Tautologia – retornar
(de novo)
(de novo)
Se não havia satisfação plena na gestão
do Ministério da Saúde, no que concerne aos dadores benévolos de sangue, com a
ascensão do secretário de Estado adjunto a ministro, poderemos ficar pior. A
investigação e a formação são consideradas áreas importantes para o
desenvolvimento técnico e científico, sem as quais a disponibilidade de sangue
e componentes sanguíneos de qualidade, seguros e eficazes ficará, por certo,
comprometida. Quais são, afinal, as competências do Instituto Português do Sangue
e da Transplantação - IPST, IP?
Mário Freitas - Cidadão |
No cômputo geral não há, segundo
percebo, agrado universalizado dos dadores benévolos e de alguns conscientes
dirigentes no seio da dádiva de sangue. Se os meus 23 anos de militante
irrefreável no associativismo (1990/2013), ter iniciado a dádiva aos dezoito anos
(1962) servir de referência, assevero perfilhar inteiramente, com os
deprimidos, os céticos, e demais conscientes e criteriosos autónomos seguidores
da nobre causa! O insucesso da política praticada nos últimos anos, pelo
Ministério/ IPST, IP, obrigou que o erário gastasse milhares de euros na
promoção da dádiva sem corolário. Vejamos em particular o que se passa com questões
básicas:
Regularizar o «seguro do dador» na sua
plenitude não no que refere o artigo 3º, alínea b) do Decreto-Lei nº 83/2013 de
24 de Junho.
É ridículo e discriminador considerar
“dador seguro” unicamente o que é convocado. E os que anonimamente comparecem
nos diversos postos de colheita?
Análoga questão é a que se arrasta por
tempo demasiado, penalizador e descortês, para quem altruística e benevolamente
é a mais-valia e alicerce da dádiva de sangue – a punida e injustíssima taxa
moderadora. Recordar, também, que a pretensa isenção deve ser aplicada aos
bombeiros imprescindíveis soldados da paz Outro berbicacho por solucionar é o
Cartão Nacional de Dador de Sangue (CNDS) instituído desde 2011. Não é
funcional porque muitos serviços não têm leitores o que o torna obsoleto. Uma
outra contenda que demora a ser definida é o «Estatuto do Dador» (Lei 37/2012
de 27 Agosto).
A existência de duas Federações é
incongruente face à política de austeridade. A tutela tem que interceder e modificar
o ambiente federativo. Encontram-se de costas voltadas são divisionistas, não
efetuam sessões de colheita nem desempenham, na íntegra o papel de entidade
promotora da dádiva de sangue mas sim, no substancial, reguladoras junto das
suas associadas. Só a fusão de ambas irá aumentar a produtividade.
O plasma recolhido em Portugal vai
começar a ser totalmente utilizado a partir do próximo ano, através de um
programa que permitirá, pela primeira vez, a transformação deste produto em
medicamentos. Promessa do IPST, IP!
De igual modo a inactivação do plasma
português para transfusões que já é feita poderia ter, se não fossem os
“interesses”, permitir o tratamento do plasma remanescente como matéria - prima
para a produção de medicamentos derivados do plasma em vez ir para o lixo.
Segundo se sabe em 2013 Portugal gastou
cerca de quarenta milhões de euros na aquisição de derivados do plasma
(imunoglobulina, fator VIII, albumina, fator IX, fator von Willebrand). Nesse
ano foram colhidas 362 mil unidades de sangue.
Se não fosse uma reportagem televisiva a
denunciar o desperdício de plasma doado pelos dadores portugueses e o gasto de
milhões de euros na compra de plasma à empresa Octapharma, nada se teria
alterado. A Procuradoria-Geral da República não teria levantado um inquérito, “a
correr termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP)” em
investigação e em segredo de justiça.
Fonte: Barlavento Quinta-feira, 05 novembro 2015,
Página 22
(Semanário Regional do Algarve)
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