terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O problema não é Itália, é a banca (& uma polémica exportação de esqueletos)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
França já tem um novo primeiro-ministroBernard Cazeneuve é o escolhido de Hollande, depois do anúncio de candidatura de Valls à presidência, prometendo demonstrar que a esquerda francesa não está perdida
O Monte dei Paschi pode estar a preparar-se para resgate. Segundo o Financial Times a crise política em Itália tornou “mais difícil” um investimento vindo do Qatar, tornando quase inevitável que o Estado tenha que salvar o banco com dinheiro público este fim-de-semana.
O Supremo Tribunal do Brasil suspendeu o líder do Senado, indiciado na semana passada por desvio de fundos públicos.
Um republicano anunciou que não vai votar em Trump. É um dos homens eleitos para a escolha final, que costuma ser pacífica - mas que não o será quando o escolhido dos americanos se chama Donald.
As redes juntaram esforços contra o terrorismoFacebook, Twitter, mas também a Google e Microsoft anunciaram que vão criar uma base de dados comum de "impressões digitais", para identificar imagens e vídeos que promovam o terrorismo.

A notícia do dia (Italia, che cosa fai?) 

Como está a crise política? A resposta certa é "congelada". O Presidente italiano pôs a demissão de Renzi em stand-by, pedindo-lhe que antes do mais faça aprovar o Orçamento do próximo ano. O que ninguém parece realmente querer são eleições antecipadas, até porque - como explica a Sofia Lorena -, há uma lei que não pode ser usada e os partidos não estão prontos.
E agora, o que se segue? O nosso Jorge Almeida Fernandes diz que Itália regressou ao "ano zero"; e quem se deve seguir à frente dos destinos do país é um destes nomes
O que é que aconteceu aos líderes europeus? O João Ruela Ribeiro pegou naquela foto de há poucos meses, em que Obama, Hollande, Cameron e Renzi dizem adeus, para mostrar como num só ano tudo pode mudar (quase tudo, porque há uma pessoa que resiste). O que merece também reflexão é o que vai acontecer ao clube dos países do Sul: António Costa já só tem Tsipras como companhia?
E os mercados, não estão calmos? Na aparência sim, mas estão de olhos postos na banca. O problema maior, de resto, nem é a crise política (a que todos estão habituados em Itália), mas a conjuntura em que acontece. Aqui em cima já lhe falei do banco Monte dei Paschi - e aqui o Sérgio Aníbal explica bem porque essa é apenas a ponta do iceberg. A mim, parece-me que o melhor é ter "cuidado com as aparências"
E como é que tudo isto se pode fazer sentir por cá? Seja qual for o ângulo por onde se olhe, Portugal é um dos países da zona euro que mais podem ter a perder com os últimos desenvolvimentos políticos e financeiros em Itália. Com a recapitalização da CGD à cabeça dos problemas. Aqui está o porquê.

Outras notícias a reter

Primeiro, a nossa manchete (mas prepare-se para o tema): 
Cientistas querem travar a exportação de esqueletos humanos para o Canadá. A história é da Teresa Firmino e conta-se assim: a Câmara de Lisboa acedeu a um pedido de um investigador e aceitou doar centenas de ossadas dos seus cemitérios. Os antropólogos escreveram ao Governo para tentar travar a saída, usando argumentos éticos e legais. Para ler, aqui.

Falando em Governo (e esqueletos no armário): Costa quer esperar pelas eleições alemãs para ver a dívida na agenda da UE. Foi a notícia mais relevante da entrevista de ontem à noite na RTP, onde o primeiro-ministro falou também da polémica da CGD. As notas mais relevantes foram anotadaspela Maria João Lopes.
O salário de Macedo não vai mudar, mas o assunto não é pacífico à esquerda. O único ex-ministro de António Costa acha-o "pantagruélico"  - mas o João Miguel Tavares acha que há coisas mais sérias para discutir. Em sintonia, Paulo Macedo e António Domingues já estão a negociar a passagem de pasta, diz o Negócios.
Os patrões vão fazer uma proposta conjunta para tentar um acordo que inclua o salário mínimo. Notícia da Raquel Martins.
Os politécnicos querem chamar-se universidades. Sugerem mais bolsas, mas propinas livres; e gostavam de fazer doutoramentos.
Há muitos doentes a trocar o privado por público a meio de tratamentos. A razão é o esgotamento dos seguros de saúde, diz a TSF.
A Segurança Social está a fechar seis lares ilegais por mês. A notíciaé manchete do JN.
Marcelo disse que a liderança do PSD está bem. Mas tendo em conta a troca de palavras ontem com Passos Coelho, ninguém parece levar à letra a profecia.

Leituras a não perder

Esta, da Lucinda Canelas, que nos fala de primeiras oportunidades: "É preciso pôr os museus a falar do presente e explicar por que não se pode caçar pokémons em Auschwitz". 
Esta outra, da Natália Faria, que nos conta sobre segundas oportunidades: "Casar pela Igreja, de novo".
E ainda esta crónica, sobre aqueles a quem damos todas as oportunidades do mundo. Começa assim: "As crianças fazem perguntas difíceis aos pais e encostam-nos à parede..."

Hoje acontece
  • Às 10h00 ficamos a conhecer como estamos de Educação, com a divulgação do relatório PISA.
  • Mário Soares comemora 92 anos de idade (happy birthday Mr. President)
  • Ferro Rodrigues abre a conferência dedicada à Constituição, por onde também passarei (thank you Mr. President)
  • Guilherme d'Oliveira Martins reabre a Comissão de Inquérito Parlamentar à Caixa Geral de Depósitos
  • O Benfica joga a cartada definitiva na Liga dos Campeões. Hoje, na Luz, é preciso ganhar ao Nápoles (mas Rui Vitória não quer muito atrevimento). 

Só um minuto, é rápido

Quando posamos em grupo para uma fotoo que dizemos de nós?
Quando instamagramos, onde é que estamos? O Top 20 do ano está aqui.
E quando chegamos a Dezembro, o que é queremos ver? A lista da Time para as personalidades do anoEstes são os 11 finalistas (e nem todos são agradáveis à vista). Amanhã há decisões.
Por agora despeço-me, mas na expectativa de o ver de volta por aqui. Já sabe: é hora de pôr um belo sorriso e aproveitar o melhor do dia. Tenha-o feliz e produtivo.
Até já!

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