terça-feira, 28 de março de 2017

Na banca, não há saídas fáceis (sobre o Montepio e Novo Banco)

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
 
A Casa Branca anunciou mais uma ordem de Trumpdesfazer a política de Obama contra as alterações climáticas. Os objectivos para limitar as emissões poluentes vão mesmo acabar na América.
Theresa May manteve-se firme na Escócia"Unidos, somos uma força imparável", disse a primeira-ministra britânica, um dia antes de o Parlamento autonómico votar a convocação de um segundo referendo pela independência. Sturgeon, por seu lado, manteve os seus planos - e o calendário desse referendo.
Adele avisou que pode não voltar a tournées. Depois de uma volta por estádios da Austrália e Nova Zelândia, a cantora voltou a dizer que aquela não é a sua praia - e avisou os 40 mil fãs presentes no último concerto: "Não sei se alguma vez mais farei isto".
Também na Austrália, foram descobertas 150 pegadas de 21 espécies de dinossauros. Os cientistas estimam que as pegadas tenham entre 90 e 115 milhões de anos, sendo que algumas pertenceriam aos maiores dinossauros conhecidos.

As notícias do dia 

O Montepio volta à manchete: contam o Vítor Costa e a Cristina Ferreira que o Conselho Nacional de Supervisores (que junta Banco de Portugal, CMVM, Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões) pediu várias vezes ao Governo, ao longo de 2016, uma mudança no código que regula a Associação Mutualista Montepio Geral. Mas o Governo de António Costa parece não ter planos para alterar legislação. Os alertas já vêm de 2014. O nosso título, por isso, é este: Governo ignorou supervisores e manteve lei que regula Montepio
Mas há mais uma notícia sobre o Montepio (e também não nos deixa descansados): diz o Negócios que a Associação Mutualista rejeita mudar nome do banco - ao contrário do que foi admitido pelo presidente executivo do banco, e do que é pedido pelo Banco de Portugal.
No Novo Banco também não há saída fácilA banca está descontente com as condições da venda, que parecem ser aceites pelo Governo. E a esquerda também. No Editorial de hoje falamos sobre isso - as cartas marcadas no Novo Banco.
Negócio quase fechado é o da OPA lançada ontem pela EDP. A oferta sobre a sua subsidiária para as energias renováveis vale 1334 milhões de euros. Isto depois de vender uma empresa em Espanha por 2500 milhões de euros. O preço da EDP Renováveis disparou em bolsa - e já passa o valor da OPA.
Na Economia vale ainda o alerta de Bruxelas sobre a estratégia do Governo na redução da despesa. E também sobre a redução das penalizações por reforma antecipada. Em abono do Governo, os primeiros meses de execução do Orçamento parecem dar bons sinais.
Na política, anote o dia provável das autárquicasdia 1 de Outubro. Antes disso, os reembolsos de IRS vão aumentar em 104 câmaras, um terço do país autárquico, anota o Negócios.
E também o que diz Paulo Portas sobre directas, primárias e referendos"São o reino das minorias activistas”.
Na Justiça, há uma promessa vinda da PGR: diz o DN que vêm aí superequipas para investigar crimes de corrupção (mas já não havia?).
E uma evolução no caso dos Comandoso MP vai indiciar instrutores de todos os grupos do curso 127.

Outras leituras 

Chegou a hora de enterrar Lenine? Há mais de 90 anos que o corpo embalsamado do fundador da União Soviética está exposto num mausoléu na Praça Vermelha. A maioria dos russos quer que seja enterrado. O centenário da revolução será a oportunidade para sepultar o último símbolo da era comunista? O João Ruela Ribeiro voltou a uma dúvida que os governantes russos preferiam ver enterrada: goodbye Lenin?
A Europa "não está parada à espera dos Estados Unidos”. Embora ainda aguarde que a equipa de Trump esteja completa para saber até onde irá em matéria de proteccionismo, a Comissão já negoceia em várias frentes. A comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, falou com a Teresa de Sousa e explicou o que está a preparar.
A fotojornalista portuguesa que a Time anda a seguir. Enquanto crescia em Vila Real, Violeta Santos Moura estava longe de imaginar que um dia seria considerada, pela revista Time, uma das 34 vozes femininas mais relevantes do fotojornalismo mundial. “Foi uma surpresa”, confessa ao PÚBLICO em entrevista, com a mesma frontalidade com que nos diz isto: "Há poucas mulheres nesta profissão porque existe, efectivamente, uma desvantagem em ser mulher nesta profissão". E porquê? Por isto.
Os corais estão a morrer - e a culpa é nossa. A Grande Barreira de Coral está em perigo mais do que nunca. E as más notícias não vêm só da Austrália: noutras partes do mundo vemos o branqueamento dos corais por causa das alterações climáticas. Lembram-se da primeira notícia desta newsletter? A Teresa Serafim explica (a quem queira realmente perceber). 

Hoje na agenda
  • No Parlamento, regressa o Inquérito Parlamentar à nomeação e a demissão de António Domingues na CGD.
  • O Parlamento escocês vota a convocação de um novo referendo sobre a independência.
  • É conhecida a sentença do terrorista conhecido como Carlos, o Chacal.
  • De volta à Madeira, muitos anos depois, a selecção nacional de futebol recebe a Suécia (para um jogo amigável). Fernando Santos parece imune ao que se segue - que é um clássico.

Duas surpresas num minuto  

O “Marv" de 'Sozinho em Casa' está de volta à televisão – e nem sequer é Natal. A segunda temporada de Love, comédia romântica da Netflix em formato série, pisca o olho aos fãs dos repetidíssimos filmes dos anos 1990. E dá-lhes lugar de destaque na cultura pop. O Hugo Torres avisa: este artigo contém spoilers.
Quem se lembra de Ivaylo Iordanov? Por altura do Mundial de 1998, um jornalista da Globo entrevistou o então jogador do Sporting e da selecção da Bulgária, a quem quatro meses antes tinha sido diagnosticada esclerose múltipla. Quase 20 anos depois o repórter brasileiro voltou a encontrar-se com o antigo avançado. E levou-lhe uma surpresa especial (que o deixou a chorar de alegria).
Sim, hoje voltámos aos anos 90 para lembrar como fomos felizes. Mas mantemos os pés firmes no dia de hoje, com um irritante optimismo. Isso: ponha aquele sorriso, ligue-se a nós, aproveite bem o dia. Amanhã aqui estaremos outra vez, para lançar o próximo. 
Tudo de bom. Até já!

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