Os autores da peça “Suite 2020”, obra musical de que é coautor o maestro Francisco Manuel Relva Pereira, juntamente com os compositores Charalampos Makris, da Grécia, Francisco José Rosal Nadales, de Espanha, e Ilio Volante, de Itália, foram recebidos esta segunda-feira, 28 de março, no Município de Cantanhede, que apoia este projeto desenvolvido nos primeiros meses da pandemia Covid-19.
Numa cerimónia que contou com a presença de Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal, os quatro compositores anunciaram a vontade de abraçar novo desafio compartilhado, centrado nesta famigerada e belicosa realidade, com mais este inequívoco sinal de esperança a que chamarão “Sinfonia de La Paz”. Esta nova composição musical para além do mesmo espírito beneficente e solidário, “pretende ser um grito que nos convoca a todos a lutar por este imperativo ético que é a Paz, condição da convivência harmoniosa de todos os homens e do verdadeiro desenvolvimento. No fundo, a música enquanto linguagem universal ao serviço de uma cultura de paz assente nos valores da democracia, da justiça e da solidariedade”.
Pedro Cardoso disse ser “um enorme prazer receber tão renomados e distintos compositores”, salientando “a importância deste projeto criativo único que permitiu conjugar o esforço, empenho e dedicação de incríveis compositores de quatro países, para além do claro e meritório alcance social e cultural que apresenta”.
O autarca espera que “a reabertura gradual das associações culturais, que tantas dificuldades têm enfrentado, permita a tão aguardada apresentação pública executada pelas 4 bandas do concelho: a Banda Filarmónica de Covões, banda da Associação Musical da Pocariça, Phylarmónica Ançanense e Filarmónica Marialva de Cantanhede”.
Responsável pelo pelouro da Cultura do Município, Pedro Cardoso, sem saber do desafio que os compositores tinham abraçado, ao avançar com a ideia de uma “nova criação musical”, manifestou o enorme regozijo com o anúncio de que esta já se encontra em preparação.
Pedro Cardoso destacou também a importância da “Sinfonia La Paz”, “não só pelo contexto difícil e complicado que estamos a viver, nomeadamente na Ucrânia, como também pelo sinal de esperança e união que esta nova peça pode transmitir a todos os homens de boa vontade de que a Paz é uma construção de todos”.
Por seu lado, o maestro Francisco Relva Pereira agradeceu, visivelmente emocionado, “o pronto acolhimento e apoio do Município de Cantanhede ao projeto “Suite 2020””, realçando o papel do executivo municipal “pela forte sensibilidade para a música, para a cultura, levando a que criações como estas surjam naturalmente”.
Sobre a peça que está em preparação, o compositor adiantou que “será um grande desafio, mas que estão todos motivados para este novo processo criativo”, numa clara alusão também ao cariz solidário e à sua expressão universal/global que se pretende com este projeto.
Na sessão interveio ainda Charalampos Makris, que em nome dos quatro maestros, agradeceu à Câmara Municipal de Cantanhede “o tratamento de excelência, revelador da grande sensibilidade para a Cultura”.
Ao entregar uma lembrança a Pedro Cardoso, o compositor helénico manifestou o desejo “de que a “Suite 2020” seja tocada por todas as bandas da Europa como sinal de esperança e de união entre os povos”.
Recorde-se que a peça “Suite 2020” é um projeto musical que, ultrapassando as fronteiras territoriais e os limites da expressão artística, visa também angariar receitas para entidades de carácter sociocultural, tendo em vista a realização de ações tendentes a mitigar os efeitos da pandemia de Covid-19 e estimular a retoma económica no setor cultural dos países de origem dos autores envolvidos.
O desafio passou pela composição da “Suite 2020” em quatro partes, registando assumidamente diferentes estilos e expressões, mas unidas pela memória da pandemia e de tudo o que se lhe seguiu.
Cada compositor foi chamado a trazer à obra aproximadamente 5 minutos, com manifestas referências musicais de cada país, para orquestra de sopros de dificuldade média (grau 3), para que possa ser interpretada por todos os agrupamentos do género (todas as bandas filarmónicas).
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