Banco de sangue do grupo Melo em Braga = Negócio de
milhões à vista
O jornal de Notícias na sua edição do
dia 5 de Maio do ano em curso, no espaço Norte-Sul, achou por bem divulgar a
noticia que segue em anexo, quiçá porque se trata de um grupo da área da saúde
e, até dá uns espaços de publicidade a ganhar, mas, quando se trata de uma
associação de dadores de sangue, mandam a mesma ir apanhar favas no quintal
qualquer do vizinho, porque não interessa. É a imprensa que temos e merecemos.
Nós sabemos que o sangue que os dadores
doam sem contrapartidas, vale ouro, movimenta milhões de euros, basta lermos os
milhões que as unidades de saúde públicas e privadas devem durante anos ao
IPST, enquanto se reduz os apoios financeiros às associações que desenvolvem as
suas actividades nas comunidades onde estão localizadas. Estamos perante uma
flagrante injustiça que tarda em ser reparada.
Nós dadores, e por sua vez as
associações somos na verdade uma fonte de elevado rendimento, é típico neste
mísero País. Onde estão os ditos fervorosos defensores dos dadores em primeira
mão e, em segunda das associações vs grupos nelas filiados? A indignação é indescritível.
Este mundo da dádiva está inquinado, minado de interesses inconfessáveis. Somos
sugados até ao tutano…
Não procurem espetar o dedo muitas vezes
nos nossos olhos, porque podem complicar-se as coisas. O IPST abençoa estas
golpada? A Fox vai associar-se às campanhas de promoção a favor do Grupo Melo?
Os dadores estão ser “devorados”, com umas palmadinhas nas costas, sussurrando-lhes
aos ouvidos que é tudo a favor dos doentes, e movidos pelo nobre sentimento
solidário lá comparecem para disponibilizar o braço, e através dele é-lhe extraído
o que de mais valioso possuem a troco de nada, muitas das vezes de uma ilusão,
nem sequer do mísero valor da isenção beneficiam. Sou dador de sangue há umas
dezenas de anos, consequentemente fundador e presidente de uma associação de
dadores, pelo que sei do que digo.
Não resisto ao impulso de “Apelar” aos
dadores e associações daquela região para que abram os olhos, e procurem saber
como é que o negócio vai funcionar... mais não digo por agora.
Sou da opinião que os dadores devem
efectuar a sua dádiva nas brigadas promovidas pelas associações ou grupos que
já conhecem e, nunca num destes hospitais de nos trituram a pouca dignidade que
nos resta, que o então ministro da saúde se encarregou de destruir, quando
decidiu retirar a isenção das taxas moderadoras nos hospitais públicos,
tratando-nos abaixo de alguns animais considerados amigos do homem.
Concluo com profundo sentimento de
revolta e desgosto, porque quando um dador é cometido de uma doença grave, ou
outra, a primeira diligencia que efectua é junto da associação de dadores mais
próxima, mas, enquanto pode doar, por vezes até ofende e critica os dirigentes
das associações, por nada fazerem em seu benefício, mediante a reposição dos
incentivos á dádiva, no caso da isenção das taxas. Nunca é tarde para acordar!
Com esta opinião ponho-me a jeito para ser “devorado”, porque ainda existem
dadores incautos… dizem e está escrito.
Não assino pactos com o silêncio, com a
injustiça, com conivências, e não gosto de palmadinhas nas costas para me
convencerem que não é bem assim, ou que estou enganado.
Não sou contra a dádiva de sangue, bem
pelo contrário, o dador é soberano e faz do seu corpo o que quiser. Não aponte
o dedo a quem procura defender a sua dignidade.
J. Carlos
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