domingo, 19 de março de 2017

O despertar da Primavera e um jardim de cervejas

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Fugas
 
 
  Sandra Silva Costa

À hora a que escrevo estas linhas, olho pela janela e vejo um sol tímido a espreitar por entre os ramos ainda despidos de árvores que hão-de ser frondosas. A temperatura está mais amena, livrei-me de cachecóis (mas não dos collants) e até já usei uma t-shirt de cavas. Cheira a Primavera em todo o lado – cheira mesmo, a mimosas e coisas que tais – e isso, pela parte que me toca, só pode ser bom. Eis o tempo de voltarmos à rua, de nos maravilharmos com as cores e o perfume das flores, de termos vontade de caminhar na praia ou de mergulharmos no verde da floresta.
Foi o que fez a Francisca Gorjão Henriques, que na Mata dos Medos, no concelho de Almada, percebeu por que é que os japoneses inventaram a expressão shirin-yoku. E a resposta é muito simples: porque estes “banhos de floresta” fazem-nos bem. Acompanhe-a passo a passo e inspire-se. Ou inspire e expire, inspire e expire.
Ainda porque é (quase) Primavera, a Francisca também foi conhecer Albane e Luís, o casal das flores selvagens, como os baptizámos internamente quando estávamos a combinar os detalhes desta reportagem. A partir do bairro da Madre de Deus, em Lisboa, respigando jasmim aqui ou camélias acolá, compõem belos trabalhos florais que só vendem por encomenda, porque desperdiçar uma flor está fora de causa. Para Albane e Luís, “basta sair porta fora que há sempre qualquer coisa para apanhar”. “Os restos das podas deixados nos passeios à segunda-feira às vezes dão direito a troncos com frutos e tudo, como é o caso dos limoeiros, que há em abundância no bairro. E todos os percursos são úteis para as buscas: ir ao supermercado, levar a filha à escola (só poderia ter nome de flor: Violetta)”, conta a Francisca. Não são lindos, os arranjos?
Ainda temos mais Primavera para si. Mais pela graça, o José Augusto Moreira foi visitar as Caves Primavera, em Águeda, e descobriu que esta vinícola, conhecida sobretudo pelos seus espumantes, está agora a apostar forte no refrescamento da imagem e em vinhos mais jovens e apelativos. Pelo meio, ficou a saber que o sugestivo nome da empresa advém do facto de ter sido criada a 20 de Março de 1944. 
Para fecharmos em beleza, um jardim no Porto com 40 fontes a jorrar cerveja. A Alexandra Couto já conhece a novíssima Letraria, o bar que foi beber inspiração à cerveja artesanal Letra, e conta-lhe tudo ao pormenor aqui. Brindemos ao regresso dos dias floridos!
Marcamos encontro para a semana, à hora do costume. Até lá, boas viagens. E visite-nos sempre, que a qualquer momento temos boas sugestões para si.

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