quinta-feira, 30 de março de 2017

Maratonas fazem mal à saúde, avisam cientistas


Estudo concluiu que maioria dos maratonistas sofre de insuficiência renal no final de uma corrida
EPA/QUIQUE GARCIA
As maratonas podem ser prejudiciais para a saúde, concluiu um grupo de investigadores: um estudo realizado pela Universidade de Yale, nos EUA, indica que 80% dos participantes numa maratona são afetados por problemas renais devido à desidratação.

Ainda que, assinala o estudo, os rins dos maratonistas recuperem em dois dias dos efeitos da corrida de 42 quilómetros, esta conclusão levanta questões sobre os potenciais efeitos a longo prazo de uma maratona, numa altura em que correr longas distâncias é uma das atividades mais populares entre os praticantes de exercício físico.

O estudo foi publicado no American Journal of Kidney Diseases, refere o The Telegraph, uma publicação dedicada à investigação na área das doenças renais. Uma equipa de investigadores, liderada pelo professor Chirag Parikh, estudou um grupo de participantes na maratona de Hartford, em 2015. Foram recolhidas amostras de sangue e urina antes e depois da competição desportiva, tendo sido depois analisados uma série de marcadores que indiciam problemas renais.

Os investigadores concluíram que 82% dos corredores que tinham participado no estudo apresentavam insuficiência renal aguda logo após a corrida: os rins tinham dificuldades ao filtrar o sangue. Segundo o líder da investigação, o rim respondia ao stress físico de uma maratona da mesma forma que responderia, por exemplo, se houvesse complicações decorrentes de uma cirurgia.

Os problemas renais após a maratona serão causados, indica o estudo, pela subida da temperatura corporal durante a maratona, a desidratação ou pela diminuição do fluxo sanguíneo para os rins que ocorre no decurso da corrida.

Apesar da recuperação do rim em dois dias após a maratona, os cientistas alertam que se levantam questões sérias relacionadas com a atividade física intensa repetida ao longo do tempo, sobretudo nos climas mais quentes. "É necessário investigar mais a fundo", referiu Chirag Parikh, já que a pesquisa médica recente indica também que poderão ser registadas alterações na função cardíaca decorrentes da corrida de distâncias longas.

Fonte: DN

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