segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Exposição internacional ultrapassa fronteiras e traz a Águeda 40 artistas de todo o mundo. “(IM)MATERIALITY” vai estar patente no Centro de Artes de Águeda até dia 15 de janeiro do próximo ano

 A Câmara Municipal de Águeda inaugurou, no sábado, no Espaço Expositivo do Centro de Artes de Águeda (CAA), a exposição coletiva internacional “(IM)MATERIALITY” que reúne cerca de 40 artistas de diferentes origens e cinco curadores, exibindo em três núcleos distintos, expressões artísticas que vão da pintura ao desenho, passando pela fotografia, escultura e instalação.
Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara de Águeda, no momento da inauguração, que contou com a presença de curadores e artistas, salientou a importância desta exposição que “enriquece Águeda” e atrai ao CAA artistas de renome internacional. “Esta exposição é, para nós, uma surpresa muito agradável, que demonstra que a cultura ultrapassa quaisquer fronteiras. Águeda é, com esta exposição, uma cidade mais rica e quem visitar esta mostra sairá, sem dúvida, muito satisfeito”, disse, convidando a população a apreciar estas obras que estarão patentes no CAA até dia 15 de janeiro do próximo ano.
O Vereador da Cultura frisou também que a exposição evidencia ainda uma aposta cada vez mais sustentada na promoção de Águeda como um concelho produtor de arte e cultura, proporcionado a oportunidade para que jovens artistas possam “mostrar o seu potencial artístico e dar a conhecer as suas obras”.
Uma das artistas, Susana Cereja, trouxe ao CAA a “Boadicea”, a sua maior peça em tapeçaria de arraiolos. “Fiquei super feliz por poder ser exposta aqui, porque para além de artista sou arquiteta e o espaço é extraordinário, tem imensa qualidade e penso que a exposição ganhou imenso com ele”, salientou. Também Sofia Yala esteve em Águeda, onde tem exposta uma das suas obras, que reflete “o percurso das migrações, da minha família”, tendo a mala como um “simbolismo” especial.
Katherine Sirois, uma das curadoras da exposição, realçou o “trabalho de equipa” que tem caracterizado, desde o início, a exibição da “(IM)MATERIALITY”, uma coletiva que já esteve na ARCO, em Lisboa, e que tem em Águeda o seu primeiro projeto de itinerância. “Em equipa, fizemos todo um trabalho de seleção dos artistas, das obras e criámos diferentes diálogos”, disse a curadora, explicando que “um dos objetivos era criar diálogos inéditos entre diferentes artistas, de diferentes origens, de países africanos (nomeadamente da lusofonia), de Portugal, Brasil e outros países da Europa (diáspora africana na Europa)”.
Quem, por estes dias, for ao CAA vai encontrar uma exposição com diversas técnicas artísticas, como já referido, como pintura, desenho, fotografia, arraiolos, cerâmica ou instalações, sendo ainda uma exposição sobre o processo de criação artístico. “Toda a exposição tem uma temática, que é a materialidade e a imaterialidade, que tem o objetivo de questionar estas duas noções que são muito artificiais, porque não há nada de material sem imaterialidade e nada de imaterial sem materialidade”.
Tal como explicou a curadora, está dividida em três secções. A primeira, “O Corpo e a Terra” (“The body and the earth”), que se centra em noções de “corpo, de substancialidade, da tangibilidade (que tem a ver com a natureza, a terra)”, abordando “questões ligadas ao território, fronteiras, da história da colonização e pós-colonização”.
A segunda, “Plasmic e Plastikós”, foca-se nas questões da (i)materialidade, “duas noções que foram desenvolvidas pelo artista abstrato americano Barnett Newman”, sendo que o primeiro “está mais ligado às emoções, ao lado psíquico da Humanidade e das essências da vida e da morte” e o outro refere-se à ação de modelar a matéria (barro, madeira, etc.).
O espírito e o Céu” (“The spirit and the sky”) é a terceira secção, que “tem mais a ver com a realidade do património imaterial da Humanidade ou com atividades relacionadas com o intelecto (matemáticas, leitura, religião, misticismo, espiritualidade...)”.
De recordar que esta exposição conta com curadoria de Graça Rodrigues, Sónia Ribeiro, Katherine Sirois, Lourenço Egreja e Diogo Bento, numa produção da galeria THIS IS NOT A WHITE CUBE, em parceria com a Cooperativa Árvore e o Centro de Artes de Águeda.
O acervo poderá ser visitado entre as 14 e as 19 horas, de terça-feira a sábado; e ao domingo, das 14 às 18 horas.

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