Na passada sexta-feira, dia 10 de março, realizou-se a Assembleia Municipal de Coimbra, tendo o deputado do PEV, Paulo Coelho, eleito nas listas da CDU (PCP-PEV) questionado o Presidente da Câmara Municipal sobre a reabilitação da baixa de Coimbra e sobre a poda de árvores, mal executada, que tem sido realizada em várias zonas da cidade.
No primeiro assunto exposto, que ficou sem resposta por parte do presidente da autarquia, o deputado do PEV que integra o Grupo Municipal da CDU, solicitou que fossem apresentados à Assembleia Municipal os diversos projetos de requalificação da baixa que têm sido anunciados pelo presidente da C.M., para que aquele órgão os pudesse analisar, e que até ao momento são desconhecidos.
No que concerne, ao segundo assunto, o deputado do PEV questionou o presidente do executivo municipal sobre a "podite" (é uma doença que ataca os humanos e que consiste num “vício autárquico” e num “péssimo costume de podar as árvores das artérias urbanas”), referida pelo Professor Jorge Paiva, que se tem verificado no Concelho, nomeadamente na Urbanização Vale de São Miguel (Eiras), Parque Verde da cidade e Rua Augusto Matos (Santa Clara).
A razão deste atentado às árvores no município prende-se com uma falsa delegação de competências da Câmara Municipal para as Juntas de Freguesia. Ao invés de facultar às freguesias os meios técnicos, humanos, mecânicos e financeiros a C.M. limitou-se a transferir as tarefas a troco de uns míseros cêntimos. Torna-se, portanto, fundamental reverter urgentemente esta situação e dotar as Juntas de Freguesia dos meios necessários ao cuidado dos espaços públicos.
Face à resposta menos clara do presidente da Câmara Municipal, alegando que confiava na equipa que realizava esta poda, o deputado do PEV convidou-o a fazer uma visita acompanhada ao local onde ocorreram os atentados às árvores, ficando neste caso sem resposta.
As árvores em espaço urbano, de acordo com a investigadora Rosa Pinho, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, desempenham um papel fundamental na purificação do ar, na diminuição da poluição sonora, na diminuição do impacto das chuvas, favorecem o microclima, melhoram a circulação do ar e da água, oferecem sombra e refúgio aos animais (incluindo o Homem), especialmente avifauna, mantêm o equilíbrio dos ecossistemas e melhoram a qualidade de vida dos munícipes.
A poda, ainda segundo a investigadora, não tem defesas naturais, debilita as árvores e muitas vezes leva-as à morte. As árvores acabam por produzir rebentos vigorosos que partem com facilidade e são uma grande ameaça aos transeuntes, sejam eles pessoas, animais ou até veículos.