sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Homem de fé, excepcional esportista católico


Plinio Maria Solimeo
Jornais do mundo inteiro passaram a noticiar amplamente a morte de uma das mais famosas estrelas do esporte, Kobe Bryant [foto], ex-jogador de basquete americano, considerado um dos mais completos esportistas do mundo. Numa queda do helicóptero, ocorrida no dia 26 último, próximo a Calabasas, na Califórnia, morreram o atleta, sua filha, de 13 anos, o piloto e outros seis passageiros.
Páginas e páginas foram dedicadas à memória do super-star pela midia, enaltecendo suas qualidades humanas e esportivas, em todos os quadrantes. Entretanto, muito pouco se falou de sua fé religiosa como católico praticante que era.
Visando sanar essa lacuna para os leitores brasileiros, dedicamos este artigo.
                Kobe nasceu em Filadelfia no ano de 1976, em uma família católica. Quando tinha seis anos, mudou-se para uma pequena cidade da Itália, a uma hora do centro de Roma. Por isso, falava correntemente o italiano.
                Voltando aos Estados Unidos aos 14 anos, tornou-se o maior jogador de basquete ginasial, e entrou para a National Basketball Association imediatamente logo após diplomar-se na universidade em 1996. Começou então sua carreira profissional nos Los Angeles Lakers, do qual seria durante 20 anos a principal estrela, com tanto sucesso, que muitos o viam como “o próximo Michael Jordan”, a legenda máxima desse esporte nos Estados Unidos.
Realmente, pelos Lakers Kobe Bryant foi cinco vezes campeão da NBA, bicampeão olímpico pelos Estados Unidos, o jogador mais valioso da Liga, e o terceiro máximo cestinha da história da NBA, participando de sua seleção All Star por 18 vezes.
                        Em 2001, aos 23 anos, Kobe casou-se com Vanessa Laine, de 19, na igreja católica de Santo Eduardo, em Dana Point, na Califória. Dois anos depois, tiveram a primeira filha, Natália.
Falta de vigilância e queda
                Embora católico praticante Kobe, quando tinha cerca de 25 anos, estando em 2003 num hotel de luxo no Colorado para uma cirurgia no joelho, sucumbiu à tentação pecando com uma jovem local. Esta, dada a fama de que já gozava o jogador e visando ganhar dinheiro fácil, o acusou à justiça de a ter estuprado. Ato negado pelo atleta.
Contudo Bryan teve que responder a um processo criminal, no qual alegou que não foi um estupro, mas um caso consentido. Mas ele não se limitou a isso. Compareceu então diante da imprensa junto com sua esposa Vanessa [foto ao lado], para pedir desculpas à ela por lhe ter sido infiel. Depois fez uma declaração pública na qual pediu novamente desculpas à sua mulher, à família da mulher em causa, à sua própria família, e à população da cidade do Colorado onde ocorreu o lamentável incidente.

Ele admitiu que teve relações sexuais com a mulher em questão, mas negou que tivesse sido uma violação. Em 2004, um juiz arquivou a acusação de estupro, mas a mulher entrou com uma ação civil contra Bryant, que foi resolvida com um alto acordo financeiro fora do tribunal.
                Entretanto, o mal estava feito e, além do grande dano à sua família, seus principais patrocinadores o abandonaram, e sua reputação ficou severamente danificada.
                Bryan diz que não se importou muito com a perda financeira, mas que “a única coisa que realmente me ajudou durante esse processo – eu sou católico, cresci como católico, minhas filhas são católicas – foi conversar com sacerdote”, que o animou a seguir em frente.
                A cantora e atriz Cristina Ballestro, amiga da família, afirmou que, então “Seu traço mais inspirado foi sua decisão de voltar-se para sua fé em Deus, dele receber sua misericórdia, e de ser um melhor homem depois desse lamentável caso”.
Problemas familiares e vida religiosa
                Vanessa, que esteve junto ao marido em todo o caso acima, mais tarde, em 2011, entrou em trâmite para pedir o divórcio, citando “diferenças irreconciliáveis”. Kobe, no entanto, afirmou que estava decidido a não abrir mão de seu casamento. O que levou a esposa, dois anos depois, a anular a petição de divórcio, e recompor a família. Depois da reconciliação, eles tiveram mais uma filha em 2016, e uma quarta em 2019.

                Em 2016 Kobe Bryant deixou definitivamente de jogar e, com a esposa, passou a dedicar mais tempo à sua fundação dedicada “a melhorar a vida de jovens e famílias necessitadas”, em particular dos sem tetos.
                O casal Byant frequentava habitualmente a igreja Nossa Senhora Rainha dos Anjos, no Orange County, na Califórnia. Eles iam aos domingos geralmente na missa das 7 da manhã e, para que sua presença não distraísse as pessoas do Santo Sacrifício, eles se sentavam no fundo do templo, geralmente saindo um pouco antes do término das funções, para evitar a popularidade.
                A já citada Cristina Ballestero relatou em seu Instagram que um dia de semana em que foi à catedral da Sagrada Família em Orange, Kobe estava presente, e ela sentou-se atrás dele. Na hora da Comunhão, o atleta cedeu-lhe a passagem na fila, indo receber a Comunhão depois dela. Cristina comenta: “Foi uma experiência genial comungar antes dele, e de o ver assistindo a uma missa em dia de semana”.
Últimos momentos
                No fatídico domingo 26 de janeiro, Kobe Bryant e sua filha Gianna foram à missa das 7:00h da manhã. Terminada esta, foram diretamente para o aeroporto John Wayne, do Orange County, e embarcaram no helicóptero rumo à Academia Mamba, de Kobe, em Thousand Oaks, para a prática de basquete da filha. Foi então que ocorreu o acidente.
                O radialista católico Jason Evert, comentando esse fato, afirmou: “Que bênção o saber que Kobe se levantou cedo no domingo de manhã, de modo a poder receber a Sagrada Comunhão antes de o helicóptero partir às 9 horas. Rezemos muito por sua família, que começa uma vida nova sem um pai e um marido”.
ABIM

Nenhum comentário:

Postar um comentário