quinta-feira, 27 de julho de 2017

Eu, Psicóloga: A importância dos avós na vida dos netos.



Os especialistas concordam. De acordo com Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo (SP), a participação deles na criação dos netos, quando possível, pode trazer uma série de benefícios a todos os envolvidos. Os pais têm com quem dividir a tarefa de cuidar, as crianças são expostas a um círculo familiar maior, e os avós têm sabedoria e experiência reconhecidas socialmente. “A criança se enriquece muito com esse contato, já que recebe mais estímulos, amplia seu repertório e aprende a conviver em um ambiente distinto com pessoas diferentes. Os avós também. Hoje, o ‘velho’ está ligado a algo pejorativo graças ao mundo de consumo em que estamos inseridos. O que é ‘velho’ tem que ser descartado. Para os avós, então, ter a responsabilidade de cuidar de uma criança é sinônimo de valorização social. A experiência dele é importante ali. Ele tem papel utilitarista, está ajudando outras pessoas, e isso dá sentido à sua vida”, diz.

Autora do Livro dos avós – Na casa dos avós é sempre domingo? (Ed. Artemeios), a também psicóloga Lidia Aratangy destaca ainda outro importante papel. “Tenho nove netos e sou nove avós. Com um neto, o forte do vínculo é a cumplicidade, para outros sou principalmente conselheira, o outro é meu companheiro de futebol, e por aí vai. Mas qualquer que seja a função, os avós têm sempre a característica de serem depositários da história da família. E pesquisas comprovam que o equilíbrio emocional depende também de a criança conhecer sua história, saber de onde ela vem”, conta.

Educadores ou comparsas? 

Quem nunca aprontou alguma peça e recebeu cobertura dos avós? Ou comeu um chocolate a mais e não foi julgado por causa disso? Por essas e outras, a cumplicidade é a relação mais natural existente entre avós e netos. É preciso, porém, ter cuidado e saber a hora de colocar limites, especialmente com aqueles que participam diariamente do cotidiano dos netos. “Nesses casos, a criança não pode achar que todo dia é dia de festa só porque ela está com os avós. Ela terá que seguir algumas regras para não comprometer sua saúde física e mental”, explica Rita.

Os novos perfis 

Pare um minuto para pensar e responda: quantos avós “tradicionais” (como a avó citada no início desta reportagem) você conhece? Eles ainda podem ser vistos por aí, mas a imagem de velhinho frágil, delicado e de cabelos brancos parece estar cada vez mais afastada do nosso cotidiano. Hoje, avôs que praticam esportes com os netos e avós que saem para jantar e passear com as netas, por exemplo, são figuras bastante comuns nas cidades – e todos saem ganhando com isso. “Pessoas mais saudáveis estabelecem vínculos mais saudáveis, e repertórios mais amplos permitem uma variabilidade maior de interesses. Esses ‘novos’ avós e netos têm, nesse sentido, mais pontos de contato. Não consigo enxergar prejuízos nessa mudança de cenário”, afirma Lidia.

Pais X Avós 

Acontece que nem tudo é um mar de rosas nessa história. Se você já deixou seu filho com os avós, com certeza sabe que os desentendimentos são inevitáveis. Quando a criança apresenta um sintoma de alguma doença, você acha que ela deve ser tratada de determinado jeito, mas eles dizem que têm outra receita mais eficiente. Quando ela fica com vontade de certo doce, você fala que é melhor comê-lo em outra hora, mas eles não resistem e logo cedem ao desejo do neto. Fica então a dúvida: como agir nesses casos?
Com a ajuda das psicólogas, montamos uma lista com dicas que podem facilitar a boa convivência. Confira:

- Tratar os avós como babás de luxo é o grande erro cometido pelos pais. Por isso, se a criança precisa ou quer passar o dia na casa deles, não faça listas indicando o que pode ou não pode ser feito. Confie na relação direta existente entre avós e neto e respeite suas decisões e atitudes.

- Os avós também devem fazer sua parte procurando se informar sobre novos padrões de comportamento, métodos de educação e tratamentos de saúde. Eles podem, por exemplo, acompanhar algumas visitas do neto ao pediatra e ir a reuniões da escola.

- O mais importante é que os papéis sejam bem definidos. Os pais precisam aceitar a sabedoria dos avós, assim como esses devem respeitar a autoridade dos pais. Todos vão palpitar, sim, sobre assuntos que envolvem a criança, mas, com uma boa conversa, entrar em um acordo não será tão difícil.

- Quando acontecer algum desentendimento, respire fundo e deixe a discussão para um momento em que a criança não esteja presente. Isso garante uma convivência pacífica e saudável entre todos.

- Se a criança costuma ficar todos os dias na casa dos avós, os limites devem ser melhor delimitados. Convivendo cotidianamente com o neto, os avós podem se sentir mais livres para aplicar seus próprios métodos de criação, o que pode chatear os pais. Mais uma vez, uma conversa franca e tranquila será necessária para chegar à solução. E cabe aqui ainda uma regra geral: a autoridade dos pais é sempre maior, mas, se eles dependem de outras pessoas para cuidar dos filhos, têm que aceitar que a influência externa é inevitável.

- Lembre-se dos momentos felizes e divertidos que você mesmo passou ao lado dos seus avós fazendo tudo aquilo que lhe era proibido pelos pais e que, no entanto, não lhe fizeram mal nenhum.


Eu, Psicóloga:20 frases para dizer às crianças ao invés de pare de chorar




E se seu filho estiver realmente fazendo algo que vale muito a pena cada vez que ele chora ou tem um ataque de raiva? Nem sempre apreciamos isso quando nossos filhos começam a chorar, mas o que eles estão fazendo, na realidade, é lançar mão do sistema inato de recuperação do organismo.

Quando nos machucamos, física ou emocionalmente, em vez de armazenar toda a dor em nosso corpo como tensão, podemos dissipá-la chorando, rindo, ficando bravos ou tremendo. É assim que o corpo processa emoções e se liberta delas. A maioria de nós não faz isso com frequência, porque desde que éramos pequenos nos mandaram "não chorar". Mas nossos filhos pequenos ainda têm seu sistema de recuperação intacto. 

A boa notícia é que todos os comportamentos complicados ou "não normais" dos nossos filhos são movidos por emoções. Quando, com a ajuda da atenção amorosa que recebem de você, eles conseguem libertar-se dessas emoções, eles voltam a ser os anjinhos de costume. Se incentivarmos nossos filhos a chorar quando sentirem necessidade disso, eles não apenas se libertarão dos sentimentos de mágoa como acabarão sentindo uma ligação maior conosco. O modo como ouvimos nossos filhos pode levá-los a reprimir suas emoções ou a senti-las mais plenamente. Veja algumas coisas que você pode dizer para ouvir bem seu filho. 

Frases tranquilizadoras gerais: 

1. Estou aqui do seu lado 

2. Estou vendo como você está aflito 

3. Eu queria que não fosse tão difícil, meu amor 

4. Vou ficar com você enquanto você está chateado 

5. Vou ficar aqui mesmo 

6. Você está em segurança 

7. Não há nada mais importante que estar com você agora 

8. Que pena, meu filho, que você perdeu seu ursinho / que seu amigo disse aquilo / que seu sorvete caiu no chão 

9. Estou te ouvindo, meu querido

Chamar a atenção de seu filho várias vezes para os motivos de sua aflição: 

10. Você queria tanto... aquele brinquedo/ um sorvete/ que o papai ficasse em casa/ ir para o parque 

11. Aquele... cachorro/ brinquedo/ jeito que eu gritei te assustou 

12. Vamos dar outra olhada no seu... joelho/ dedo/ pé machucado 

Impor um limite à situação (e ouvir os protestos): 

13. Não posso deixar você ... ir àquela festa/ bater nela/ comer esse doce/ brincar com meus óculos 

14. Quero que você... ponha os sapatos/ termine a lição de casa/ entre no carro agora.
 
Mostrar a seu filho que a situação vai melhorar mais adiante (e ouvir a resposta dele, que não se anima com isso): 

15. Você vai ganhar chocolate de novo mais para frente 

16. Eu sei que você vai descobrir como fazer isto 

17. A Mamãe vai voltar mais tarde 

18. Sei que você ainda vai conseguir se divertir 

19. Você vai se virar muito bem sem a camiseta 

20. As coisas não vão continuar assim para sempre 

Procure evitar: 

Rotular as emoções ("Estou vendo que você está bravo") 

Desviar a atenção de seu filho daquilo que ele está sentindo ("Que tal a gente ir ver o que o Papai está fazendo?") 

Resolver as coisas ("Sei que você quer sorvete - vamos à sorveteria") 

Apelar para a razão ("Afinal, você tomou sorvete ontem") 

Agravar a emoção de seu filho, dando bronca / mandando-o ficar quieto / fazendo-o sentir vergonha ("Que barulho horrível é esse que você está fazendo?") 

Recompensas ou castigos, incluindo ameaças / subornos / colocar de castigo ("Se você não parar com isso, vamos para casa"). 

Debora Oliveira

5 livros de Psicanálise para você baixar.




A psicanálise na Terra do Nunca: Depois do sucesso de Fadas no divã, os autores estendem sua descrição clara e instigante de conflitos psicológicos comuns a todos nós a partir da análise de histórias e personagens contemporâneas, como Shrek, Alice no País das Maravilhas, Família Addams, entre outras. Clique aqui

Desafios para a Técnica Psicanalítica: O tema que organiza este livro é a questão da técnica, ou seja, o conjunto de elementos que, originados da reflexão teórica e associados ao exercício da clínica, acabam por definir uma determinada forma de procedimento para o trabalho do analista. Clique aqui 


 Freud, mas porque tanto ódio? Em 2010, o filósofo francês Michel Onfray lançou na França a obra 'Le crépuscule d’une idole'. Nas páginas, trata Freud como impostor, homofóbico, incestuoso e fascista. Pouco tempo depois a psicanalista Elisabeth Roudinesco lançou sua resposta, a fim de apontar erros de apuração, fatos forjados e acusações maliciosas, como a de que o mestre da psicanálise teria mantido um caso com a cunhada por quarenta anos. A autora ainda afirma que as acusações apresentadas não são novas, são boatos antigos criados por quem buscava atrair as atenções da mídia. Para Roudinesco, tanto ódio, tem justificativa - a atitude do psicananalista, derrubando mitos, como os relacionados ao sexo. Completando a edição estão ainda cinco artigos assinados por profissionais da área de história, filosofia e psiquiatria e uma entrevista publicada na revista 'Le Nouvel Observateur', em que ela procura esclarecer os ataques à psicanálise. Clique aqui

Fundamentos da Psicanálise- De Freud a Lacan. Volume I: Introdução didática que esclarece, à luz de Freud e Lacan, os conceitos mais importantes da teoria psicanalítica, entre os quais: pulsão, recalque, sintoma, real-simbólico-imaginário, objeto a e sublimação. Ao desenvolver amplamente os dois eixos principais da psicanálise (sexualidade e linguagem), o autor enfatiza o abandono do funcionamento instintual – produzido pela aquisição da postura ereta, a bipedia – e o consequente advento da pulsão como fatores essenciais e fundadores da espécie humana. Clique aqui


Fundamentos da Psicanálise- De Freud a Lacan. Volume II: Introdução didática que esclarece, à luz de Freud e Lacan, os conceitos mais importantes da teoria psicanalítica, entre os quais: pulsão, recalque, sintoma, real-simbólico-imaginário, objeto a e sublimação. Ao desenvolver amplamente os dois eixos principais da psicanálise (sexualidade e linguagem), o autor enfatiza o abandono do funcionamento instintual – produzido pela aquisição da postura ereta, a bipedia – e o consequente advento da pulsão como fatores essenciais e fundadores da espécie humana. Clique aqui

Debora Oliveira

Município de Figueiró dos Vinhos oferece cadernos de atividades e manuais escolares aos alunos do 1.º e 2.º CEB


A Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos aprovou pelo terceiro ano consecutivo, em reunião ordinária de 26 de julho de 2017, a atribuição gratuita dos manuais escolares aos alunos matriculados no concelho.

Alargada este ano ao 2.º ciclo, podem beneficiar desta oferta todos os alunos matriculados no 1.º e 2.º CEB e que irão frequentar no ano letivo 2017/2018 as escolas do concelho de Figueiró dos Vinhos.

Os alunos do 1.º CEB estão abrangidos por uma medida do Governo que oferece os manuais escolares a todas as crianças do 1.º ao 4.º ano, oferecendo o Município os cadernos de atividades. Aos alunos do 5.º e 6.º ano, o Município irá oferecer todos os manuais e os respetivos cadernos de atividades.

Os encarregados de educação deverão manifestar a vontade de usufruir deste auxílio económico atribuído pela Câmara Municipal no âmbito da ação social escolar através de inscrição nas instalações do Gabinete de Ação Social do Município de Figueiró dos Vinhos, sitas na Av. José Malhoa, em Figueiró dos Vinhos, no período compreendido entre o dia 27 de julho e o dia 14 de agosto de 2017.

Os encarregados de educação dos alunos matriculados e que irão frequentar as Escolas Básicas de Almofala e Arega poderão, ainda, proceder à inscrição acima mencionada, nos edifícios das respetivas Juntas de Freguesia.

Esta medida tem como objetivo o apoio às famílias, potenciando uma melhoria na sua qualidade de vida.

A aquisição dos referidos manuais escolares será feita nos estabelecimentos sediados no concelho, que façam a sua comercialização.

O mundo projeta-se na tela do AVANCA’17







A grande tela do Festival AVANCA’17 já começou a projetar os filmes que chegaram de todo o mundo para serem exibidos na vila onde nasceu o Prémio Nobel Egas Moniz e onde está sediado um dos principais centros de produção cinematográfica, o Cine-Clube de Avanca. Os Encontros Internacionais começaram ontem e decorrem até domingo, 30 de junho.

No total, serão exibidas 128 películas na 21ª edição dos Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia. Na última noite, foram consagrados os melhores da edição de 2016, durante a sessão inaugural do evento que decorreu no Auditório Paroquial de Avanca.  


Uma história única

Na base deste argumento que conta com 21 anos de história está o cinema, “sempre o cinema”, conforme realçou António Costa Valente, diretor do AVANCA. “Queremos que se produzam mais filmesE que este seja um espaço onde podemos pensar cinema”, acrescentou o presidente do Cine-Clube de Avanca, porque antes de se chamar festival, o AVANCA é um “ponto de encontro, que é o nome inicial do festival” onde se convida à partilha, reflexão, debate, formação e investigação. “Há uma grande abrangência que faz com que este seja um caso único”, afirmou.


Filmes imperdíveis

Deixa o convite irrecusável ao público para que venha ao cinema do AVANCA’17 assistir a “filmes com grande qualidade, histórias que nos emocionam. Podem encontrar grandes propostas” durante estes dias nos Encontros Internacionais. O programa das exibições pode ser consultado neste link.

Com a parceria da Câmara Municipal de Estarreja, coorganizadora do evento, este tornou-se num “projeto de envolvimento da terra e aberto a todas as outras terras do mundo”. De olhos postos no futuro, Costa Valente espera conseguir reunir “as condições que nos ajudem a construir os próximos 20 anos”, que passarão igualmente pela conclusão da sede do Cine-Clube de Avanca.


Ponto obrigatório para quem gosta de cinema

Referência nacional e internacional, “o festival transforma Avanca no centro do mundo do cinema”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, Diamantino Sabina, perante uma plateia multicultural com espectadores provenientes de vários países e continentes.

Para o autarca este é um “ponto obrigatório para realizadores, atores, investigadores, cinéfilos e todos os amantes da 7ª arte”. O AVANCA “faz parte da história dos festivais de cinema em Portugal” e o Município irá continuar a apoiar o festival e o Cine-Clube, acreditando nas potencialidades das indústrias criativas.


Envolver o público local

A fechar o capítulo dos discursos, o representante do ICA - Instituto do Cinema e do Audiovisual elogiou a “terra que tanto tem dado ao cinema” e contribuído para a divulgação da 7ª arte, o que implica um “esforço extraordinário, só possível com a estreita ligação das autoridades locais”. Em Avanca, Luís Xavi Vaz vê “o interesse que esta população tem pelo cinema, pela produção e realização de cinema, é notável”, num trabalho de“educação e formação de públicos” que merece o “reconhecimento público” do ICA. “Habituar as pessoas a ver um cinema diferente, uma forma diferente de contar histórias e histórias que são nossas” é, no seu ponto de vista, meritório.

Tornar os sonhos realidade

Com autoria do realizador Joaquim Pavão e baseado na obra de Eduarda Dionísio, “Antes que a noite venha - falas de Antígona”, rodado em Avanca e produzido pelo festival de Cinema AVANCA 2016, abriu a competição no Auditório Paroquial tendo despertado imensa curiosidade do público local. O realizador realçou que o Cine-Clube de Avanca é “a estrutura mais interessante do panorama português, que mais filmes produz”, e deixou uma nota de agradecimento pelo seu papel vital. “Não deixam os loucos a falar sozinhos. Avanca ajuda os loucos a sonharem e a tornar realidade os sonhos, isto é incrível!”

Filmes, estreias, oficinas, conferências, ação!

Com uma forte presença de obras que aqui fazem a sua estreia, no AVANCA 2017 são exibidos 16 filmes em estreia mundial e todos os filmes que integram a seleção competitiva em estreia nacional. O AVANCA 2017 é ainda o momento de estreia de vários filmes produzidos na região. É também nestes encontros que se realizam oficinas de criação fílmica, onde participantes inscritos integram equipas que filmam com cineastas convidados pelo festival.

Paralelamente, 149 conferências proferidas por investigadores vindos de países dos cinco continentes, marcam os dias do festival onde a conferência AVANCA | CINEMA vem permitir a divulgação do que está a acontecer pelos centros de investigação à volta do cinema, um pouco por todo o mundo.

Organizado pelo Cine Clube de Avanca e pelo Município de Estarreja, o festival decorre até dia 30 e tem o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual, do Ministério da Cultura, do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro e Fundação para a Ciência e Tecnologia, entre diversas entidades locais.


CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA

Praça Francisco Barbosa - 3864-001 Estarreja
Tel. (+351) 234 840 612 (Ext. 404) 

Manteigasc| Reunião do Executivo - Dia 26 de julho de 2017


Proposta de homenagem à Irmã Maria Augusta Coelho, responsável pelo Instituto de Educação Infantil - Manteigas. 

www.cm-manteigas.pt

- Consulte Menu Concelho - Reuniões do Executivo.
Um Concelho cada vez mais perto de si...

Câmara Municipal requalifica Praça Fernando Pessoa e vias circundantes

A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha vai proceder à requalificação urbana da Praça Fernando Pessoa, no centro da cidade, e intervir nas duas principais vias que nela convergem – a Rua Professor Egas Moniz e a Rua 25 de Abril. A intervenção, a ter início na próxima semana, vai englobar um investimento de 805 mil euros, com um prazo de execução de 180 dias.

 A Praça Fernando Pessoa apresenta, atualmente, infraestruturas públicas obsoletas e desajustadas às funções que nela existem. Com a intervenção, pretende-se criar uma imagem de modernidade, onde o espaço público se apresente “como tabuleiro de desenvolvimento das ações de partilha e encontro de pessoas”, favorecendo a permanência e o usufruto do local.

Valorizando a sua condição de espaço central, a Praça Fernando Pessoa vai ficar num nível superior em relação às vias circundantes, sendo o acesso feito por rampas. Haverá um nivelamento de piso em toda a área e o espaço de interação social será melhorado com o alargamento dos passeios, em especial na zona das galerias comerciais, que passarão a ter uma largura de sete metros. Para além de favorecer a melhor circulação de peões, a nova área permitirá a implantação de esplanadas, dinamizando o comércio local.

  Na Rua Professor Egas Moniz e na Rua 25 de Abril, a zona de circulação vai ser nivelada com a substituição dos lancis nos passeios por guias ao nível do piso. As zonas de estacionamento serão também niveladas e privilegiarão a colocação transversal dos veículos. Com o novo reordenamento da área, estão previstos cerca de 134 lugares de estacionamento.

Em termos de mobiliário urbano, destaca-se a introdução de floreiras em locais estratégicos e a colocação de bancos de jardim e papeleiras mais modernas. Haverá ainda a estruturação dos espaços verdes, com a introdução de novas espécies, com copa e raízes de tamanho adequado, que não prejudiquem o equilíbrio do espaço.

 Esta obra, cofinanciado a 85% por fundos comunitários no âmbito do Programa Centro 2020, é, de acordo com o Presidente da Autarquia, António Loureiro, “uma necessidade urgente pois permitirá solucionar um problema que se arrasta há vários anos, nomeadamente, as águas pluviais, assim como permitirá requalificar uma das zonas onde vivem mais pessoas e onde existe mais comércio e serviços, melhorando desta forma a qualidade de vida de todos”.

A DEMOCRACIA BRASILEIRA SOB ATAQUE


Não obstante, não desistimos de querer gestar uma democracia enriquecida, especialmente a partir dos  movimentos sociais de base

Leonardo Boff  |  Rio de Janeiro | Correio do Brasil | opinião

O pressuposto básico de toda democracia é: o que interessa a todos, deve poder ser decidido por todos, seja direta, seja indiretamente por representantes. Como se depreende, democracia não convive com a  exclusão e a desigualdade que é profunda no Brasil.

Verdadeiro é o juízo de Pedro Demo, brilhante sociólogo da Universidade de Brasília em sua Introdução à sociologia.”Nossa democracia é encenação nacional de hipocrisia refinada, repleta de leis “bonitas”. Mas feitas sempre, em última instância, pela elite dominante para que a ela sirva do começo até o fim.

Político é gente que se caracteriza por ganhar bem, trabalhar pouco, fazer negociatas, empregar parentes e apaniguados, enriquecer-se às custas dos cofres públicos e entrar no mercado por cima. Se ligássemos democracia com justiça social. Nossa democracia seria sua própria negação”(p.330.333).

Não obstante, não desistimos de querer gestar uma democracia enriquecida, especialmente a partir dos  movimentos sociais de base. Proclamando o ideal de uma sociedade na qual todos possam caber, a natureza incluída. 

Será uma democracia sem fim (Boaventura de Souza Santos), cotidiana, vivida em todos os relacionamentos: na família, na escola, na comunidade, nos movimentos sociais, nos sindicatos, nos partidos e, evidentemente, na organização do Estado democrático de direito, se costuma dizer.

Democracia

Portanto, pretende-se uma democracia mais que delegatícia que não começa e termina no voto. Mas uma democracia como modo de relação social inclusiva, como valor universal (N.Bobbio) e que incorpora os direitos da natureza e da Mãe Terra, daí um democracia ecológico-social.

Esse último aspecto, o ecológico-social, nos obriga superar um limite interno ao discurso corrente da democracia: o fato de ser ainda antropocêntrica e sociocêntrica, vale dizer, centrada apenas nos seres humanos e na sociedade.

O antropocentrismo e sociocentrismo representam um reducionismo. Pois o ser humano não é um centro exclusivo, nem mesmo a sociedade, como se todos os demais seres não entrassem na nossa existência, não tivessem valor em si mesmo e somente ganhassem sentido e valor enquanto ordenados ao ser humano e à sociedade.

Humano e sociedade

Ser humano e sociedade constituem um elo, entre outros, da corrente da vida. Sem as relações com a biosfera, com o meio-ambiente e com as precondições físico-químicas não existem nem subsistem.

Elementos tão importantes, devem ser incluídos em nossa compreensão de democracia contemporânea na era da nascente geosociedade e da conscientização ecológica e planetária segundo a qual natureza, ser humano e sociedade estão indossoluvelmente relacionados: possuem  um mesmo destino comum como  bem se diz na encíclica ecológica do Papa Francisco “cuidando da Casa Comum” e na Carta da Terra.

A perspectiva ecológico-social tem, ademais, o condão de inserir a democracia na lógica geral das coisas. Sabemos hoje pelas ciências da Terra e da vida, que a lei básica que subjaz à cosmogênse e a todos os eco-sistemas é a cooperação de todos com todos, a sinergia, a simbiose e a inter-relação entre todos, não é a vitória do mais forte.

Ora, a democracia é o valor e o regime de convivência que melhor se adequa à natureza humana cooperativa e societária. Aquilo que vem inscrito em sua natureza é transformado em projeto político-social consciente.

Funda o fundamento da democracia. A cooperação, o respeito aos direitos e a solidariedade sem restrições. Realizar a democracia significa avançar mais e mais no reino do especificamente humano. Significa re-ligar-se também mais profundamente com a Terra  e com o Todo.

Ataque à democracia

Isso é o ideal buscado. No entanto, o que estamos assistindo nos dias atuais é o contrário: um ataque à democracia a nível mundial e nacional. O avanço do neoliberalismo ultraradical que mais e mais concentra poder em pouquíssimos grupos, radicaliza o consumismo individualista. Visa a alinhar os demais países à lógica do Império norte-americano, solapa as bases da democracia.

O golpe parlamentar dado no Brasil se inscreve dentro desse ideário. Já não conta a Constituição e os direitos, mas se instaura um regime de exceção onde os juízes determinam a esfera da política. Bem disse o cientista político da UFMG Juarez Guimarães. ”Acho errado chamar Moro de juiz parcial.

Na verdade, é um juiz corrompido politicamente. Ele está exercendo o seu mandato de juiz de forma partidária, contra a Constituição e contra o povo brasileiro”.

Os golpistas

Os golpistas abandonaram  a democracia e a soberania popular em favor do domínio puro e simples do mercado, dos rentistas e da diminuição do Estado. Isso foi denunciado recentemente pelo nosso melhor estudioso da democracia Wanderley Guilherme dos Santos em seu livro, silenciado pela mídia empresarial,”Democracia impedida” e pelo citado cientista político Juarez Guimarães  numa entrevista publicada, recentemente, no Sul21.

Ninguém pode prever o que virá nos próximos tempos. Se os golpistas levarem até o fim seu projeto de privatizações radicais a ponto de desgraçarem a vida de boa parte da população, poderemos conhecer revoltas sociais.

Num sentido melhor, fazem sentido as palavras do editor da Carta Capital Mino Carta.”O golpe de uma quadrilha a serviço da Casa Grande, teve o condão de despertar a consciência nacional”. Cuidado: uma vez despertada, esta consciência pode alijar seus opressores e buscar um outro caminho.

* Leonardo Boff é teólogo, escritor e professor universitário, expoente mundial da Teologia da Libertação.

PSD DEVIA PEDIR DESCULPAS AO PS E AOS PORTUGUESES PELO COMPORTAMENTO INDIGNO


Está dada a resposta às declarações do PSD na AR, feitas por Abreu Amorim quando exigiu a apresentação de desculpas do PS ao PSD e aos portugueses.

Até parece que quem anda a procurar tirar aproveitamentos políticos da tragédia de Pedrógão Grande não é o PSD (o CDS menos).

Até parece que não foi Passos Coelho quem inventou suicídios - que felizmente não aconteceram. Até parece que não foi Passos e outros do PSD que batalharam em insinuações e declarações ferozes de que o governo estava a ocultar um maior número de vítimas mortais devido ao incêndio…

Se fossem gente de bem com arraiais assentes na política certamente não só ao PS (ao governo) deviam pedir desculpas, mas principalmente às gentes de Pedrógão Grande, aos familiares e amigos das vítimas que usaram em descarado e  vergonhoso aproveitamento político. Enfim, pedir desculpa aos portugueses pelo comportamento indigno que assumiram e parecem querer continuar a praticar. Isso, pedir desculpas, se tivessem realmente vergonha. Sentimento de que demonstram estarem desprovidos.

De certeza que não têm vergonha absolutamente nenhuma. E isso não parece, porque pelo demonstrado é facto. Tiveram a resposta, que saberá se continuar a ler.

MM | PG

"PSD devia pedir desculpas ao país por ter levantado suspeitas"

Lisboa, 27 jul (Lusa) - O Governo considerou hoje que quem deve pedir desculpas ao país é o PSD por ter agido "com irresponsabilidade" na questão dos mortos da tragédia de Pedrógão Grande, devolvendo aos sociais-democratas o pedido feito ao executivo.

O PSD tinha devolvido hoje de manhã ao Governo as acusações de atitudes indignas na polémica em torno da lista de mortos nos incêndios de Pedrógão Grande e avisou que este caso não está encerrado, considerando que alguém do executivo socialista "deveria já ter pedido desculpa" aos portugueses.

Questionada pelos jornalistas no briefing de hoje à tarde do Conselho de Ministros sobre estas acusações, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, foi perentória: "o que se passou nos últimos dias é absolutamente lamentável e devolvo o pedido de desculpas ao PSD, que devia pedir desculpas ao país por ter levantado suspeitas em questões de vida ou morte".

Na opinião da ministra, "quem agiu com irresponsabilidade foi o PSD".

"O Governo manteve-se sereno, esperou pela investigação da Procuradoria-Geral da República, que naturalmente esclareceu a devido tempo todo o país", considerou.

Para Maria Manuel Leitão Marques questões como estas devem ser tratadas "com todo o cuidado, procurando com rigor a informação e não acreditando em quaisquer declarações que possam ser feitas seja por quem for".

Em declarações aos jornalistas hoje de manhã, no parlamento, Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, utilizou a mesma palavra - indigno - usada pelo Governo, para dizer que "indigno é não ter chegado, até ao momento, um cêntimo de dinheiro público" e de donativos às populações afetadas pelos incêndios de junho na região centro.

Como é indigno, repetiu, que o Governo tenha adiado para setembro a aprovação de um projeto de lei do PSD, que tinha o apoio do PCP e do BE, que criava "um mecanismo urgente extrajudicial" para acelerar a reparação de danos às famílias dos mortos e dos feridos.

Notícias ao Minuto | Lusa, com foto

Portugal | SALVEM O PPD/PSD!

Mário Motta, Lisboa

Comecemos preocupados. Ao que parece a espécie humana está condenada à extinção nos países ditos desenvolvidos… E os cientistas estão preocupados, como pode ver e ouvir na TSF: “A contagem de espermatozóides mostra um declínio de mais de 50% em menos de 40 anos. É uma diminuição perigosa afirmam os especialistas e não mostra sinais de abrandamento.”

Foi salientado que a preocupação é mais – ou totalmente – do mundo dito “desenvolvido” porque assim é o resultado das investigações cientificas. Ora veja se bate certo: “A equipa internacional de investigadores fez uma análise a mais de 180 estudos publicados ao longo de 38 anos, que incidem na contagem de espermatozóides em homens nos Estados Unidos, Europa, Austrália e Nova Zelândia.” Pois é.

Se quer saber mais vá direto ao título, na TSF: Homens têm cada vez menos espermatozóides. Boa leitura. Preocupe-se. Estamos em vias de extinção.

Também em vias de implosão e expectável extinção está o PPD/PSD em Portugal. Passou de partido político com assento na Assembleia da República e nos poderes do Estado para um circo inaudito que retira a já abalada dignidade ao Parlamento.


Bem que por vezes no Facebook víamos classificarem Cavaco e Passos Coelho de palhaços. E isso nada tinha de positivo nem de ilustre – como são os verdadeiros profissionais de palhaço. Era, e é, mesmo para arrasar, para simbolizar por palavras e figurativamente os péssimos atores desse tal circo em que o PSD foi transformado.

De Passos Coelho já sabemos das imensas e tristes palhaçadas que vimos quando foi um mentiroso compulsivo (ainda é) no cargo de primeiro-ministro. Atualmente temos do sujeito a apresentação dos mais escabrosos e ridículos quadros e sketches que em nada o dignificam enquanto deputado e, principalmente, chefe-dirigente do PPD/PSD. Agora com os fogos é que ele não pára de pretender representar e pintar a manta tão ridiculamente, tão porcamente, que já aparecem os que o alcunham de Mete Nojo. Muito pior que palhaço.

O pior é que aquela postura comportamental está a demonstrar ser contagiosa. Isso mesmo foi o que Carlos Abreu Amorim demonstrou. Sempre servil ao chefe. Outras figuras gradas daquele circulo laranja mostram sintomas preocupantes da mesma “doença”.

Tudo isto a propósito dos aproveitamentos políticos que Passos e o seu alaranjado e deteriorado PSD tem tomado como prática diária acerca dos fogos. Incidindo maioritariamente sobre o trágico incêndio de Pedrógão Grande. Assim, sem escrúpulos, sem um pingo de decência. Por isso, ainda foi ontem, depois da revelação da PGR - que comprovou a boa-fé com que o governo vigente se comportou - que seres humanos de bem admitiram que Passos e o PSD metiam a viola no saco e se calariam com as sujeiras acerca de inculpações ao governo de Costa, que nada têm que ver com mau governo mas sim com a mixórdia que foi sendo acumulada do passado por todos os governos que em décadas não acertaram uma na ordenação do território, no combate aos fogos, etc. E nessas décadas passadas o PSD também se farto de ser governo. Assim como o CDS. O tal famigerado vicioso e incompetente "arco da governação".

Abreviando, para não saturar…

Quem pensou que o PSD se calaria e meteria as trombas em trampa para expiar culpas e vergonha de como mal se tem comportado, querendo tirar vantagens políticas de tragédia e de cadáveres em Pedrógão, eis que hoje na bancada do PSD surge o sketche de Carlos Abreu Amorim a exigir pedido de desculpas ao governo e mais o que lhe deu na real gana, sem nexo. Tal quadro, de tão caricato e triste, até deu para largarmos umas valentes gargalhadas de reprovação e incredulidade. Palhaços do piorio num circo de terror que decerto terá por missão acabar de vez com o PPD/PSD como partido com credibilidade que merece e anda tão por baixo por via das suas “danças”. 

Primeiro social-democrata, depois neoliberal, agora populista… Mas onde é que o PSD irá parar? Ao fascismo puro e duro? Ou será que pela mão destes protagonistas já lá está mas ainda com vestes pseudo-democráticas? Ali já não falta o racismo nem a xenofobia, nem faltou o desprezo pelos portugueses mais carenciados e mais doentes que durante o governo de Passos/Portas foram esbulhados nos seus ordenados, nas suas reformas, nas suas casas, na sua alimentação, na sua saúde, nas escolas dos filhos, na velhice daqueles que já cumpriram a sua cidadania ativa no mercado de trabalho e tanto que foram explorados… Mas onde é que vai parar o PSD. Mas quando é que o chefe-dirigente Passos Coelho conclui que está a tornar-se ainda mais em alguém que é 'persona non grata' para os portugueses?

E assim, no quadro de hoje na Assembleia da República lá voltam os incêndios à baila, prova da demência e abandalhamento de uns quantos alaranjados. Para choque e espanto, para o presente e memória futura, surgem as declarações do deputado Carlos Abreu Amorim a gerar este título no site do Notícias ao Minuto: “Aproveitamento do PSD? Indigna é a política de ocultação e passa-culpas".

Senhores, é preciso ter uma grande lata. É preciso serem desprovidos de decência. E é aquele sujeito um deputado e chefe, também, do PSD.

Sá Carneiro deve estar a sentir o seu esqueleto todo desconjuntado, devido às tantas voltas que está a dar no seu túmulo. 

Senhores e senhoras, salvem o PPD/PSD!

PARTE DA ELITE BRASILEIRA NÃO QUER UM BRASIL INDEPENDENTE


Celso Amorim analisou a lamentável situação do Brasil de hoje no concerto das nações, numa recente entrevista disponível no youtube.

Léa Maria Aarão Reis | Carta Maior

Há poucas semanas o Embaixador Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores no governo do presidente Lula e titular da pasta da Defesa no período da presidente Dilma, foi categórico quando analisou a lamentável situação do Brasil de hoje no concerto das nações, numa recente entrevista disponível no youtube. "O mundo vê o Brasil com perplexidade. As pessoas lá fora nem entendem direito o que está se passando aqui, e também é muito difícil explicar toda essa confusão política, jurídica, judicial", disse ele,  acrescentando: "O Brasil caiu muito, de um modo geral, para quem espera dele um comportamento como  país", afirmou.

Há cerca de dez dias, o ex-Chanceler, hoje presidente do Conselho da Unitaid, organização que pretende facilitar o acesso das populações de países pobres aos medicamentos para malária, tuberculose, AIDS, entre outras ações (como quebra de patentes, por exemplo),* voltou a lamentar a situação do nosso país no jogo atual da política internacional embora até pouco tempo atrás ocupasse posição de destaque como nação de prestígio, com um governo legítimo.

Carta Maior conversou com Amorim durante uma manhã de sol, no seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro, entre uma e outra viagem desse carioca apaixonado por cinema e um dos protagonistas, idealizadores e executor das políticas externas brasileiras e independentes do nosso passado bem recente.
Ele abordou vários aspectos do Brasil atual  – impeachment da presidente Dilma, política interna, relações com os Estados Unidos de Trump,  a ruptura da liderança dos países da América Latina, integração com o continente e o Mercosul, desmantelamento de um projeto progressista nacional -   e reforçou: ‘’Eu não tenho qualquer dúvida que o objetivo desse processo  todo de impeachment da presidente Dilma era atingir um projeto político progressista com duas dimensões principais: a dimensão social e a dimensão internacional.”

“O Brasil ainda é um dos países mais desiguais do mundo, mas isto estava sendo progressivamente combatido. Na dimensão internacional, não interessa a grande parte da elite brasileira que o Brasil tenha uma projeção maior e o país fale com sua própria voz.” E acentuou: “Esses, da elite, são ligados, são os intermediários e os instrumentos da dependência do Brasil.”

A nossa conversa:

Carta Maior – Ainda podemos ser, ao menos, um pouco otimistas ao pensar o futuro?

Celso Amorim – O Brasil é um país muito grande, fisicamente. Sua economia está entre as maiores do mundo apesar da recessão, embora esteja caindo e agora chegando à oitava posição.  Eu acho que tudo isto vai passar e o país voltará a ter um papel de destaque. Há um problema que não é só do governo Temer, mas agravado por ele, até com a percepção externa da falta de legitimidade: o Brasil sempre ou quase sempre atuou um pouco abaixo da sua real capacidade. Além do seu passado colonial, do complexo de vira latas, mais antigos, você tinha sempre um déficit democrático  que perdurou por anos e anos. O Brasil nem sequer se candidatou ao Conselho de Segurança da ONU para não virar alvo de criticas e também porque não tinha estabilidade econômica - e isto retirava um pouco a sua credibilidade, pelo menos diante de certos setores.

CM – E o déficit da justiça social?

CA – Justamente: o grande déficit que se esperava que o Brasil reduzisse, e foi retirado em parte, era o déficit da justiça social. A desigualdade no Brasil é um grande tema. Então, a superação progressiva, ainda que nesse caso fosse mais uma expectativa, o governo Lula ajudou muito para que isto ocorresse e o Brasil se afirmasse, mas, evidentemente, o impeachment da presidente Dilma, da maneira como ocorreu, traumático, dividiu o país. Agora, a busca do Brasil de maior igualdade, de equidade, está sendo destruída, desmantelada.

CM – Com o objetivo?

CA – De montar uma agenda inteiramente neoliberal atrelada a outros interesses, ao capital financeiro internacional. Claro que numa visão geopolítica mundial há a dominação do capital financeiro internacional. Mas nós tivemos a ilusão de que depois do impeachment do Collor as instituições democráticas Brasil tinham ficado mais fortalecidas. Infelizmente não foi o caso. Quando se viu que havia uma chance de derrubar um governo, e não só um governo, mas  um projeto que era de aprofundamento da democracia, de maior igualdade social e de maior independência em termos internacionais, vimos que as instituições não resistiram.

CM – Em outros países existe a figura do impedimento presidencial.

CA – Sim. Um jornalista da BBC, certa vez, até me disse ‘ah, mas nos EUA... ’, e eu disse, sim, mas lá não se poderia imaginar que o vice do Nixon faria uma aliança com o partido oposto. Ou no caso do Clinton, que o  Al Gore faria uma aliança com a extrema direita. Aqui, houve uma distorção total da instituição do impeachment. Muitas pessoas, inclusive, discutem se se trata de uma figura que cabe num sistema presidencialista. Em minha opinião, eu até acho que, em teoria, ele cabe sim, mas com limitações.

CM – Por exemplo?

CA - No Supremo, para falar com toda franqueza, sem entrar no mérito, não sou jurista, mas o Supremo, na ocasião, se comportou muito... ‘formalista’. É o mínimo a se dizer. Argumentam: ‘ah, as formalidades da lei, em parte, foram realizadas... ’ Não. O Supremo não procurou entrar no conteúdo da matéria. Dizia que não era de competência dele. Mas em outros casos, quando foi de seu interesse, considerou o conteúdo. Então, eu não tenho dúvida que o objetivo desse processo era atingir um projeto político progressista. A história não é a mesma, mas, por exemplo, o que levou à queda de Vargas (não vamos falar de Jango porque Jango já herdou uma situação meio instável), o caso de Vargas e com o Lula também, houve uma combinação dessas duas coisas: destruir uma ação de independência do país e de promoção de justiça social.

CM – Na recente cúpula dos 20 o Brasil foi completamente ignorado. Esse isolamento permanecerá?

CA -  Enquanto houver este governo (vai durar mais 15 dias? um mês?), enquanto perdurar essa situação de falta de legitimidade, o país não voltará a se agregar; é uma situação que vai se prolongar.

CM – O Brasil corre o risco de ser expurgado dos BRICS? 

CA - Não. Permanecerá em banho-maria. Repito: o Brasil é muito grande. Há setores que funcionam. Na área da saúde, por exemplo, à qual estou ligado, o país está defendendo posições positivas no âmbito dos BRICS; não sei se por descuido... Na área de trabalho não. O Brasil está violando certas convenções; mas na área da saúde defende posições positivas. No caso de licenças compulsórias, de patentes, por exemplo. São aspectos técnicos, são coisas importantes. Há vários setores da burocracia e setores empresariais, não muitos, que continuam atuando lá fora com independência. Na área da AIDS o Brasil progrediu. Agora mesmo, há uma medicação importante que está sendo feita em relação à hepatite C. Enfim, tudo isto foram posições que continuam sendo defendidas e iniciadas lá atrás, no BRICS.

CM – Mas há que se destinar recursos para  implementação dessas posições na área da saúde, por exemplo.

CA – Claro, porém o que eu acho mais grave nesse governo ilegítimo foi congelar gastos durante 20 anos a partir de uma base baixíssima, a base da recessão. Muitas vezes, sabe-se, o gasto do governo não é gasto. É investimento. Muito da saúde, educação e segurança é custeio. Botar segurança policial na rua é custeio. Botar um hospital funcionando é investimento,  mas também é custeio. Outro dia, na UERJ, um professor de São Paulo foi fazer uma palestra e de repente faltou luz. ‘Seja bem-vindo à UERJ... ’ É uma falta de apreço ... Não é nem a manutenção de uma proporção do PIB; é estancar no nível que ele está pela inflação. Supondo que o Brasil vai voltar a crescer, e nós temos que imaginar isto porque todas as economias se recuperam quando chegam ao fundo do poço, o que vai ocorrer é que a proporção do governo como dispêndio do PIB vai cair drasticamente. E você não pode esperar que a iniciativa privada vá cuidar do bem estar do povo. Tudo isto afeta a nossa posição internacional. Mas volto a dizer: a situação é passageira. Com um governo eleito de volta, o país terá, outra vez, legitimidade.

CM - Há o prejuízo a ser recuperado em curto prazo. Mas e outros? Algumas coisas perdidas agora, também na área da política externa, serão resgatadas daqui a gerações, talvez.

CA – Sim. Por exemplo, investimentos no comércio com a África não estão saindo. Isto acaba desacreditando bastante o país. O Brasil fez promessas, no passado, e tinha intenção de cumpri-las o que não está ocorrendo.

CM - E a liderança interrompida do país no continente? E o Brasil em relação ao Mercosul?

CA - Certo mal estar que pode existir no Itamaraty leva a alguma  pressão. Acabamos por não fechar as embaixadas na África, por exemplo. O básico é difícil mudar. Dizem por exemplo: ‘ah, o Mercosul vai deixar de ser área aduaneira para passar ao livre comércio’. Não estão falando mais sobre isto, pelo menos neste momento.  Queriam fazer o acordo com os EUA, o Acordo de Parceria Transpacífico, o TPP, mas o próprio Trump se encarregou de acabar com essa ilusão. Pelo menos ficamos devendo a ele essa iniciativa.

CM – E a pretensão do Brasil de entrar na OCDE, Organização para a Cooperação Econômica, como membro pleno?

CA – Houve tentativas, no passado, de entrar para a OCDE. Os EUA sempre resistiram à ideia. Agora, então, mais ainda. Não querem se comprometer demais com o atual governo sabendo que ele é muito frágil e  transitório. Ou talvez não queiram parecer que estão apoiando muito um governo sem legitimidade.  Ou porque não querem que a entrada do Brasil mude o peso relativo das influências dentro da organização. Mas o Roberto Azevedo, no passado, assumiu a presidência e está lá até hoje.  A nossa voz sempre foi ouvida na OCDE e o Brasil era tratado com muita distinção assim como participa de alguns comitês. Mas entrar como membro pleno implicaria em assumirmos muitas obrigações que não estamos prontos para assumir e não são do nosso interesse assumi-las!

CM - E a relação do país com o governo Trump?

CA - Felizmente o Trump não está muito interessado na America do Sul - exceto em Cuba, Venezuela e México. A sua política do ‘american first ’ não nos afeta muito. Mas isto não quer dizer que na hora, por exemplo, dele achar que o aço brasileiro está entrando lá, que ele não tomará uma medida de proteção. Isto é óbvio. Mas vamos ser francos: isto também aconteceria com os democratas.

CM – Então o Trump não está sendo negativo para o Brasil?

CA - O Trump é muito negativo para aqueles países que tinham uma grande expectativa em ter uma relação ‘’especial ‘’ com os EUA como é o caso de parte da Europa, no que diz respeito à defesa principalmente, e o México, no caso econômico. Para os russos, eu não diria que o Trump é pior do que era o governo democrata. Como ele foi muito atacado,  internamente, por causa de supostas denúncias de participação meio consentida nas eleições, se retraiu, mas ele é imprevisível.

CM – Apenas rosna?

CA – Só de rosnar faz mal e afeta.  Alguns países já percebem que podem tirar algum partido da atuação do Trump. A Alemanha está percebendo isto e se mostra querendo consolidar a União Européia com a liderança dela para ser um contraponto aos EUA.

CM - Mas voltando à relação Trump - América do Sul.

CA -  O fato de os EUA não terem, atualmente, uma política para a América do Sul até seria uma oportunidade para reforçarmos a nossa integração, caso tivéssemos governos com liderança. Uma chance de ouro.

CM – Como a de consolidar a liderança continental abandonada?


CA - No começo do governo Lula já havia a ideia de promover uma interação mais ampla, de reforçar o Mercosul. Veio então a crise da Venezuela e o Brasil criou o grupo Amigos da Venezuela que possibilitou um referendo revogatório. A situação, dentro do que era possível lá dentro, se normalizou. Agora, há uma crise de grande gravidade na Venezuela e o Brasil está totalmente ausente e incapacitado de fazer qualquer coisa. Por quê? Por razões claramente oportunistas, de política interna. Os ministros de Relações Exteriores... O presidente mal falou nesse assunto. O governo atual fez uma condenação tão violenta, tão radical ao governo de Caracas que não tem capacidade de mediar nada. Na mais recente reunião da OEA, acabamos levando uma chapoletada da ministra venezuelana. O governo, sem legitimidade, não pode se projetar e, mais ainda, porque adotou posições que impossibilitam qualquer ação mediadora.  Tornou-se inoperante. O secretário Rex Tillerson disse para o Serra recentemente, na Europa: ‘ah, era tão bom se o Brasil pudesse ajudar na crise da Venezuela’. Ora, o Brasil simplesmente não tem condições...

CM – Estamos perdendo oportunidades preciosas.

CA - Não temos liderança no que está acontecendo na América do Sul, na América Latina. Atualmente, seria até uma chance para atrair um pouco mais o México e a América Central para o nosso lado em função das dificuldades que ambos estão tendo com os EUA. Mas como não temos um governo legítimo e não temos qualquer liderança, qualquer influência, a oportunidade se perde.

CM - E a ausência do Brasil no grupo da Nova Rota da Seda, dos chineses? Do continente sul-americano, a Argentina e a Bolívia estiveram na reunião, em Pequim, no primeiro semestre. É a perspectiva de um projeto de mundo multipolar que se abre. O Brasil não foi à reunião.

CA - Não indo a uma reunião de alto nível como foi essa, você não pode ser considerado. Na Europa, a Nova Rota está sendo examinada e analisada. Na Itália, por exemplo, que esteve na origem da Rota da Seda - não na seminal, mas durante a Idade Média -, estão percebendo que deve haver um equilíbrio na relação internacional. Não se  pode colocar todos os ovos na cesta norte-americana. Aí também o Brasil está perdendo a chance de ter uma atuação mais forte.

CM – Apesar de ser difícil encontrar a saída para o impasse em que se encontra o Brasil o que acha que precisa ser feito, urgente, além de eleições diretas?

CA – Eu já fui muito criticado por achar importante um entendimento entre Lula e Fernando Henrique aproveitando o momento em que o Congresso está tão desacreditado como agora. Talvez seja o momento de forçar um encontro dessas lideranças para conseguir uma reforma um pouco melhor e não deixar o Congresso fazê-la sozinho. Há uma dificuldade, sim, um preconceito de parte dos dois lados de um conversar com o outro.  Vão me criticar por dizer isto, mas eu acho necessário. Cada um deles governou oito anos, o país foi razoavelmente democrático durante esse período, coisas certas ou erradas foram feitas. Claro que não estou de acordo com as privatizações do Fernando Henrique - com a maioria delas pelo menos -, mas o Brasil era visto com certo respeito, embora não com a projeção que ganhou com o Lula. Não era esse desastre de hoje.

*A Unitaid nasceu como desdobramento da campanha do presidente Lula contra a fome e a pobreza. Foi criada por Lula, Jacques Chirac, Ricardo Lagos e Kofi Anan. Ela é financiada por oito países – Brasil inclusive.

Créditos da foto: divulgação