Directa ou indirectamente os
dadores de sangue sempre pagaram as taxas moderadoras
Acontecia com o anterior
cartão nacional de dador, porque os serviços onde os dadores se dirigiam
desculpavam-se, alegando que a banda magnética estava danificada, ou alegando
que o cartão estava desactualizado, tinha que haver sempre uma desculpa para
que levasse o dador a pagar o valor que não devia.
Com a circulação
de um novo cartão, a situação ainda se complicou mais, considerando que os
ditos centros de saúde não são detentores do sistema informático para ler o
chip vs histórico. Mais um esquema que interessa ao sistema: cobrar valores a
quem é solidário, paga para o ser, e por vezes ainda acaba por ouvir o que
devia: “o senhor, então dá sangue com o propósito de beneficiar da isenção das
taxas moderadoras?”.
Outras vezes
entra-nos pelos ouvidos: “ vocês dadores de sangue, já não têm direito a nada,
as regalias que tinham acabaram”. Mais, sempre existiram funcionários do IPS
que nos diziam na cara que não devíamos ter “direito” a esses benefícios vs
incentivos, o que não deixa de ser surrealista.
Este o modelo do novo Cartão Nacional de Dador de Sangue |
O desrespeito
que se instalou no SNS pelos dadores de sangue, só por si era motivo mais do
que suficiente para comparecer cada vez menos nos locais de colheitas. Estamos
perante reflexos típicos da sociedade portuguesa, e dificilmente serão
erradicados considerando que a mesma está enferma de indiferença, possessa de egoísmo.
O anterior
ministro da saúde – o que vemos neste recorte – tomou os dadores como alvo a
abater, pois as medidas legislativas que implementou assim o comprovam.
Da parte do
conselho directivo do IPST nem uma tomada de posição a favor dos dadores foi
tomada, bem pelo contrário, optou pelo caminho mais fácil: a isenção das taxas
moderadoras deixou de ser assunto, o que não surpreendeu assim tanto, apesar de
ter motivado alguma perplexidade junto das associações de dadores, que
manifestaram a sua indignação.
O modelo de
relacionamento de alguns funcionários do IPST nem sempre agrada aos dadores de
sangue, menos ainda no que diz respeito a alguns médicos – na verdade existem excepções
– pela forma como são chamados para a avaliação médica que antecede a colheita
de sangue.
O estilo é: “o
primeiro, próximo, seguinte ou outro”. O mesmo acontece com os enfermeiros,
tornou-se numa prática corrente. Ao que é dado saber, o sistema funciona
informático funciona em online, ou seja, o nome do dador é visto no monitor de
todos os computadores.
O estilo é: “o
primeiro, próximo, seguinte ou outro”. O mesmo acontece com os enfermeiros,
tornou-se numa prática corrente. Ao que é dado saber, o sistema funciona
informático funciona em online, ou seja, o nome do dador é visto no monitor de
todos os computadores.
J. Carlos
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