo favor: aguçou minha curiosidade de conhecer o real segredo do desaparecimento das verrugas; despertou em minha cabecinha inquieta a ideia de que a mente, consciente ou inconsciente, esconde mais mistérios e poderes do que até então supunha.
Aquilo que os religiosos chamam “Deus”, os cientistas, “leis”, os filósofos, “preceitos”, os magos chamam “conhecimento”.
Pouco depois, a vida me apresentou mais uma ocasião para incrementar meus conhecimentos em matéria de eliminação mágica de verrugas. Meu cachorro, um vira-lata preto chamado Não! (com ponto de exclamação), desenvolveu sobre o nariz uma verruga tão grande quanto uma azeitona. O nome dele devia-se ao fato de que, desde pequenino, o não era a palavra que mais ouvia. Quando praticava seus divertimentos favoritos – roer pés de mesas e cadeiras, puxar roupas do varal, arrancar as penas dos rabos das galinhas –, havia sempre alguém ralhando com ele e gritando: “Não, não, não!” Acabou se acostumando e, toda vez que ouvia um “não!” peremptório, passava a atender, de rabo abanando.
Decidi testar minhas capacidades de benzedeiro sobre a verruga do Não!. Preparei o mesmo ritual, com vela acesa, flor branca, copo d’água e arruda, coloquei minha mão sobre o seu nariz e rezei todas as rezas que sabia de cor: um painosso, uma ave-maria e uma salve-rainha quase completa. Que poder, o da memória infantil: até hoje, tantas décadas passadas, quando lembro da minha iniciação precoce como benzedeiro, sinto a grande verruga do Não! latejando sob a ponta dos meus dedos. Sim, o benzimento deu certo. Para minha sorte – ou danação –, a verruga logo depois começou a secar. Virou uma espécie de horrenda uva-passa pendurada no nariz do cachorro e depois caiu, para nunca mais voltar. Como nunca mais voltou a minha inocência, definitivamente perdida naquela aventura da descoberta dos meus “poderes ocultos”.
Então é verdade: existem métodos estranhos de resolver problemas. Métodos que a gente não consegue entender nem aclarar, mas que funcionam. Existem coisas misteriosas que nem sempre podem ser explicadas pela autossugestão, como queria minha tia. Pois até ela, “racionalista cartesiana” convicta, teria dificuldade em admitir que a autossugestão faz parte dos atributos dos cachorros. Então, a magia existe, de verdade.
MAGIA DO CINEMA
Ao criar uma realidade virtual, na qual tudo pode acontecer, o cinema tornou-se uma arte mágica por excelência. A série Harry Potter, da qual vemos uma cena na foto ao lado, tem a magia como tema central e já seduziu milhões de espectadores em todo o mundo.
A um imenso conjunto de fenômenos e práticas que o ser humano pode produzir, mas que não podem ser explicados pela autossugestão nem por qualquer lei da ciência e da psicologia oficiais, dá-se o nome genérico de magia. Palavra que vem do substantivo magi, nome que os antigos gregos davam aos sacerdotes persas do culto de Zoroastro. Cabe aí uma primeira definição, a do historiador francês Louis Chochod, para quem “magia é uma arte especial, baseada na existência de forças naturais, pouco ou mal conhecidas, e ordinariamente fora do alcance do poder do homem. Conhecer essas forças, canalizá-las, orientá-las e, até certo ponto, utilizálas, esse é o objetivo da magia”.
A definição de Chochod tem espectro muito amplo. Mas, se existe um assunto que em matéria de definições é terra de ninguém, esse assunto é a magia. Há definições para todos os gostos. Algumas francamente preconceituosas e cheias de superstição: “Magia é a arte de conjurar demônios e espíritos para obrigá-los a servir aos interesses do mago.” Outras são pueris e inocentes, como a do ocultista francês Georges Muchery: “Magia é a arte de tornar-se feliz.” Há definições complicadas como a do respeitado alquimista contemporâneo Eugene Canseliet: “Magia é, antes de tudo, a arte divina que consiste em travar contato com a alma universal e, através dela, dominar as forças espirituais invisíveis no espaço e na substância.” E ainda a do ocultista francês Eliphas Levi, pai da magia moderna, para quem “magia é a ciência tradicional que nos vem dos magos… Por meio dessa ciência, o adepto se vê investido de uma espécie de poder superior relativo e pode agir de modo sobre-humano, isto é, de uma maneira que não está ao alcance do comum dos homens”.
Para os magos, aqueles que praticam a magia, “viver é conhecer”. Desde que o homem existe como tal, ele tenta desvendar os segredos da natureza, levantar o véu de mistério que encobre as origens e as finalidades do mundo, da vida e da existência humana. Através das eras, para conquistar conhecimento, o homem pensante criou diversos métodos de trabalho e desenvolveu diferentes posturas para manipular o desconhecido e dele extrair respostas. Aquilo que os religiosos chamam “Deus”, os cientistas chamam “leis”, os filósofos, “preceitos”, os sábios, “a natureza”, os magos chamam “conhecimento”. Mas, para todos eles, o princípio é sempre o mesmo: estudar o microcosmo (homem) para desvelar os segredos do macrocosmo (universo).
MAGIA DO TEATRO
Antes do cinema, as várias formas de teatro exploraram as mil e uma possibilidades criativas do universo mágico. Na foto acima, cena da ópera A Flauta Mágica, de Mozart.
A prática da magia é, sem dúvida, tão antiga quanto o próprio homem. Nos tempos das cavernas, quando animais eram pintados nas paredes de pedra, o que se pretendia era estabelecer uma relação mágica com o “espírito” daqueles animais para que, no momento da caça, ele fosse favorável aos caçadores. Desde então, essencialmente, poucas coisas mudaram no domínio da magia. Suas técnicas são muito parecidas nas diferentes culturas que apareceram no mundo, e sofreram relativamente poucas mudanças no transcorrer do tempo.
Sugere-se muitas vezes que a magia é precursora da religião, mas estudos mais profundos mostram ser mais provável que ambas tenham sempre existido, uma ao lado da outra. Magia e religião possuem em comum a crença num poder transcendental que existe no homem e no mundo. A grande diferença entre ambas reside nas suas atitudes em relação a esse poder. A magia preocupa-se em comandar, controlar e compelir esse poder para a satisfação dos seus próprios objetivos; a religião, por seu lado, preocupa-se em adorar esse poder, suplicando a sua ajuda e aceitando resignadamente aquilo que ele dá. A primeira é ativa, “masculina”. A segunda é passiva, “feminina”.
MAGIA DA NATUREZA
Nada mais mágico do que o mundo natural. Maior e mais poderosa de todas as forças criadoras, a natureza não conhece limites ao soltar a sua imaginação. A tal ponto que costuma-se dizer: a criação natural supera qualquer imaginação.
O mago, portanto, é um aventureiro que mergulha no mistério da vida e do mundo e não se contenta apenas em observar passivamente esse mistério. Quer também compreendê-lo, conhecer suas leis, processos e finalidades, quer interferir voluntariamente nele e, numa certa medida, aprender a manipulá-lo. O mago é entendido como um ser de sensibilidade especial. Vê o universo como uma coisa viva, cuja aparência visível mascara a natureza real dos poderes que o controlam. E vê a si mesmo como participante da natureza da divindade, e por isso gosta de afirmar: “Não existe parte de mim que não seja parte dos deuses.” O mago considera que todos nós, membros da espécie humana, somos “deuses em potencial.” A magia é a ciência-arte que nos ajuda a abrir e desenvolver esse potencial.
Sonhos e visões, símbolos e alegorias, imaginação e fantasia, as viagens vertiginosas dos gênios da música, da pintura, da poesia dizem mais ao mago sobre as realidades últimas da existência do que todas as equações da matemática, as maquinações da política, ou as espertezas do mercado financeiro.
O mago é um ser complexo, uma criatura em geral ousada e até mesmo temerária. Nos tempos em que a Santa Inquisição esbanjava poder, muitas centenas deles foram assados vivos nas fogueiras, condenados por suas heresias. O veneziano Giordano Bruno é um exemplo. Foi queimado porque teimou em afirmar até o fim que era a Terra a girar ao redor do Sol, e não o contrário. Naqueles tempos isso contrariava as “leis” da ciência conhecida, e era portanto “heresia de mago”, punida com a morte.
É mais fácil, contudo, entender o que é um mago do que é magia. “Magia” é hoje uma palavra problemática, pois mais de um sentido é-lhe atribuído. Existe a magia do prestidigitador que tira coelhos da cartola ou dos truques de alta tecnologia de David Copperfield. Existe a magia como é entendida pelos antropólogos – superstições ingênuas, ritos primitivos de fertilidade ou heranças curiosas do folclore. E existe, finalmente, a verdadeira magia, aquela que nos interessa: um sofisticado sistema de conhecimento cujas origens não serão encontradas na lenda ou no folclore, mas sim na antiga tradição chamada “hermética”, de Hermes, o deus grego da inteligência e da sabedoria. As origens arcaicas dessa tradição perdem-se na noite dos tempos, mas sabe-se que ela se desenvolveu no antigo Egito, passando depois por Grécia e por Roma, e por toda a Idade Média e o Renascimento europeu. Após um período de relativa obscuridade – devido certamente ao implacável combate que lhe foi desfechado pela Inquisição –, a magia ressurgiu em sua forma moderna no contexto da grande renascença ocultista que foi uma das características da segunda metade do século 19.
Ressurgir das próprias cinzas nos momentos mais impensáveis, como a fênix mitológica, é uma das características da magia. Basta ver o que acontece nos dias de hoje. Nas últimas três décadas – época das mais extraordinárias conquistas da ciência tecnológica moderna, quando o homem foi à Lua, os bisturis de raio laser invadiram os hospitais e os computadores, os lares e escritórios – observou-se um desconcertante reflorescimento da magia e de disciplinas correlatas, como a astrologia e o ocultismo. Um reflorescimento, portanto, de modos de conceber o mundo diametralmente opostos aos da ciência racionalista.
Cada vez que a magia ressurge na história, ela o faz com novas roupagens. O corpo essencial de seus conhecimentos é sempre o mesmo, mas a linguagem por ela utilizada para operar e se comunicar pode mudar completamente de acordo com o tempo histórico e o lugar da sua manifestação.
A linguagem da magia antiga era complicadíssima e inacessível aos não iniciados. Envolvia códigos e símbolos da alquimia, da cabala, da astrologia e de outras ciências herméticas. A magia contemporânea passou por uma verdadeira revolução em sua linguagem formal, que é agora bem mais simples. Esse novo enfoque começou a ser difundido em meados do século passado através da obra de vários autores. Um dos expoentes máximos dessa geração de magos modernos foi o francês Eliphas Levi (pseudônimo de Alphonse- Louis Constant), um ex-seminarista católico.
Em seu livro Dogma e Ritual da Alta Magia, publicado em 1856 e disponível em português, Levi apresenta uma teoria sobre o modo pelo qual atua a magia. É esta sua concepção que, um pouco modificada, domina o pensamento dos magos contemporâneos.
As ideias de Eliphas Levi constituem uma obra-prima de intuição psicológica e científica. Elas antecipam muito do arcabouço básico de várias psicologias contemporâneas, pois explicam a ação mágica como um fenômeno baseado principalmente nas capacidades naturais – embora ainda pouco conhecidas – da mente e da psique humanas. É a partir da escola de Levi que se passou a afirmar: “O fenômeno mágico começa na cabeça do mago.”
O mago, como todo ser criador, é uma pessoa complexa, uma criatura em geral ousada e até mesmo temerária
Levi afirma que na magia existem três leis fundamentais. A primeira é a lei da vontade humana, que, do seu ponto de vista, não era simplesmente uma ideia abstrata, e sim uma força material “tão real”, para usar as suas próprias palavras, “quanto o vapor de água ou a corrente galvânica”. Essa ideia, na verdade, não era exclusiva de Levi. Vários intelectuais da época a desposaram, entre eles Edgar Allan Poe, que no seu conto “O Caso do Senhor Valdemar” faz o personagem Glanvill dizer: “É lá que repousa a vontade que não morre jamais. Quem conhece os mistérios da vontade e todo o seu vigor? O próprio Deus é uma imensa Vontade que reina sobre todas as coisas.”
MAGIA DA ROUPA
Dentre as várias atividades humanas, uma das mais mágicas é a criação das roupas. Um estilista de talento pode ser capaz de criar um universo inteiro a partir das indumentárias que inventa.
A originalidade de Levi estava na aplicação dessa ideia à magia ritual. Para ele, como para a maioria dos magos modernos, toda a parafernália dos acessórios do cerimonial mágico, tais como incensos, velas, uso de figuras geométricas e de paramentos, é apenas suporte auxiliare, ponto de apoio e de referência destinado a ajudar o mago a concentrar a sua vontade.
A segunda lei de Levi é a lei da luz astral, o “éter” dos antigos gregos e da física pré-einsteiniana, o “prana” dos hindus: um fluido imponderável que preenche todos os espaços do universo e graças ao qual o mago pode agir a distância. A luz astral, dizia Levi, é invisível e destituída de forma, porém permeia a totalidade da natureza e pode ser moldada pela vontade humana, produzindo formas visíveis. Isso explicaria, segundo ele, a maior parte dos fenômenos chamados paranormais ou mediúnicos que a ciência oficial constata mas não explica, como aqueles de materialização de espíritos, materialização de objetos, produção paranormal de sons, odores, etc. Para Levi, os médiuns de efeitos físicos, indivíduos capazes de produzir tais fenômenos, seriam uma espécie de “magos naturais”, dotados de uma capacidade inata de moldar a luz astral e provocam desse modo fenômenos capazes de impressionar os sentidos dos espectadores.
Na visão da magia, cada ser humano é um microcosmo – um pequeno universo que reflete o macrocosmo, o grande universo
A terceira lei de Levi é a lei das correspondências, ou das analogias. Trata-se na verdade de uma versão atualizada da antiga doutrina hermética do macrocosmo e do microcosmo, segundo a qual todo elemento do primeiro – o universo – teria o seu correspondente no segundo – o ser humano considerado individualmente. Por exemplo, as constelações do zodíaco que influenciam certas zonas do corpo humano. Assim, a constelação de Capricórnio corresponde aos joelhos; a de Gêmeos, aos braços e pulmões; a de Escorpião, aos órgãos genitais. Para Levi, tais correspondências existiam realmente, mas sob uma forma menos grosseiramente física. Era menos o corpo físico e muito mais a alma humana que ele considerava como um “espelho mágico do universo”, para empregar uma expressão que os magos amam. Levi dizia que todo elemento presente no universo também poderia ser encontrado na alma humana: assim, a força cósmica que os romanos personificavam na deusa Vênus correspondia à sexualidade física, e aquela representada pelo deus Mercúrio, à inteligência humana. Os modernos magos ritualistas acreditam que o conhecimento dessa lei das correspondências lhes permite “fazer descer” (invocar) neles todas as forças cósmicas das quais querem obter alguma coisa, ou, ao contrário, “fazer subir” (evocar) essas mesmas forças latentes em sua alma e as projetar no mundo exterior.
MAGIA DA PLATEIA
Quando as grandes aglomerações populares concentram sua atenção num mesmo objeto, geram um poderoso fenômeno mágico: a criação coletiva de uma nova realidade.
Levi, contudo, pouco revelou em seus livros da existência de uma quarta lei fundamental para que qualquer ação mágica tenha bom êxito: a lei da imaginação. Falou da importância desse segredo fundamental apenas a alguns de seus discípulos mais queridos, e foram eles que, mais tarde, o ensinaram publicamente. O poder da imaginação é o verdadeiro “pulo do gato” da magia.
A força da vontade é praticamente ineficaz se não for dirigida por uma imaginação poderosa – e vice-versa. “Para se praticar a magia”, escreveu Edward Berridge, discípulo inglês de Levi, “é necessário colocar em ação a imaginação e a vontade: elas agem em partes iguais. Ou, melhor dizendo, a imaginação deve preceder a vontade para se obter o melhor resultado possível”.
Sozinha, a vontade pode, segundo essa teoria, emitir uma corrente de energia que se propaga através da luz astral, mas seu efeito será vago, impreciso e até mesmo inoperante, pois, sem a criação imaginária de um objetivo bem definido a ser alcançado a energia da vontade corre o risco de perder-se no vazio. Por seu lado, sozinha, a imaginação pode até criar uma imagem, e essa imagem terá uma duração variável; mas ela não poderá produzir nada de importante se não for vitalizada e dirigida pela vontade. “Quando as duas se conjugam, isto é, quando a imaginação cria uma imagem e quando a vontade dirige e utiliza essa imagem, é possível a obtenção de maravilhosos efeitos mágicos”, completa Berridge. Ele parece um moderno psicólogo junguiano falando da técnica da imaginação ativa!
Recapitulando: na visão da magia, cada ser humano é um microcosmo – um pequeno universo que reflete, em miniatura, o macrocosmo, o grande universo do qual fazemos parte. Cada fenômeno do universo tem seu reflexo correspondente nas partes que compõem a pessoa humana – corpo físico, psique, mente pensante. Com práticas mágicas, o mago pode transformar o mundo exterior por meio de intervenções no pequeno mundo interior. A ligação entre as duas esferas – a interior e a exterior – é feita pela luz astral, um fluido universal invisível. A manipulação da luz astral através da vontade e da imaginação humanas permite ao mago influenciar tanto o universo físico (mover objetos a distância, promover curas como no caso dos benzedores de verrugas, etc.) como também influenciar as sensações e os modos de percepção de outros indivíduos.
Mas o mago está longe de ser onipotente e seu trabalho é cheio de perigos. Pois a via de comunicação entre o microcosmo e o macrocosmo, o interior e o exterior, é obrigatoriamente uma via de mão dupla. Da mesma forma que o sangue entra e sai do coração, e o ar, dos pulmões, a força mágica sai de nós, passeia pelo mundo desencadeando efeitos e tende a regressar ao lugar de onde saiu. Assim aquilo que vem de fora circula em nós e tende a voltar à origem. Portanto, se projetarmos no mundo ações mágicas boas, positivas, amorosas, certamente poderemos esperar que elas retornem para nós amplificadas e fortalecidas. Se, ao contrário, projetarmos ações nefastas… só poderemos esperar retornos péssimos.
MAGIA DA ARTE
Criação artística e criação mágica são quase sinônimos. Trabalhado pelas mãos de um verdadeiro artista, até o grotesco pode se transformar em algo sublime.
A censura do mago deriva de outra lei fundamental da magia: a lei do choque de retorno, que é o regresso de uma carga maléfica para o mago que a remeteu, em caso de fracasso de sua operação, ou caso sua magia seja desfeita por outro mago mais forte. Na magia – como na física –, toda força tem de ser descarregada, seja sobre o alvo assinalado, seja, por erro cometido, sobre o mago que a desencadeou, não importa qual o valor “moral” dessa força.
Fonte: Revista Planeta