O Governo galego anunciou a criação, no próximo ano, de uma nova categoria para reconhecer rotas culturais de interesse regional associadas ao Caminho de Santiago, contando-se entre o grupo inicial o Caminho Cultural de Santiago da Geira e dos Arrieiros, que começa em Braga.
O ministro da Cultura, Língua e Juventude, José López Campos, explicou que um dos objetivos desta nova classificação é reconhecer percursos que, embora não preencham todos os critérios exigidos para serem declarados Caminho de Santiago, “cumprem os requisitos considerados relevantes para receberem uma atenção especial das administrações públicas”.
“São percursos que ligam a história, tradição e património, e especialmente importantes para difundir a cultura e identidade por toda a região”, salientou López Campos, na terça-feira, dia 23, após uma reunião com representantes de municípios galegos.
O responsável do governo regional da Galiza explicou que esta medida responde às solicitações “dos municípios, associações e entidades que, nos últimos anos, têm realizado um extenso trabalho de documentação para divulgar rotas únicas”.
Assim, a criação desta categoria pretende destacar os itinerários que promovem e difundem a cultura, o desenvolvimento sustentável e a coesão social em diferentes regiões, especialmente nas áreas em risco de exclusão cultural devido às suas condições geográficas e sociais.
Além do Caminho Cultural de Santiago da Geira e dos Arrieiros (CGA), estão também listados os itinerários de São Rosendo (Santo Tirso), Minhoto Ribeiro (Braga), Muxía via Brandomil, Mariñán, Muros-Noia, do Mar e do Künig.
Entre estes, o CGA é de longe o itinerário mais procurado pelos peregrinos, com 757 compostelas atribuídas este ano. Em oito anos, estima-se que tenha sido percorrido por pelo menos 7.634 pessoas, 3.176 das quais receberam o documento que comprova a chegada à capital da Galiza pelos meios tradicionais.
Esta nova categoria será formalizada através de um decreto que estabelecerá as medidas específicas para a proteção, promoção e apoio, garantindo que estes percursos recebem “uma atenção especial por parte das administrações públicas no planeamento de programas culturais, na atribuição de subsídios e na conceção de iniciativas que valorizem a sua importância”.
O Caminho da Geira tem 239 quilómetros, começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela do Homem.
Foi apresentado em 2017, em Ribadavia (Galiza) e em Braga, reconhecido pela Igreja em 2019, e referido em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, a via do género mais bem conservada do antigo Império Romano do Ocidente, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos poucos que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
Carlos Ferreira







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