terça-feira, 18 de julho de 2017

Eu, Psicóloga: Síndrome do pânico : quando me torno refém do medo.



O QUE É

A Síndrome do Pânico é um tipo de  transtorno de ansiedade no qual o ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente . Com o tempo causa profundas mudanças no indivíduo, a pessoa passa a ter medo das coisas mais simples, como sair de casa ou andar de elevador, por exemplo.

Quem sofre de transtorno de pânico sofre crise de medo  agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia , seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque do coração.

CAUSAS

As causas exalas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite
que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:

• Genética
  Estresse
• Temperamento forte e suscetível ao estress.
• Mudanças na forma como o cérebro funcionas reage a determinadas situações.

Alguns estudos indicam que a resposta natural do corpo a situações de perigo esteja diretamente envolvida nas crises de pânico. Apesar disso, ainda não está claro por que esses ataques acontecem em situações nas quais não há qualquer evidência de perigo iminente. A Síndrome do Pânico pode surgir após alguma situação traumática vivida, por exemplo, um assalto, sequestro, acidente, entre outros.


PRINCIPAIS SINTOMAS DA CRISE DE PÂNICO


Ataques de pânico característicos da síndrome geralmente acontecem de repente e sem aviso prévio, em qualquer período do dia e também em qualquer situação, como enquanto a pessoa está dirigindo, fazendo compras no shopping, em meio a uma reunião de trabalho ou até mesmo dormindo.

O pico das crises de pânico geralmente dura cerca de 10 a 20 minutos, mas pode variar dependendo da pessoa e da intensidade do ataque. Além disso, alguns sintomas podem continuar por uma hora ou mais. É bom ficar atento, pois muitas vezes um ataque de pânico pode ser confundido com um ataque cardíaco.

Apesar de ser uma doença psicológica, o pânico provoca sintomas Físicos. São crises muito intensas, caracterizadas por:

Ansiedade
Palidez
Fraqueza
Suor intenso
Falta de ar
Palpitações
Tonturas
Tremores
Desmaio
Sensação de morte


TRATAMENTO

É necessária uma associação de medicamentos com psicoterapia.

Os remédios diminuem a ocorrência das crises e o tratamento psicológico ajuda a entender a causa das crises. Técnicas de controle de respiração e da ansiedade ajudam a amenizar as crises de pânico.

O QUE FAZER QUANDO ESTIVER TENDO UMA CRISE 

É muito importante não tentar lutar contra o pânico, pois este não é um mecanismo consciente, ele é decorrente de mecanismos automáticos cerebrais localizados em regiões automáticas ou não conscientes. Faz parte de um complexo sistema de defesa do organismo.

Mas a pessoa pode tomar algumas ações:

Recorrer a técnicas de relaxamento, como meditação ou preces, por exemplo
Usar qualquer técnica de distração como uma conversa suave, música suave, palavras que acalmem, massagem em regiões do corpo que produzem relaxamento
Controlar da respiração.

O controle da respiração, principalmente, é muito importante: inspirar lentamente e expirar lentamente, sem pressa. Em seguida, é recomendado o relaxamento de grupos musculares mais tensos (ir relaxando a face, a nuca e pescoço, os ombros, os braços, o tórax e assim sucessivamente). Um terceiro passo seria acomodar-se em local agradável, bem ventilado com vista o mais aberta possível e evitar locais fechados e abafados, afrouxar as roupas, sentir-se o mais confortável possível.

Além disso, os pensamentos no momento do ataque são muito importantes. A matriz do pânico é o medo. , e um medo incontrolável. Só quem já passou por um ataque de pânico entende o que estou escrevendo. É difícil conter esses pensamentos, por isso escrevemos todas as medidas anteriores para evitar os piores pensamentos. Dentre os piores temos o medo de morrer, o medo de perder o controle, a certeza de que algo muito ruim realmente irá acontecer, a certeza de que realmente estou muito doente e ninguém descobre ou me leva a sério, pois as sensações são reais.

Os pensamentos que devem ser priorizados nesses momento são aqueles que nos afastam do medo: a certeza lógica que é só uma ataque de pânico do qual não tenho controle, mas que irá passar; a fé de que nada me acontecerá de mal, a coragem para enfrentar situações adversas ("já passei por coisas piores e sobrevivi, vou sobreviver a esta também" - novamente a lógica tentando se impor sobre o "tsunami" ilógico do medo); tentar não ter medo do medo, e sim aprender com o medo. O medo existe para nos defender de algo e não para nos escravizar. O medo é nosso aliado e não nosso inimigo.

 Além disso, veja mais dicas : 

Siga à risca o tratamento e as orientações médicas e psicológicas. 
Faça parte de um grupo de apoio e compartilhe suas experiências sobre a síndrome do pânico
Evite o consumo exacerbado de cafeína e bebidas alcoólicas
Corte as drogas recreativas
Pratique exercícios de relaxamento, como alongamentos, yoga, respiração profunda e relaxamento muscular
Pratique exercícios físicos regularmente, principalmente atividades aeróbicas
Vá dormir cedo e descanse. Horas regulares de sono podem ajudar a controlar o medo e ansiedade.


Quero acrescentar que essas são medidas imediatas e paliativas, até que a pessoa possa procurar um especialista competente, pois somente com o uso de medicamentos especializados pode-se tratar adequadamente uma síndrome de pânico.


CURIOSIDADES
  • A  Síndrome do Pânico atinge duas vezes mais as mulheres que homens, especialmente entre os 18-35 anos.
  •  Quando não tratada, a síndrome leva o indivíduo a desenvolver diversas fobias que vão limitando sua vida, afastando-os dos amigos e familiares e tornando a pessoa cada vez mais reclusa dentro de casa.
Debora Oliveira
Psicóloga Clínica 

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