Desde 27 de setembro, a empresa de exploração de madeira Álvaro Matos Bandeira & Filhos, Lda. tem vindo a avançar com o corte raso e indiscriminado de árvores em plena Serra da Lousã, na zona da aldeia serrana da Silveira, inserida na Rede Natura 2000 e na Reserva Ecológica Nacional (REN).
A destruição de floresta está a ocorrer tanto em terrenos públicos, como privados. A empresa sediada em Góis teima em prosseguir com o abate, desafiando a sua ilegalidade e as ações judiciais já iniciadas.
O corte de árvores motivou dois embargos, um por parte do Município da Lousã e outro por parte da empresa local Silveiratech, ambos desrespeitados, o que levou o Município da Lousã a apresentar queixa-crime ao Ministério Público por furto. Também a GNR levantou um auto de contraordenação devido à abertura de caminhos e trilhos sem autorização em zona da Rede Natura 2000. Uma sucessão de acontecimentos que tem gerado uma onda de indignação na população.
A área em questão, onde existem 13 espécies protegidas em 15 habitats, tem um valor ecológico reconhecido pela classificação como Rede Natura 2000, uma rede de áreas designadas para conservar os habitats e as espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis na União Europeia, e como REN, conjunto das áreas que, pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e suscetibilidade perante riscos naturais, são objeto de proteção especial. A destruição de floresta numa área com estas características implica um óbvio prejuízo ambiental, consistindo numa ameaça direta à biodiversidade, aumentando a erosão do solo e os riscos de desertificação.
Também nos preocupa que os trabalhos com maquinaria pesada e de corte a combustão tenham decorrido em dias classificados como de risco muito elevado e máximo pela ANEPC, colocando em risco não só toda a integridade da zona protegida, no imediato e no futuro, como também pessoas e bens no caso de serem responsáveis pela ignição de um incêndio rural.
O Bloco de Esquerda acompanha por inteiro a indignação da população da Lousã e irá questionar o Governo sobre o assunto. Reforçamos a exigência de que o abate de árvores não prossiga impune. São urgentes medidas imediatas das entidades competentes, designadamente o ICNF, no sentido de travar o corte de árvores e evitar um prejuízo ambiental ainda maior.
Comissão Coordenadora Distrital de Coimbra
Bloco de Esquerda
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