domingo, 12 de agosto de 2018

Eu, Psicóloga | Pai: o primeiro amor da filha e o primeiro herói do filho




Por Marcos Mion

Por que eu não falo em destruir clichês ou provar que estão errados? Porque uma frase ou conhecimento só se torna um quando é usado exaustivamente gerando identificação nas pessoas que fazem questão de o passarem para frente. Ou seja, verdade absoluta para uma enorme maioria, e isso tem que ser respeitado.

Por isso mesmo, minha busca como pai é fugir do lugar-comum, quebrar as expectativas da sociedade em relação à paternidade, fazer meu amigo “velha guarda” repensar tudo que ele acha que deve ser um bom pai, criar meus próprios clichês. E, acima de tudo, fazer os que valem a pena, como o que abri a coluna, serem regra na minha casa!

Quantos pais não se gabam de saber que a personagem ruiva é a Ariel e a morena a Bela? Muitos. Mas quantos cantam todas as músicas e conhecem o nome dos outros personagens? Quantos se esforçam para transpor situações do filme para o cotidiano da sua filha, facilitando o entendimento de tantos dilemas e dúvidas? E, agora, a grande pergunta: quantos ficam mais de 40 minutos penteando o cabelo de borracha que o pentinho não penteia de jeito nenhum sem estragar a boneca? Vou parar por aí, mas poderia seguir… Pois já me vesti de Rei Tritão, com tridente e rabo de peixe, para anunciar a chegada da minha Ariel na piscina...

Sim, sou pai nível hard. Enquanto muitos riem de uma declaração assim, me encho de orgulho. Colocar uma criança no mundo não tem volta. Por isso, a maior sabedoria é se dedicar a isso com 100% da sua capacidade, como abrir mão da sua vontade em todas as vezes. Soa absurdo ou impossível? Abrir mão de assistir ao jogo na TV para ver um DVD do Barney? Aguentar uma lombar travando por ficar debruçado no berço uma única noite, sabendo que outras vêm na sequência? Enfim, se colocar como um eterno prestador de serviços para um cotoquinho que, no começo, não bate nem no seu joelho? Sim, é isso.

“Ah! Extremamente exagerado!”, muitos pensarão. Mas, sendo assim, tenho certeza de como meus filhos lembrarão de mim e de que tipo de adulto se tornarão. E, quando chegar a hora, qual será o exemplo de paternidade que terão enraizado em sua essência. E só isso já faz valer a pena esse tipo de dedicação. Nada clichê.

Eu coloquei no mundo. São minhas responsabilidades e sou eu que tenho que dar as ferramentas para que eles me superem em todos os aspectos. Só assim o mundo evolui: quando compreendermos que a próxima geração tem que ser melhor que a nossa e que isso é nossa responsabilidade. E que qualquer problema que apareça no caminho não seja por falta de amor. Que o amor e a dedicação sempre sejam em excesso. E, se essa frase que escrevi não for um clichê, que passe a ser a partir de agora!

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