segunda-feira, 26 de setembro de 2022

A ‘CONFUSÃO” NA CABEÇA DO MINISTRO

 

Li duas vezes. Para ter a certeza que estava a interpretar corretamente. Dizia a notícia que o nosso ministro da Economia alertava para os perigos de taxar as grandes petrolíferas. Duvidava da eficácia de impor impostos sobre os lucros extraordinários dessas empresas, em resultado da inflação imprevista.

Melhor dizendo: as petrolíferas estão a ter um lucro extra, que não contavam nas suas previsões. Os estados estão a analisar taxar excepcionalmente esses ganhos extraordinários (em princípio, uma taxa de 33%). Mas, o nosso ministro alerta para a possibilidade de isso poder conduzir à falência dessas empresas! Pasme-se! Estão com lucros que não previam e se taxarmos esses lucros que não previam ter, podem ir à falência! Mas mais: o nosso ministro alerta para o perigo de ficarmos sem distribuição de combustível! Isto é: taxando os lucros que não contavam ter, as petrolíferas podem ir à falência e ficamos sem combustível nas estações de serviço! Ouvimos bem? Custa a crer! Mas, o ministro disse-o, claro como a água!

Percebemos que o ministro não é a favor de taxar os lucros extraordinários das petrolíferas. Tem direito à sua opinião. Neste caso, à sua decisão, que em muito dele depende. A justificação para o não fazer é anedótica!

Contrariando esta posição do nosso ministro, está a União Europeia. Bruxelas diz que taxar lucros extraordinários é "mais eficaz" que medidas que provoquem consumo.

Ainda bem que temos uma supranacional instituição que põe juízo na cabeça de alguns (confusos?) governantes portugueses.

*Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional.

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Ainda bem que temos uma supranacional instituição que põe juízo na cabeça de alguns (confusos?) governantes portugueses.”

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