sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

É oficial: veados regressaram à Lousã

Estiveram extintos, mas o programa de reintrodução da espécie, entre 1995 e 2004, foi um sucesso. Hoje há mais de três mil veados na região
Mais de um século e meio depois de se terem extinguido na serra da Lousã, os veados voltaram a fazer daquela região a sua casa. Hoje há por ali mais de três mil animais em estado selvagem, o que confirma "o sucesso do programa de reintrodução da espécie", afirmao biólogo Carlos Fonseca, da Unidade da Vida Selvagem (UVS) do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA), que coordenou a ação.
Iniciado em 1995, o programa de reintrodução dos veados naquela região incidiu sobretudo nos concelhos da Lousã, Figueiró dos Vinhos, Penela, Miranda do Corvo, Góis, Castanheira de Pêra e Pampilhosa da Serra e decorreu até 2004. Foram usados 120 animais provenientes da Zona de Caça Nacional da Contenda e da Tapada de Vila Viçosa.
As contagens da equipa de biólogos da Universidade de Aveiro, realizadas ao longo do último ano e meio, mostram que a espécie não só floresceu como se expandiu na região, existindo ali, agora, mais de três mil animais em estado selvagem.
Para a equipa de Carlos Fonseca, "o veado é hoje, definitivamente, um ex libris de toda a Serra da Lousã", e tem por isso "um forte potencial económico, cinegético e turístico" na região.
"Estes resultados", sublinha ainda Carlos Fonseca, "demonstram que a reintrodução de veados na serra da Lousã foi um sucesso, não só pela sua sustentabilidade biológica e ecológica, como também pelo número de efetivos e a área de distribuição atuais".
Essa área é atualmente superior a 90 mil hectares, "limitada a norte pelo Mondego e a Sul pelo Zêzere", adianta por seu turno a bióloga Ana Valente, também envolvida no projeto.

Os resultados das contagens acabam de ser publicados pela equipa da Aveiro na revista científica International Journal of Biodiversity Science, Ecosystem Services & Management e confirmam o projeco como um dos casos de sucesso na área da conservação a nível nacional e europeu.

Fonte: DN

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