sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Toda a Espanha é Catalunha. Todo o mundo é Barcelona

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
A Catalunha viveu um segundo momento de terror: já depois da meia-noite, na estância balnear de Cabrils, um grupo de atacantes tentou galgar o passeio marítimo com uma carrinha, fazendo ainda seis feridos. Desconfiando que tinham coletes explosivos vestidos, a polícia conseguiu abater os cinco terroristas, que ainda fizeram cinco feridos (um deles em estado crítico). O que aconteceu durante a noite tem mais detalhe aqui. Mas há também um vídeo que mostra como foi o tiroteio, madrugada fora.
Antes, em Barcelona, tinha acontecido o primeiro choque. 13 anos depois do maior atentado jihadista na Europa (na estação de Atocha), um grupo de terroristas entrou pelas Ramblas e tirou a vida a 13 pessoas. O atentado reivindicado pelo Daesh aconteceu na cidade mais visitada pelos turistas e um momento político delicado - por causa da ameaça de um referendo pela independência da Catalunha. Mas ontem a Espanha uniu-se. E os apelos à unidade tiveram um sabor especial ("Toda a Espanha é Catalunha", nas palavras sábias escolhidas pelo Rei Felipe VI).
Ainda para o ajudar na leitura, eis o que já sabemos e ainda não sabemos do ataque em Barcelona, o que mostram as capas tristes dos jornais de hoje, também o que descrevem as testemunhas nas Ramblas, as dúvidas sobre o que foi o principal suspeito e a lista dos oito (nove, já nove) ataques com veículos que aconteceram na Europa em apenas 13 meses. Para nos deixar a pensar sobre o que aconteceu, o Nuno Ribeiro escreve sobre o "efeito imprevisível" na política catalã e o Diogo Queiroz de Andrade sobre estas "novas formas de terror".
Sobre tudo isto, o que lhe prometemos também é manter aberto o minuto a minuto. Para o manter a par do dia depois (esperemos que só isso).

No Público hoje

Uma manchete sobre a nossa segurança: o Governo quer as polícias com acesso em tempo real à videovigilância de bares e discotecas - e até mesmo dos aeroportos. A proposta chegará à Assembleia já em Outubro, com o objectivo de reforçar a prevenção de crimes, explicou ao PÚBLICO a secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna.
Enquanto isso, por cá, o alerta de um fim-de-semana a ferver levou o Governo a declarar o "estado de calamidade", para garantir mobilização total das forças de combate e emergência (como explica a Liliana Valente aqui, mais em detalhe). Em Pedrógão, escudado pelo Presidente, António Costa disse temer uma "situação ainda mais grave", horas depois de a oposição vir perguntar "porquê só agora". Os maiores focos de incêndio, esta manhã, são os de Mação e Gavião - mas a A23 já foi reaberta ao trânsito.
Na nossa edição de hoje há outra notícia importante: a avaliação médica deixará de ser obrigatória na Educação Especial. Explica-nos o Samuel Silva que pais, professores e especialistas elogiam o novo modelo que está em discussão pública, mas têm dúvidas sobre a forma como será posto em prática. A ambição é grande mas e os recursos?
Na economia, registe as palavras do presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, que coordena os fundos comunitários: "A pressa de fazer chegar incentivos às empresas pecou por excesso". Não sei se o ministro vai gostar de ouvir, mas vale a pena a leitura.
Na concorrência há ainda duas notícias a sublinhar: no Negócios, a constituição dedois arguidos na Galp por causa dos convites a governantes para ir ao Europeu de 2016 (o presidente e um ex-secretário de Estado de Sócrates); e no Jornal Económico a ida à ERC dos patrões das televisões, por causa da compra da TVI. 

Verão que é de ler...

E de ver (e ouvir, cantar e dançar). Hoje o ípsilon tem duas capas diferentes, porque os Talking Heads dançaram um filme e porque o cinema cantou com Jacques Demi. Aqui ficam apenas os links principais - o resto vou desafiá-lo a descobrir pelos seus dedos.
By the wayno P2 Verão falamos hoje desse objecto desaparecido: as páginas amarelas, que já nem para pôr as castanhas usamos. A Joana Amaral Cardoso faz o regresso ao futuro e faz contas a quantos exemplares restam (actualizados).
Quanto a regressos ao passado, o mais divertido é o de Ricardo Sá Fernandes: o Verão da vida dele foi assim, apaixonado por uma cidade, com o búlgaro que sabia os nomes todos da revolução.
Dito tudo isto, chegou a hora de me despedir. Que tenha um excelente fim-de-semana, com muito cuidado com o calor. Se precisar de alternativas à praia, já sabe: é seguir o Cinecartaz, o Guia do Lazer, a Fugas ou o ípsilon. Não faltam belíssimas ideias. 
Dia feliz, até já!

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