segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Caos na América, atentado no Quebeque (& precários no Fisco)

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director do Público
 
Bom dia!
Um atentado contra uma mesquita no Quebeque matou seis pessoas, durante as orações de domingo à noite. O primeiro-ministro canadiano, que tinha aberto as fronteiras para todos os que ficassem à porta dos EUA, qualificou o caso como “um ataque terrorista contra muçulmanos”. A notícia está em permanente actualização aqui.
Uma parte da América levantou-se contra Trump. Houve protestos em várias cidades, congressistas republicanos dispostos a votar contratribunais a desafiar o decreto presidencial, líderes europeus a lembrar o que dizem os tratados. Desde que Donald Trump assinou um papel travando a entrada de imigrantes e refugiados muçulmanos nos EUA, que meia América entrou em choque. Daqui, de Lisboa, dizemos sem rodeios que tudo isto é irracional, perigoso, islamofóbico e divisivo. E talvez se possa dizer isto: desta forma, Trump vai ter mais inimigos do que nunca, nas palavras da Alexandra Lucas Coelho.
Em França, os socialistas escolheram a esquerda da esquerda. Benoît Hamon é o vencedor das primárias socialistas em França, com 58,88% dos votos, derrotando o ex-primeiro-ministro Manuel Valls. O desafio será agora manter o Partido Socialista unido - o que não parece fácil. Na primeira sondagem pós-primárias, o Le Figaro mostra que Marine Le Pen, Fillon e Macron partem bem na frente do candidato oficial socialista.
O FMI diz que a Grécia tem 3 semanas para evitar um desastre. Um relatório do Fundo voltou a alertar para o problema "explosivo" da dívida grega e pediu um acordo global na próxima reunião do Eurogrupo. Há quem tenha voltado a falar na hipótese de eleições antecipadas - e de uma saída da Grécia do euro.

As notícias do dia

Há 900 estagiários no Fisco há dois anossem saber quando acaba o curso. O caso já chegou ao Provedor de Justiça - e põe mais pressão sobre o Governo na semana em que é suposto ser apresentado o Governo apresenta o relatório prometido à esquerda sobre a precariedade no Estado.
O PS pôs o Fisco em tribunal. Os socialistas defendem que a lei prevê a devolução do IVA gasto durante as campanhas - mas estão sozinhos a pedi-lo. Os maiores pedidos de devolução do imposto ainda nem chegaram aos tribunais, conta aTSF.
O Amadora-Sintra teve doentes internados três anos por não terem para onde ir. O presidente do Hospital reconhece que o estabelecimento é um "patinho feio" pela "má fama" das urgências e promete alterar essa realidade. Começou, por exemplo, por arranjar camas fora do hospital para os casos sociais. Mas é o hospital que tem de pagar, diz nesta entrevista à Romana Borja-Santos.
Outra entrevista, a João Salgueiro. O ex-presidente da CGD diz que o melhor é vender mesmo o Novo Banco (desde que exista uma proposta "razoável"), critica uma decisão de António Domingues na Caixa, lamenta a pouca confiança que o país merece e anota a sua desconfiança face ao futuro do euro.
O Novo Banco tem um novo interessado. Mas o Banco de Portugal sugeriu que se juntasse a um dos actuais concorrentes, diz o Negócios. Marques Mendes acrescentou ontem que o fundo americano Lone Star pode mesmo desistir da exigência de garantias de Estado, tal como pediu Mário Centeno.
Os holandeses estão curiosos com a 'geringonça'. Dirigentes do partido de Dijsselbloem, o muito crítico presidente do Eurogrupo, vieram a Lisboa perceber como ela funciona, conta a Liliana Valente (isto apesar das incertezas, como aquela com que o PCP surpreendeu Governo e a câmara de Lisboa, pondo em risco a passagem da Carris para a autarquia).

As melhores reportagens 

500 anos depois, os Habib andam à procura de casa em Portugal. É da Turquia que chegam mais pedidos de nacionalidade de descendentes dos judeus obrigados a sair do país no século XV. Metade da família Habib, de Istambul, já é portuguesa. Vieram todos em excursão ao país de onde afinal saíram. Andavam pelas ruas de Lisboa muito atentos: “Será que são como nós?”. A reportagem é da Catarina Gomes e do Rui Gaudêncio, foi capa do P2 de ontem e o nosso texto mais lido do fim-de-semana.
Mortes que não se contam. Há milhares de mortos anónimos, em plena Europa de 2017. E há quem se dedique a humanizar a tragédia do Mediterrâneo, dando nomes, fazendo cerimónias e escrevendo certidões. O texto é do Paulo Pena e de Ingeborn Eliassen, e faz parte da parceira Investigate Europe que junta nove jornalistas de oito países europeus, incluindo o PÚBLICO.
Hoje acontece
  • O Governo apresenta a sua estratégia para reagir à quarta revolução industrial -60 medidas ao todo.
  • É o último dia para ir ao aumento de capital do BCP. 
  • O INE mostra os dados provisórios do emprego e desemprego relativos a Dezembro.
  • Na Alemanha, termina o congresso do SPD, de onde Martin Schulz sai como candidato a chanceler.
  • O Benfica volta ao campeonato, numa deslocação a Setúbal que se segue ao desaire da Taça da Liga - já com Fejsa e Mitroglu entre os convocados.

Só um minuto 

Para lhe mostrar coisas boas: a nossa escalada no ranking dos países mais pacíficos do mundo (o que nestes dias é dizer muito). A nossa ultrapassagem ao Reino Unidono ranking dos melhores sistemas de Saúde do mundo. O encontro do Moreirense com a história, na final da Taça da Liga, dando uma alegria única aos sócios de um clube que nunca sonharam um título nacional.
E estas dez praias para nos fazer sorrir (e mostrar mil sorrisos, como dizia a capa daFugas desta semana).
De um modo ou de outro, achei que era bom acabar hoje com uma série de textos animadores. Espero que tenhamos mais para lhe contar, também de bom, ao longo do dia. 
Até já!

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