“Contos do Mundo” foi o mote da mais recente edição das Tardes Comunitárias, que foi animada por Sofia Couto Moniz, escritora e contadora de histórias. A sessão decorreu na Biblioteca Municipal de Cantanhede, em 10 de julho, com a participação de 90 pessoas, entre os quais os utentes do Centro de Convívio Professora Maria Emília, de Vila Nova de Outil, e crianças de várias instituições de ensino do concelho.
Recorrendo a trajes e outros adereços para fazer a contextualização dos contos, Sofia Souto Moniz fez a narração encenada de três histórias tradicionais, designadamente “O Retrato da Mulher” (Japão), que aborda a temática do amor, “Ngungo e a Jiboia” (Angola), sobre o equilíbrio e a humildade da natureza, e “O Fio Vermelho”, uma lenda oriental sobre o destino.
Na sessão esteve o vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, que na ocasião destacou a “criatividade de Sofia Souto Moniz e a qualidade do seu trabalho como contadora de histórias”. O autarca enalteceu ainda “a disponibilidade que a escritora tem demonstrado para com o Município de Cantanhede, já que tem participado com frequência em diversas atividades de fomento da leitura, organizadas pela Biblioteca Municipal”.
Sofia Souto Moniz nasceu em Angola, em 1971, e reside em Cantanhede desde 1998. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, lecionou em vários níveis de ensino. É responsável pela iniciação à Língua Inglesa no Jardim de Infância do Centro Paroquial de Cadima e colabora em centros de estudo e explicações. Dedica-se à pintura, à escrita e à mediação de leitura, sendo membro ativo do Programa Nacional de Voluntariado de Leitura, colabora com o Grupo de Teatro Amador e Recriação Medieval Bombarda, participando em feiras medievais e integrou o elenco da peça Fernão Mendes Pinto – a Crónica, durante o Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede de 2019.
Sofia Souto Moniz tem colaborado com as Bibliotecas Municipais de Cantanhede, Mira e Montemor-o-Velho, em atividades de animação. Desde 1989, realizou mais de trinta exposições individuais e coletivas de pintura, desenho e artesanato. Desloca-se, frequentemente, a escolas e associações para apresentar as suas obras, ler e narrar contos de vários países, sensibilizando os participantes para a leitura e para a diversidade cultural entre os povos.
É autora de três livros infantojuvenis: “Historiazinha de trás para a frente” (2008); “O pirilampo que tropeça” (2015), que mereceu a distinção Bolsa Social da LPCE (Liga Portuguesa contra a Epilepsia), como obra de intervenção social para a educação e saúde e “Pequenas coisas” (2017). O seu último livro, “Chelb – a lenda das amendoeiras”, publicado em 2018, em poesia narrativa, recupera um tesouro das narrativas orais do período da Reconquista Cristã na Península Ibérica.