Pedido do Presidente ucraniano surge no dia em que o Kremlin alertou que o eventual embargo europeu ao petróleo russo pode “atingir todo o mundo.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou esta segunda-feira à União Europeia, em particular à Alemanha, para cessar todas as relações comerciais com a Rússia e recusar todos os seus recursos energéticos.
Não pode haver ‘euros para os ocupantes’, fechem todos os vossos portos, não lhes enviem os vossos bens, recusem os recursos energéticos (da Rússia)”, pediu o Presidente ucraniano numa mensagem gravada em vídeo e difundida através da rede social Telegram.
“Sem relações comerciais com vocês, sem as vossas empresas e os vossos bancos, a Rússia ficará sem dinheiro para esta guerra“, acrescentou o chefe de Estado da Ucrânia.
A divulgação das declarações de Zelensky coincide com a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da União Europeia, em Bruxelas, que deve analisar eventuais novas sanções contra Moscovo.
O bloco europeu, dependente dos hidrocarbonetos russos, tem excluído até ao momento sanções contra o setor considerado muito importante para a Rússia.
“Por favor, não financiem as armas de guerra desse país, a Rússia”, pediu Zelensky, dirigindo-se depois diretamente aos políticos alemães: “Vocês têm a força“.
O executivo de Berlim tem sido criticado pelos partidos da oposição alemães que pedem o embargo imediato aos hidrocarbonetos russos.
O Kremlin defendeu hoje que o eventual embargo europeu ao petróleo russo pode “atingir todo o mundo”.
A medida pode desencadear efeitos “muito sérios no mercado mundial de petróleo e uma influência nefasta sobre o mercado energético na Europa, mas os norte-americanos não vão perder nada, como é evidente”, disse Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
SIC Notícias/Lusa
Imagem: TSF
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