Paulo Portas tinha pedido para não chorarem no seu adeus ao CDS, mas foi ele quem verteu lágrimas no congresso de eleição de Assunção Cristas como a nova líder do partido.
Ao fim de 16 anos de liderança, Paulo Portas despediu-se do CDS no Pavilhão Multiusos de Gondomar, durante o congresso que marca o arranque da nova líder Assunção Cristas. E o ex-vice-primeiro-ministro emocionou-se por várias vezes.
Aos 53 anos, Portas sai de cena para dedicar-se ao mundo empresarial e estará a ser disputado pela SIC e pela TVI que querem contar com ele como comentador, noticia o Jornal de Notícias.
No entanto, ninguém duvida de que voltará à política, nomeadamente para uma possível candidatura presidencial. Um tabu que o próprio Portas quis alimentar no seu discurso, pedindo para não lhe perguntarem onde estará daqui a 10 anos, ao cabo de dois potenciais mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República.
E se é certo que a emoção marcou o seu discurso, mas a política também com o já ex-líder centrista acriticar fortemente o Banco de Portugal e o governador Carlos Costa, por causa do processo de venda do Novo Banco, e também retomando farpas contra “a geringonça” de Esquerda.
Segurança e bom senso com Cristas
Portas apelou ainda aos eleitores do CDS para não serem tentados pelo voto útil no PSD e depois abriu caminho a Assunção Cristas recorrendo à expressão inglesa “a safe pair of hands” para dizer que ela é “um par de mãos seguras” para o partido.
E a nova líder do CDS promete que, neste congresso, a renovação “vai ficar evidente”. “O CDS mostrará que está aberto para se renovar” e “aberto a abrir-se a todos”, disse ainda a ex-ministra da Agricultura, notando que quer o partido a “crescer o mais que puder” e a “falar para todas as pessoas sem excepção, para pessoas de todas as idades”.
Com 41 anos e mãe de 4 filhos, Assunção Cristas carrega o pesado fardo de suceder a Portas, o homem que vincou a estratégia centrista durante quase duas décadas e que terá influenciado a escolha da deputada como a sua sucessora.
Portas vê o “bom senso” como a grande qualidade da nova líder do CDS, segundo refere um artigo do Público, onde o dirigente do CDS Diogo Feio diz que ela é “desconcertantemente directa”.
Conhecida nos corredores do CDS como “Boss AC“, segundo escreve a jornalista Eunice Lourenço naRádio Renascença, ela promete uma liderança “irreverente” e com “Ambição e Responsabilidade”, conforme refere na moção de estratégia ao congresso.
Nesse documento, citado pela Renascença, promete também defender um “estado social de parceria” com os privados, nomeadamente na Saúde e na Educação, e lutar pela possibilidade de alargamento da ADSE a todos os trabalhadores.
Também fala de um “país amigo da família” e imagina como será Portugal daqui a 20 anos, traçando um país quase perfeito fruto de políticas levadas a cabo pelo seu CDS.
SV, ZAP
NB: Por onde andam os olhos da justiça? Não há prestação de contas?
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