quinta-feira, 11 de maio de 2017

Camas no aeroporto// Casas para sem-abrigo// O rumo do Papa (e o de Trump)

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Problema resolvido no aeroporto de Lisboa: depois de 12 horas sem voos, o problema de abastecimento dos aviões foi desbloqueado depois da meia-noite. Ao todo, foram quase 400 os voos afectados por uma avaria inédita, deixando centenas de passageiros a dormir no chão, com quem falou a Cláudia Carvalho Silva, noite fora. As fotografias do Nuno Ferreira Santos.
Em Washington, uma palavra reapareceu: Watergate. Trump despediu o director do FBI poucos dias depois de este ter pedido novas informações sobre as ligações russas da nova administração - e pôs meia América a lembrar o fim de Nixon, como conta o Alexandre Martins. Noite fora, o The New York Times contou como Trump estava furioso com Comey antes de o despedir (e porquê). Enquanto aCNN acrescentava mais uma peça do cerco ao Presidente: o Senado intimou o ex-conselheiro de segurança Michael Flynn para depor no caso russo.
E vão três finais em três anos: o Real Madrid perdeu com o Atlético, mas segurou a vantagem da primeira mão. O Real vai tentar, agora, ser a primeira equipa a revalidar o título europeu desde que o Milan venceu consecutivamente em 1989 e 1990. Pela frente terá um adversário... italiano: a Juventus. O Tiago explica. 

As notícias do dia  

Na nossa manchete está esta notícia: o Governo quer garantir alojamento permanente aos sem-abrigo, peça central da nova estratégia que está a ser finalizada. A Ana Cristina Pereira diz-nos o que soube.
Tão ou mais difícil é a solução para os deficientes. Em protesto contra as ideias que o Governo se prepara para aprovar, a Clara Viana conta-nos esta história:Eduardo Jorge, tetraplégico, entrega-se aos cuidados de Marcelo e Costa.
Mais um problema que se tenta resolvero BE conseguiu que FCT financie seis anos de contrato dos bolseiros de investigação, diz agora a Maria Lopes. O reitor da Universidade de Coimbra escreveu aqui uma carta aberta aos deputados, preocupado com o que de lá vai sair.
Um processo em cursoestão abertas as candidaturas à regularização de precários do Estado, conta a Raquel Martins, que fez um perguntas e respostas para ajudar quem se queira candidatar.
Na Saúde há uma guerra reaberta: um grupo de 100 enfermeiros entregouum manifesto na AR contra os médicos, que não os querem a fazer diagnósticos. A greve, essa, continua hoje.
Na política, anote uma tensão entre PS e Rui Moreira: agora, Manuel Pizarro começou ao ataque. E anota a Maria João Lopes: "Pelo menos isto ganhou: Rui Moreira visto como alguém transparente na política". Mas Moreira tem uma outra defesa, mais imprevista: ora leia o Francisco Assis.
Ao ataque está Passos Coelho: esta noite acusou o Governo de "refazer a história à maneira soviética"
Mas Costa pode sorrir com estes números: o turismo impulsionou a maior criação de emprego desde 1998. E com esta notícia também: Portugal entre os países que mais ganharam com a queda do preço do petróleo

Hoje na agenda
  • A Comissão Europeia publica as suas novas projecções económicas, permitindo-nos perceber se estamos com ventos favoráveis;
  • Os ministros das Finanças do G7 encontram-se em Itália, debatendo o comércio, o mercado cambial e a economia global;
  • O Governo reúne-se com sindicatos dos professores, para uma ronda negocial sob ameaça de greve;
  • Termina a greve dos médicos, ao fim de dois dias de paralização;
  • O Parlamento debate a nova lei de combate ao branqueamento de capitais.

Quatro temas para acrescentar 

1. O Papa chega amanhã, pelo que a entrevista PÚBLICO/Renascença é ao líder dos jesuítas em Portugal: “Espero que a Igreja tenha a coragem de aceitar o rumo e os desafios” do Papa, diz José Frazão, avisando que a alternativa é ficar reduzida a um grupo “que se auto-alimenta, mas que não cumpre a sua missão” (para ler atentamente aqui e aqui). Ontem, Francisco enviou uma mensagem gentil aos portugueses, prometendo "rezar por todos, sem excluir ninguém". E foi o dia em que o Luciano Alvarez foi recordar como é ter uma fronteira - e afinal é como, Luciano? 
2. O Salvador já lá está. Não há vivalma que não fale dele (nem que seja para dizer estar farto de tanto festival). Mas a razão para tanto luso-entusiasmo está bem explicada na crónica do Mário Lopes: "Houve Michael Bublés vindos da Eslovénia, Florence + The Machines chegadas da Islândia, malabarismos vocais e muitas coreografias. Tudo como esperado. Até que, de repente, apareceu um cantor, Salvador Sobral, e uma canção. Parece pouco, mas é muito neste contexto de pobreza espectacular"Entre por aqui, que ele conta com detalhe. E ainda temos o Miguel Esteves Cardoso, sobre "a salvação do artista" - e a grandeza dele. Mas se faz parte dos que desconfiam de tanta canção, veja o que diz a imprensa internacional do "rapaz estranho". Ou divirta-se com os 'memes' - quem melhor que nós para brincar com o próprio sucesso?
3. O nosso sucesso também em Veneza. Sim, há outro português a brilhar lá fora. As esculturas de José Pedro Croft são até capazes de pintar Veneza, explica a Isabel Salema, que viu Croft emocionado na Bienal de Arte de Veneza. Um artista que nos ameaça com equilíbrios precários, mas que nos ajuda a ver o mundo através de filtros coloridos. E não é peça única, certo Isabel?
4. A história da evolução humana ganha contornos ainda mais interessantes, diz a Teresa Firmino, fascinada como a surpresa que lhe deu agora o Homo naledi: estes humanos terão, afinal, coexistido connosco, e seguindo ritos funerários como nós. Afinal, o que já sabemos sobre esta espécie de humanos mais primitivos do que nós? 

Só mais um minuto...

É a última do mundo tecnológico: a Microsoft registou a patente de óculos para comer melhorPara ajudar as pessoas a estar de olho no que comem. Literalmente. 
E se houvesse uma espécie de Tinder do Twitter? O mote desta aplicação é esse: unir potenciais pares românticos com base nas mensagens que estes publicam, porque o que importa não é a aparência, é o que as pessoas dizem.
Deixo-o com mais duas sugestões: uma de boas leituras, fora do PÚBLICO; outra deuma viagem a bordo do Santa Maria Manuela, que comemora 80 anos com dezenas de assinantes deste seu jornal a bordo. 
Como amanhã não estarei por aqui (o Diogo substitui-me na Enquanto Dormia, para eu vir para o "sábado cheio" que se perspectiva), aproveito para lhe desejar dias bons, produtivos e felizes. Encontramo-nos por aqui?
Até já!

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