domingo, 7 de abril de 2019

EDITORIAL | O jornalismo tem de esclarecer e não escurecer


A inteligência humana é feita para a verdade; ela procura a verdade como a planta o sol que a vivifica. A verdade é o esplendor do belo.
Aliviado de virtudes e sobrecarregado de defeitos todo o homem transporta o seu madeiro do suplício neste mundo terreno em que nasceu. Irremediavelmente conformado e couraçado com paciência evangélica, vai vivendo na esperança de que seja liberto do carrego antes de chegar ao fim da sua jornada de penitência.
Ora, aconteceu que em determinado momento da minha existência encontrei quem com forte entusiasmo e generosa intenção quisesse compartilhar moralmente das desditas do seu semelhante, esquecendo as suas. Encontro combinado.
Os profissionais da imprensa, como sempre, têm sérios problemas sociais por solucionar. Lutam por condições de vida mais justas, compatíveis com a posição que ocupam.
Acredito que os jornalistas são seres humanos possuidores de coração desdobrado lealmente para o seu semelhante, embora, de opiniões políticas diferentes apesar do esforço para não as evidenciarem.
Todos correm de um lado para o outro com encontrões egoístas, desumanos, sem respeito pelos mais velhos. Desgraçados dos que são vencidos nesta luta inglória do dia-a-dia, só porque lhes falta a audácia, a coragem da má formação de carácter, a vontade dura que é capaz de afastar num gesto brusco, o que vai à frente! Sobre eles caem os chascos, as palavras mais contundentes, as casquinadas mais grosseiras, os olhares mais desprezíveis.
Naquele tempo de espera cheguei à conclusão de que vale a pena esperar, tem as suas vantagens. Estudei os homens – todos eles com seu madeiro de suplício. Pensei no mundo desenfreadamente materialista, de que nos temos de libertar se quisermos caminhar para uma vida de melhor sorte. Verifiquei que sobram horas para todos os gozos e todos os desalentos – quando a Esfinge da existência ameaça devorar-nos.
Aceitei então os bons conselhos de um “velho” camarada da senda jornalística. Ele já não pertence ao número dos vivos. Era um homem de consciência recta, um espírito inquebrantável, persistente defensor de um ideal. Um JORNALISTA genuíno. Nunca humilhou os colegas, bem pelo contrário, estendia-lhes a mão para os erguer. Quando um colega era impedido de entrar de determinado lugar, ouvia-se o seu grito de alerta: Ninguém entra.
Falta dignidade e consciência profissional no mundo jornalístico. O caminho está livre para os jornalistas (?), empreendedores, orgulhosamente convencidos de que somos uma classe digna de respeito e merecedora da mais completa justiça. Não me parece...
Desejamo-la porque olhamos para a multidão e queremos que o mundo seja o modelo de todas as perfeições. Queremos que o homem deixe de transportar o seu madeiro de suplício.
Jornalista é, hoje, uma das profissões mais vitais para o bom andamento do dia a dia. Com a quantidade de informações que recebemos, muitas vezes não conseguimos filtrar o que é verdadeiro ou não. Essa é a função do jornalista, apurar e ter certeza de que tudo é verdadeiro!”, de autor não identificado.
“O jornalismo tem de esclarecer e não escurecer. Nosso trabalho é iluminar as tocas onde se escondem os hipócritas e os mentirosos” escreveu Boris Casoy.
Sou dos que acreditam que não era necessário ser tão duro, contudo, é o que temos. Fazemos parte de uma sociedade minada de interesses subterrâneos, ainda que sejam os mais mesquinhos, eles existem.

Joaquim Carlos
Director do Litoral Centro

Anexo:
Câmara Municipal de Aveiro praticou discriminação na distribuição de publicidade a um órgão de imprensa local sobre a Feira de Março

http://litoralcentro-comunicacaoeimagem.pt/2019/04/06/camara-municipal-de-aveiro-praticou-discriminacao-na-distribuicao-de-publicidade-a-um-orgao-de-imprensa-local-sobre-a-feira-de-marco/





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