quinta-feira, 30 de junho de 2016

FMI PEDE MAIS MEDIDAS AO GOVERNO


 
Julien Warnand / EPA
Christine Lagarde, Mario Draghi
Christine Lagarde, Mario Draghi
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista em relação à economia portuguesa, esperando agora que o PIB cresça 1,0% este ano, abaixo do que previa em abril e do que ainda antecipa o Governo.
Num comunicado após a conclusão da quarta missão de monitorização pós-programa (e também no âmbito do artigo V) divulgado esta quinta-feira, o FMI reviu em baixa as previsões de crescimento económico para 1,0%, menos 0,4 pontos percentuais que os 1,4% previstos em abril no World Economic Outlook.
A instituição liderada por Christine Lagarde justifica esta revisão em baixa com oabrandamento da economia portuguesa verificado desde meados do ano passado e com o aumento da incerteza a nível externo.
“Embora o consumo privado continue a crescer de forma robusta, o investimento e as exportações enfraqueceram, refletindo um aumento da incerteza e uma quebra acentuada em alguns mercados para os produtos portugueses. Em resultado, o PIB em termos reais caiu para 0,9% no primeiro trimestre de 2016 (em termos homólogos) e projetamos que cresça 1,0% no conjunto do ano”, afirma a equipa do FMI.
Os técnicos do Fundo reviram também em baixa as previsões no médio prazo, esperando agora que a economia portuguesa avance 1,1% em 2017, quando em abril estimavam que o PIB crescesse 1,3% nesse ano, admitindo que o cenário se alterou nos últimos dois meses.
“Esperamos que o crescimento acelere gradualmente para perto de 1,2%, uma vez que a rigidez estrutural e a dívida do setor privado estão a demorar mais tempo a resolver do que o que assumimos previamente”, afirma.
Além disso, o FMI admite que os “riscos negativos à previsão aumentaram devido à diminuição da poupança das famílias, à tímida confiança dos investidores e à maior incerteza externa, incluindo o resultado do referendo do Reino Unido”.

Reformas

No comunicado divulgado hoje, o Fundo também reviu ligeiramente em alta a taxa de desemprego deste ano e do próximo, de 11,6% para 11,8% e de 11,1% para 11,3%, respectivamente.
Esta revisão é anunciada no dia em que o INE divulgou a sua estimativa provisória da taxa de desemprego, que terá ficado inalterada em maio nos 11,6%, face a abril, recuando 0,8 pontos percentuais relativamente ao período homólogo.
A instituição sediada em Washington defende que avançar com as reformas estruturais “é essencial para estimular a convergência de salários e a criação de trabalho, sobretudo dado o crescimento de desafios demográficos”.
Considerando que Portugal alcançou “avanços significativos” durante o programa de ajustamento, “melhorando a flexibilidade e competitividade do mercado de trabalho”, a equipa do FMI defende que “é importante que esses progressos sejam levados para a frente”.
“Uma alteração na direção das reformas pode aumentar a incerteza que já está a prejudicar o investimento e a diminuir as perspetivas de crescimento, emprego e rendimento”, afirma.
Nesse sentido, os técnicos consideram que a reversão das políticas do anterior Governo pode ter “consequências adversas na competitividade das empresas portuguesas”.
No Programa de Estabilidade 2016-2020 enviado a Bruxelas no final de abril, o Governo manteve a estimativa de crescimento económico para este ano, de 1,8%.
Numa entrevista ao Público, divulgada na quarta-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu uma revisão das previsões para 2016 em outubro, quando apresentar o Orçamento para 2017, e considerou que o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) é uma alteração que tem de ser considerada como “estrutural na envolvente da economia portuguesa” pelo impacto na União Europeia e pelas “relações fortes e diretas” que Portugal tem com o país.
Por sua vez, o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Subir Lall, disse, também na quarta-feira, que o impacto macroeconómico do Brexit em Portugal será muito reduzido, mesmo que a procura britânica de bens e serviços abrande.
/Lusa
Comentário: esta gente esmaga a dignidade do povo português. Esta situação deve-mo-la aos políticos que se têm governado há 40 anos: PS, PSD e CDS, ainda não assumem a responsabilidade pelas politicas desastrosas que implementam.
J. Carlos

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