A NASA prevê lançar esta segunda-feira, 16 de abril, o seu novo telescópio espacial para procurar planetas do tamanho da Terra que podem ser suscetíveis a abrigar alguma forma de vida.
O lançamento do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) está programado para as 22h32 GMT pelo foguete Falcon 9 da Space X de Cape Canaveral, na Flórida, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis.
Nos próximos dois anos, a missão desta máquina de 337 milhões de dólares (273 milhões de euros) será a de analisar mais de 200.000 estrelas brilhantes para lá do nosso sistema solar, em busca de sinais de planetas que circulem à volta de astros.
Como Kepler, o primeiro telescópio do género lançado em 2009 pela agência espacial americana, que será substituído, o TESS utiliza o método de trânsito, capaz de detetar planetas quando eles passam em frente às suas estrelas e diminuem a sua iluminação de maneira momentânea. Isso permite, entre outras coisas, deduzir o tamanho, a massa e a órbita.
Segundo a NASA, o TESS poderá descobrir 20.000 exoplanetas — ou planetas que estão fora do sistema solar — incluídos cerca de 50 do tamanho da Terra e mais de 500 duas vezes maiores do que o nosso planeta.
"Podemos inclusivamente encontrar planetas ao redor de estrelas que podemos ver a olho nu", disse neste domingo à imprensa Elisa Quintana, cientista do TESS, no Goddard Spaceflight Center da NASA.
Nos próximos anos "poderemos sair para dar uma caminhada e apontar para uma estrela e saber que tem um planeta", acrescentou.
A missão Kepler permitiu descobrir 2.300 novos exoplanetas confirmados por outros telescópios. O TESS, com as suas quatro câmaras avançadas, analisará uma área que é 350 vezes maior.
A etapa seguinte será para que os telescópios terrestres e espaciais observem mais de perto os planetas assim detetados.
O telescópio James Webb Space Telescope, que sucederá o Hubble, está programado para ser lançado em 2020, e deverá ser capaz de revelar mais sobre a massa dos planetas, a densidade e o aspecto da sua atmosfera.
"TESS é uma ponte entre o que aprendemos dos exoplanetas e para onde nos dirigimos no futuro", disse Jeff Volosin, diretor do projeto no Goddard Spaceflight Center da NASA.
Volosin disse ter a "esperança de que algum dia nas próximas décadas sejamos capazes de identificar as condições potenciais da existência de vida fora do sistema solar".
MadreMedia / AFP
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