sábado, 3 de setembro de 2022

O adeus de uma lenda. Serena Williams perde no US Open e termina a carreira


"Estou tão feliz por ser Serena". A tenista mais mediática da história, uma das melhores de sempre, deixa para trás uma carreira super premiada, com múltiplos títulos e recordes, além de enorme impacto social fora dos "courts".
Serena Williams, para muitos a melhor tenista da história, terminou a carreira, na madrugada deste sábado, ao ser eliminada do Open dos Estados Unidos.
Em Nova Iorque, a jogar perante o seu público, num Major que venceu seis vezes, a lenda norte-americana, de 40 anos, atual 413.ª classificada do "ranking" WTA mas que durante tantos anos foi a número um, reagiu depois de ter perdido o primeiro set, perante a australiana Ajla Tomljanovic, 45.ª da hierarquia, mas cedeu no parcial decisivo. Serena despede-se do ténis com uma derrota por 7-5, 6-7 (4-7) e 6-1.
No final do encontro, chorou "lágrimas de alegria" e agradeceu aos pais e a todos os que a apoiaram "ao longo dos anos, décadas", incluindo a irmã, Venus Williams, que também fez uma carreira consagrada.
"Muito obrigada a todos, vocês foram fantásticos. Eu tentei, mas a Ajla jogou um pouco melhor. Obrigada, pai, sei que estás a ver-me. Obrigada, mãe. Quero agradecer a todos os que estão aqui e os que me apoiaram ao longos dos anos, décadas. Meu Deus, são décadas. Mas tudo começou com os meus pais e eles merecem tudo e por isso estou muito grata por eles. E eu não seria a Serena se não existisse a Venus, por isso, obrigada, Venus", agradeceu.
Num artigo na revista "Vogue", no início de agosto, antes do arranque do US Open, Serena deu a entender que este seria o último torneio da carreira. Na conferência de imprensa após o jogo, não confirmou a decisão, mas admitiu que estava pronta para desfrutar da vida longe do ténis e terminou com uma frase que poderá tornar-se icónica: "Estou tão feliz por ser Serena."

HISTÓRIA, HISTÓRIA E MAIS HISTÓRIA
Serena Williams deixa o ténis como um dos atletas mais premiados de sempre. Venceu 23 títulos do Grand Slam - sete na Austrália, três em Roland Garros, sete em Wimbledon e seis nos EUA -, o máximo na Era Open (quando os profissionais passaram a poder competir com amadores - antes de 1968, só amadores podiam disputar Majors e a Davis Cup) e apenas atrás de Margaret Court em toda a história.
Terminou o ano no primeiro lugar do "ranking" mundial de ténis cinco vezes e tem o recorde de semanas consecutivas na liderança: 186, marca que partilha com a alemã Steffi Graf.
Também em pares Serena foi grande, com sete títulos do Grand Slam, tendo chegado a conquistar os quatro Majors no espaço de um ano, com a irmã Venus. Venceu, ainda, quatro prémios Laureus para Desportista Feminina, em 2003, 2010, 2016 e 2018.
Se o título de melhor tenista de sempre pode ser discutido, há um em que ninguém bate Serena Williams: é a desportista mais mediática da história e a que mais dinheiro fez. Segundo a "Forbes", fez mais de 94 milhões de euros em prémios de carreira, o dobro de qualquer outra atleta na história.
Serena foi, também, um dos principais rostos dos desportistas negros no mundo. Ao lado da irmã, conquistou o ténis, um desporto predominantemente branco, tal como, por exemplo, Tiger Woods fez no golfe. Como Billie Jean King no seu tempo, a mais nova das irmãs Williams também lutou pelos direitos e reconhecimento das mulheres no ténis.
Personalidades dos vários quadrantes da sociedade norte-americana, e não só, como Michelle Obama, Ophrah Winfrey, Tiger Woods, Simone Biles, LeBron James, Bill Gates e muitos outros homenagearam Serena nas redes sociais.
Serena Williams deixa o ténis aos 40 anos e deixa para trás uma carreira ao nível dos maiores desportistas da história, com igual impacto fora dos "courts".

Fonte: Renascença (Inês Braga Sampaio)
Foto: Jornal Correio

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