João Maria Freire Torres Cayolla Bonneville é um ator português de 24 anos.
O seu percurso teve início quando decidiu estudar na Escola de Teatro de Cascais, fruto do seu gosto pelas Artes manifestado desde a sua infância.
A nível televisivo, o seu percurso começou em 2006 mas foi em 2011 que o público português se apaixonou pelo “Sebastião”, personagem à qual João deu vida na série “Morangos Com Açúcar”.
O jovem estudou ainda televisão e cinema no Rio de Janeiro, o que lhe garantiu um maior crescimento nestas áreas. Mais tarde, interpretou “Arrison Fordji” na série “I love it” e “Rui” na novela “Jardins Proibidos”. Atualmente podemos ver o João a dar vida ao “Sérgio”, personagem que interpreta na série “Massa Fresca”, na TVI.
Nesta entrevista, João Bonneville fala-nos do seu percurso no mundo da representação e da personagem que, atualmente, nos apresenta em “Massa Fresca”.
De onde vem esse teu gosto pelo mundo da representação?
Acho que já nasci com o gosto de observar os outros e tentar construir algo. Uma das minhas brincadeiras em criança era fazer de polícia, mordomo, bombeiro, nadador salvador, etc.. Para isso observava ao pormenor como é que estes eram na vida real e aprendi a costurar com a Narcisa, que era uma costureira que ia a casa da minha avó. Fazia as minhas fardas o mais fiel possível à realidade e o que não conseguia fazer, pedia nos anos ou no Natal. A minha parte preferida era fardar-me e ser um deles, acreditava ingenuamente que ninguém sabia que era eu. Servia à mesa o jantar e ficava em sentido à porta de casa, a minha mãe passava e fazia-me acreditar em tudo aquilo com um simples “Boa tarde Sr. Polícia”.
Como foste parar à Escola de Teatro de Cascais?
Andava perdido entre Economia e Artes quando a minha “boadrasta”, conhecendo o meu gosto por esta área, falou-me da Escola de Teatro de Cascais. Inscrevi-me nas audições e comecei a estudar o que queria.
Também tiveste a oportunidade de estudar televisão e cinema no Rio de Janeiro. De que forma essa experiência contribuiu para que chegasses onde estás hoje?
Aprendi muito no Brasil, não só neste caminho de querer ser ator mas também como homem, crescimentos que andam de mãos dadas e que se beneficiam mutuamente.
O que te cativa mais, o teatro ou a televisão?
Gosto de tudo o que seja interpretar. Comecei a minha formação no teatro mas tenho trabalhado mais em televisão, acho que cada um tem a sua magia e não abdicaria de nenhum deles.
O cinema é algo em que gostavas de apostar também?
Já fiz cinema, não tanto quanto gostava, mas fiz uma longa e três curtas-metragens. É algo que gostava de explorar mais, mas às vezes não depende só de nós.
A nível televisivo, tiveste bastante impacto no público português com a personagem “Sebastião”, nos Morangos com Açúcar IX. O que guardas dessa experiência?
Guardei tudo, foi o meu primeiro trabalho nesta área, um desafio enorme. Aprendi técnicas de televisão, tive o privilégio de trabalhar com técnicos e profissionais incríveis que tiveram paciência para me ensinar, foi uma outra grande escola.
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No meio de tantas personagens, o que é mais difícil: construí-las ou “desfazeres-te” delas?
Adoro construí-las, temos sempre ajuda da equipa com quem trabalhamos e levo muito a sério a construção de personagem, porque estamos a contar a história de alguém. Um bom trabalho tem que ter uma boa construção. Nunca nos desfazemos totalmente das personagens, elas acabam sempre por nos ensinar qualquer coisa.
Atualmente, interpretas o jovem “Sérgio” em Massa Fresca. Que desafios te trouxe esta personagem?
O maior desafio é a energia desta personagem. Cada pessoa tem a sua, e a dele ou é totalmente diferente ou totalmente parecida à minha, ainda estou a descobrir.
Já recebeste muito feedback por parte do público?
Tenho recebido feedback e fico muito feliz por ver que há tantas pessoas que estão “viciadas” em Massa fresca .
Para terminar, que conselhos darias a tantos jovens que lutam por um lugar no mundo da representação?
Em primeiro lugar, experimentar. Em seguida, e o mais difícil, fazer uma autoavaliação para perceber se há aptidões. Depois ter a certeza de que se gosta, porque é um trabalho trabalhoso e de muitas horas. Por fim, e o mais importante, não parar de observar, ouvir e aprender.
Terminada esta entrevista resta-me agradecer ao João pela disponibilidade e, acima de tudo, por ter aceite responder às minhas questões.
Por Cátia Sofia Barbosa, aluna de Jornalismo na UC