segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Parque aquático devolve sorrisos a crianças com necessidades especiais em Matosinhos

O Kastelo, unidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos em Matosinhos, inaugurou no dia 23 de Agosto um parque aquático para crianças com necessidades especiais para as ajudar na reabilitação e estimulação sensorial, mas sobretudo para lhes proporcionar “experiências únicas e devolver sorrisos”.
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“Hoje fez-se história porque crianças ligadas a um ventilador têm, a partir de agora, a oportunidade única de estar num parque aquático e sentirem-se iguais a crianças consideradas saudáveis”, disse à Lusa a diretora técnica, Teresa Fraga.
Falando num equipamento único na Europa e o segundo a nível mundial, depois de em 2017 ter inaugurado um semelhante no Texas, nos Estados Unidos da América, a responsável afirmou que, mais do que dar qualidade de vida às crianças, o parque traz-lhes “sorrisos, felicidade e experiências únicas”.
“A sua importância na vida das crianças é incalculável, este parque tem sido o delírio dos meninos e das meninas”, contou.
Depois de lançada a primeira pedra a 02 de junho, o parque, com equipamentos aquáticos adaptados a crianças com mobilidade física muito reduzida, teve um investimento de 140 mil euros, tendo 70 mil euros sido conseguidos através da campanha “70 Mecenas no Kastelo”, um jantar de angariação de fundos que reuniu pessoas, empresas e organizações.
“Ainda só pagamos metade, agora temos de angariar dinheiro para pagar o resto, mas vamos conseguir, nada é impossível, o mais importante é fazermos estas crianças felizes”, comentou Teresa Fraga.
De cadeira de rodas, Rodrigo Teixeira, de nove anos, mostra uma “verdadeira expressão de felicidade” no momento de entrar na água, acompanhado das técnicas.
“O parque é essencial para ele, porque ele brinca muito e fica cansado. Assim, depois de chegar a casa descansa melhor”, explicou à Lusa o pai do Rodrigo, Tiago Teixeira.
Apesar de não falar, Tiago Teixeira referiu que a interação dele melhorou bastante, “o que é ótimo”.
Já Rafael, de cinco anos, voltou a “sorrir muito” graças à estimulação sensorial que o contacto e som da água lhe traz, salientou a mãe, Joana Vilela.
Dizendo que Rafael recuperou imenso, tendo começado a comer pela boca e ganhado competências que havia perdido, Joana Vilela vincou que a maior vitória foi o “sorriso” de Rafael.
“Ele está super feliz na água, voltou a sorrir, o que é maravilhoso, ele adora estar no parque, está sempre a pedir para ir para lá”, sustentou.
A caminho dos três anos, Francisco Anastácio levanta os braços, sorri, abre os olhos e está mais atento desde que, diariamente, faz terapia na água, adiantou o pai Daniel Anastácio.
Falando numa “evolução incrível”, o pai sublinhou que o filho está agora “mais autónomo”.
As melhorias apresentadas por algumas crianças surpreenderam os profissionais que as acompanham, ressalvou a terapeuta ocupacional, Raquel Pereira, acrescentando que “um ou dois casos beneficiaram imenso com o parque em pouco tempo”.
A fisioterapeuta Diana Palhas que, diariamente, trabalha com as crianças na água fala numa enorme melhoria no seu desenvolvimento psicomotor.
Fazendo toda a diferença a nível da reabilitação, os “príncipes e princesas” do Kastelo ficam mais calmos, interativos e alegre na água, permitindo-lhe uma maior estimulação sensorial do que apenas os trabalhos feitos em sala, avançou.
Criada em 2006 pela Associação NoMeioDoNada para apoiar crianças que somavam meses nos hospitais do Porto, o Kastelo, inaugurado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi a primeira unidade de cuidados paliativos pediátricos da Península Ibérica.
Este equipamento foi criado para dar aos doentes até aos 18 anos um apoio até então inexistente em Portugal, tendo desde a sua abertura apoiado 66 utentes, 39 em internamento e 27 em regime de ambulatório.
Este projeto tem como filosofia “Dar Vida Aos Dias” e procura disponibilizar às crianças o acesso a terapias diárias e a variados profissionais de saúde.
As crianças que estão em idade escolar beneficiam de um intercâmbio com as escolas para que continuem, em aulas individuais, o seu percurso de aprendizagem.
Lusa

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