"Todos os membros da Direção estão firmemente determinados a defender sem qualquer reserva, de forma coesa e como lhes compete, os interesses do clube, que, esclarece-se, não é objeto da investigação", lê-se num comunicado publicado no site do Benfica.

A direção dos 'encarnados' esteve reunida durante a tarde, para "analisar a situação decorrente da investigação de que é alvo pelas autoridades judiciais o presidente Luís Filipe Vieira".

"Nessa medida, [os membros] empenhar-se-ão em dar plena colaboração às entidades competentes, no sentido de apurar a verdade até às últimas consequências. A direção garante aos sócios e simpatizantes que a ambição, competitividade e gestão do clube se encontram asseguradas, no respeito e em observância das normas regulamentares estabelecidas nos estatutos", lê-se.

A SAD do Benfica já tinha informado que as funções do presidente serão "asseguradas nos termos previstos na lei e nos estatutos".

"As funções desempenhadas pelo Presidente do Conselho de Administração serão, na medida que se mostre necessária, asseguradas nos termos previstos na lei e nos estatutos", lê-se num comunicado da SAD do Benfica à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos no âmbito de uma investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros com prejuízos para o Estado.

No mesmo comunicado, lê-se que "nem a Benfica SAD nem o Sport Lisboa e Benfica (ou qualquer entidade por si controlada) foram constituídos arguidos no âmbito desta investigação, tendo sido prestada toda a colaboração solicitada pelas autoridades relevantes".

Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) indica que foram detidos um dirigente desportivo, dois empresários e um agente do futebol e realizados cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária, em Lisboa, Torres Vedras e Braga.

No comunicado do DCIAP, é indicado que os detidos são suspeitos de estarem envolvidos em "negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades".

Em causa, adianta, estão "factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente" e suscetíveis de serem "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".

Está previsto que os quatro detidos sejam presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial, com vista à aplicação de medidas coação, "com vista a acautelar a prova, evitar ausências de arguidos e prevenir a consumação de atuações suspeitas".

Lusa