segunda-feira, 16 de abril de 2018

Da Síria a Cuba, passando pela batalha da Luz... e pela luta a Centeno

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia, bem-vindo a segunda-feira! 
estas são as notícias da noite passada:

Este não foi um acto de guerra, disse Macron. Numa entrevista à televisão francesa, o Presidente francês justificou a intervenção de sábado passado na Síria com a utilização de armas químicas e com a obstrução russa à investigação sobre o que se passou. Já na ONU, a embaixadora americana avisou: os EUA ficam no terreno até ser preciso.
O ex-director do FBI fez um duro ataque a Trump: numa entrevista televisiva, Commey disse que o Presidente está sujeito a chantagem russa, que há "algumas provas de obstrução à justiça" na sua conduta e que não é moralmente adequado para a Presidência. O seu livro sobre os últimos meses no FBI está mesmo a chegar às bancas.
O FC Porto ganhou na Luz uma via aberta para o título. Como diria um certo treinador, foi um jogo com duas partes distintas, mas sobretudo com um final traumático para os benfiquistassem razão para queixas sobre o árbitro, diz o Paulo Faustino. Agora, vêm ainda quatro jornadas e 12 pontos para conquistar ou perder. Rui Vitória, pelo menos, parece ter fé.
O Sporting sobreviveu a um “tiroteio” em campo aberto. O derby em Belém teve mesmo de tudo: tacticamente interessante, muito intenso, com um festival de golos e grande incerteza no marcador. Mas com a vitória de ontem, a equipa de Jesus ficou com o 2º lugar outra vez à mão.

O que marca o dia

Rui Rio surpreendeu: no fecho do congresso da JSD, defendeu a quebra do sigilo bancário para descobrirmos quem são os maiores credores do banco público e do Novo Banco; e sugeriu um aumento para os funcionários públicos em 2019, em linha com a inflação. Na TSF, esta manhã, Ana Avoila já deixou o seu apoio.
O Governo quer a bater o recorde europeu de redução da dívidaO exemplo da Bélgica no final dos anos 1990 é mesmo superado no Programa de Estabilidade apresentado pelo executivo (e já aqui muito detalhado), explica o Sérgio Aníbal. Na análise ao documento, porém, o ministro Mário Centeno não é aprovado pelo Ricardo CabralNem pelo Luís Teles Morais. No plano político, é o Bloco que marca distâncias, digo eu no Editorial.
Por tudo isto, já há quem diga que Centeno já pensa noutro lugaro de comissário europeu.
Rio e Costa já fecharam um segundo acordoagora foi o da descentralização, a juntar-se ao sobre os próximos fundos europeus. A assinatura pode mesmo juntar os dois líderes.
O Governo cedeu na reprogramação dos fundos 2020. Mas pouco, explica a Luísa Pinto.
Costa perdeu um bocadinho numa sondagem - e parece mais longe da maioria absoluta, nos números publicados pelo Negócios.
Na economia, entretanto...
Há boas notícias na Autoeuropa, que vai aumentar produção dos T-Roc até Setembro.
Também na TAP, que está com lucros acima dos 100 milhões, conta o Negócioshoje.
E não tão boas no Novo Bancoque vai fechar mais 73 agências neste ano.
E há ainda um negócio bloqueado no Douro: um hotel de 30 milhões era, afinal, uma "montanha de ilegalidades", conta o Manuel Carvalho.
Ilegalidade, também, nas maiores câmaras, onde os directores municipais falham declarações obrigatórias ao Constitucional. Logo agora que os deputados querem aumentar o número de declarações.

Ler mais devagar

1. A nossa reportagem em Cuba, no fim da era Castro. A Rita Siza e o Adriano Miranda foram até lá, para sentir como os cubanos estão a viver os últimos dias da presidência de Raúl, no fim da era Castro. E começam por aqui: "O homem que se segue é Miguel Díaz-Canel, que não faz parte da 'geração histórica'. O partido diz-lhe para não por em risco o que Fidel, Che, Camilo e os outros heróis revolucionários construíram. Mas tem desafios difíceis para resolver. Os cubanos pedem-lhe muito mais: 'O passado já passou e o futuro é incerto'”Para ler aqui, com cuidado (para não estragar) e para sentir aqui, nas fotos do Adriano.
2. A nossa análise à intervenção na Síria. Os mísseis foram disparados pela noite, sem mudar o equilíbrio da guerra. Mas deixaram muito espaço para a análise, que é onde nós entramos. A Teresa de Sousa, explicando como "a Aliança resiste". O Jorge Almeida Fernandes, que escreveu ainda antes do ataque, mas parecia adivinhar tudo quando conta como esta não é uma 3ª Guerra Mundial. O Bernardo Pires de Lima, que em entrevista lê tudo “só uma sinalização de músculo geopolítico”. E depois fica aquela pergunta: o ataque contra a Síria é legal?
3. A nossa entrevista a Tolentino Mendonça. Vivemos numa sociedade de satisfação permanente, agora precisamos de reaprender a ter sede. O novo livro de Tolentino Mendonça, que reúne os textos das meditações feitas perante o Papa e a Cúria Romana, acaba de ser posto à venda. Chama-se A Noite Abre os Meus Olhos e foi o mote para a conversa do António Marujo com o homem que diz que crer não é “ter as soluções”, mas é “habitar o caminho, habitar a tensão, viver dentro da procura”. Por isso, "Deus é um problema também para os crentes". Foi a capa do P2, mas merece ser lido em qualquer dia. 

A agenda de hoje

Marcelo começa uma visita oficial a Espanha, enquanto Costa abre o 1.º Seminário de Cônsules Honorários de Portugal, mesmo antes de receber os presidentes dos governos regionais de Madeira e Açores. Durante a tarde, o ministro Eduardo Cabrita preside à reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil, tentando afinar a época de combate aos fogos.
Lá por fora, é a Síria que marca a actualidade: a Organização para a Proibição das Armas Químicas reúne-se para discutir o presumível ataque químico em Douma; em Bruxelas, os MNE analisam a crise; em Londres, é o Parlamento que analisa a legalidade e oportunidade do ataque aliado; e em Washington a Casa Branca deve anunciar novas sanções aplicadas à Rússia.
Já agora, um aviso: 2ª-feira é noite zombie – onde The Walking Dead e Fear the Walking Dead cruzam-se pela primeira vez. Tenha, portanto, redobrada atenção, sim?
Dia bom, tão feliz quanto produtivo.
Até amanhã!

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