O principal objetivo é reduzir a inflação. Lagarde defende que é "importante começar rapidamente a reduzir essas medidas de forma concertada" para evitar "aumentar as pressões inflacionistas a médio prazo". Esta quinta-feira, o BCE o decidiu subir as suas taxas de juro em 50 pontos base.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, apelou esta quinta-feira aos Governos da zona euro para começarem "rapidamente" a reduzir os apoios orçamentais às famílias e às empresas, para travar a inflação.
É importante começar rapidamente a reduzir essas medidas de forma concertada", quando "os preços da energia baixam", para evitar "aumentar as pressões inflacionistas a médio prazo", declarou Lagarde, em conferência de imprensa, após a reunião de política monetária do BCE.
O BCE decidiu subir as suas taxas de juro em 50 pontos base, apesar da agitação que se vive no setor bancário.
A instituição justificou a decisão com a sua determinação em assegurar "um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo". Christine Lagarde diz que, nesta altura, é impossível prever a trajetória das taxas, mas acredita que a inflação vai continuar elevada.
A presidente do Banco Central Europeu disse que as próximas decisões sobre taxas de juro dependem dos dados económicos e financeiros, porque aumentou a incerteza com a tensão nos mercados financeiros. Lagarde considerou, no entanto, que há caminho a percorrer.
O Banco Central Europeu garante que a situação na banca está resiliente. Lagarde afirma que a instituição tem acompanhado de perto as tensões no setor financeiro e está preparada para agir "conforme necessário para preservar a estabilidade dos preços".
Estamos a acompanhar de perto a tensão nos mercados e estamos prontos a agir", insistiu Lagarde, após a agitação que atingiu os mercados nos últimos dias após o colapso do norte-americano Silicon Valley Bank (SVB) e das preocupações na Europa com o Credit Suisse.
Lagarde considera que o setor bancário “está atualmente numa posição muito mais sólida do que em 2008”.
A economia da zona euro estagnou no quarto trimestre de 2022, evitando a contração que era esperada. No entanto, a procura caiu bastante", segundo Lagarde.
Em 2023, a zona euro deverá registar uma inflação menos elevada e um crescimento mais forte do que o previsto, num contexto de acalmia nos preços da energia.
A inflação deve ficar em 5,3% em 2023, contra os 6,3% previstos no final de dezembro, depois descerá para 2,9% em 2024 e para 2,1% em 2025, de acordo com as novas previsões da instituição.
Em relação ao crescimento na zona euro, prevê-se que seja de 1% este ano, quando se apontava para 0,5% na anterior previsão. Para 2024 e 2025 é antecipada uma expansão de 1,6%.
Mas, as novas projeções macroeconómicas do BCE "foram finalizadas no início de março, antes do recente surgimento de tensões nos mercados financeiros. Assim, essas tensões implicam uma incerteza adicional em torno das projeções de referência para a inflação e o crescimento", considerou a própria instituição no comunicado divulgado após a reunião desta quinta-feira.
SIC Notícias
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