sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Que violência é esta? (& um debate bom: devemos ter o "direito a desligar" do trabalho?)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
O Congresso dos EUA pôs-se ao lado de Israel. Com 342 votos a favor, a câmara dos representantes condenou a resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a construção de colonatos.
Trump já escolheu um responsável para as secretas, um cargo que os seus conselheiros dizem ser irrelevante (o que perceberá melhor se ler o que aconteceu ontem no Senado). Enquanto isso, avolumam-se as suspeitas sobre possíveis conflitos de interesses do Presidente eleito.
Por cásoubemos que a gripe (e o frio) fizeram mais mortes do que era esperado, embora as autoridades tenham uma explicação para isso.
No futebol, o Governo activou um reforço de segurança para os árbitros e para as suas famílias, isto depois de uma ameaça de morte ao árbitro que vai apitar o próximo jogo do F.C. Porto. Num clima de alta tensão, e já com uma reunião marcada entre clubes e árbitros, o Paulo Curado deixa no PÚBLICO uma dúvida: tudo isto é falta de qualidade ou uma "democratização" do erro na arbitragem?
As notícias do dia  
São chocantes, as notícias sobre a violência entre adolescentes. Depois das imagens divulgadas ontem, percebemos aqui no PÚBLICO que não há relatórios sobre violência escolar desde 2013 (e que o Governo não explica porquê), isto apesar de as forças policiais contabilizarem 5 mil ocorrências só no último ano lectivo (a nossa manchete está aqui). Quanto ao caso de Almada, as últimas notícias sobre a investigação são estas.
Agora um tema novo: devemos ter o "direito a desligar" do trabalho? Depois de França ter legislado e de Espanha prometer seguir-lhe os passos, o Governo português abre o debate sobre se podemos não ver o mail ou os 'sms' quando estamos a descansar. O debate é bom porque há casos dramáticos registados lá fora, porque há quem fale de um "novo tipo de esclavagismo", mas também porque estamos numa era de enorme flexibilidade.  É tanta a matéria que o Amílcar Correia lhe dedicou o editorial.
O que também merecia editoria é esta notícia: o caso da mulher do autarca de Gaia vai ser auditado - e os novos dados recolhidos pela Margarida Gomes mostram que há mais por explicar nos aumentos de salário que lhe foram atribuídos. 
Da banca, as novidades são também suspeitas: foram detidas duas pessoas, numa operação que investiga um empréstimo do Montepio e do BES a um fundo imobiliário, por alegado branqueamento de capitais e corrupção. Antes da nota da PGR, o Montepio tinha negado buscas na sua sede. 
Num caso que tem mais tempo, o ex-ministro Campos e Cunha disse que José Sócrates pediu a demissão da administração da CGD, na altura liderada por Vítor Martins (e que aconteceu uma semana depois da sua saída do Governo, em 2005.

Do Novo Banco, o que há é isto: um "chega para lá" do Governo ao Lone Star, o escolhido do Banco de Portugal que já veio prometer que será "incansável" nas novas negociações (a síntese da Cristina Ferreira está neste link). O que vale a pena ler também é a cronologia do optimismo em dois anos de venda, feita pelo Vítor Costa. 
Outra coisa de que vamos ter dificuldade em livrar-nosa dependência do BCE. Ontem as taxas de juro da dívida subiram acima de 4%, com uma explicação muito racional, mas perigosa para nós.
Ontem, Marcelo inventou um novo conceito para as taxas de juro. Mas, lá está, também felicitou Cuba pelos 58 anos da revolução cubana, "em nome do povo português".
Na política, Cristas diz já estar a falar com o PSD sobre uma coligação em Lisboa, apesar da aparente contestação entre os sociais-democratas (ver aqui). Mas a líder do CDS disse ontem ao Observador que, se for eleita presidente da câmara, não será candidata nas legislativas.
Falando de Lisboa, temos que falar do fecho de uma tabacaria históricaE falando do Porto, da suspensão do projecto da Time Out na Estação de São Bento. 
Já agora, fica uma boa notícia: os combustíveis vão descer pela primeira vez em sete semanas.

Outras leituras (importantes, interessantes)

Hoje acontece

  • António Costa parte para a Índia, onde estará em visita oficial nos próximos dias. Hoje, no DN, o chefe de Governo Narendra Modi aponta-o como "um exemplo do dinamismo da diáspora indiana".
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros explica que resposta teve do Iraque ao pedido de levantamento da imunidade diplomática dos filhos do embaixador em Portugal. Augusto Santos Silva dará uma conferência de imprensa às 10h00.
  • O INE publica a evolução do desemprego em Portugal...
  • ... E o Eurostat mostra o indicador de sentimento económico nos países do euro.

Para fechar, uma lista de coisas boas

É que o Ípsilon de hoje antecipa tudo o que aí vem em 2017, das exposições ao teatro (que reabre feridas históricas), passando pela dança e pelos livros (com um novo Paul Auster e mais Bolaño). Traz também cinco figuras que nos vão dar luta, algumas de nos fazer pedir que nos adiantem o calendário. Aqui pode encontrar tudo (ou na banca, para ir lendo nos próximos dias).
É hora de lhe desejar um dia feliz e produtivo (um também vem com o outro) e um excelente fim-de-semana. Oxalá consiga garantir o seu "direito a desligar" do trabalho. Quanto às notícias, já sabe, basta ir passando por aqui, quando quiser. 
Até já!

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