China afirma que queda de estação espacial será um espetáculo magnífico
A China minimizou hoje o impacto da entrada na atmosfera da estação espacial chinesa Tiangong-1, prevista para este fim de semana, e prometeu mesmo que será um espetáculo magnífico, semelhante a uma chuva de meteoros.
A Tiangong-1 deverá entrar na atmosfera entre sábado e segunda-feira, segundo a agência espacial chinesa.
A Agência Espacial Europeia (ESA) admitiu uma janela de tempo mais reduzida, entre sábado às 13:00 (hora de Lisboa) e domingo à tarde.
A Agência Espacial Europeia (ESA), que está a monitorizar a reentrada da Tiangong-1 na atmosfera terrestre em conjunto com um comité de uma agência internacional para o lixo espacial, divulgou as imagens ontem.
A Tiangong-1 tem 12 metros de comprimento, 3,3 de diâmetro e está desocupada desde 2013. A maior parte da estrutura vai arder na reentrada, que pode ocorrer em qualquer espaço entre as latitudes de 43º norte e 43º sul, uma faixa muito extensa qie inclui países como Portugal e Espanha, e é muito pouco provável que represente algum risco para os humanos, diz a ESA
"As pessoas não têm motivos para se preocupar", assegurou a entidade chinesa responsável pela conceção dos voos espaciais tripulados (CMSEO, na sigla em inglês), numa mensagem publicada nas redes sociais.
Este género de estação espacial "não cai violentamente sobre a Terra como nos filmes de ficção científica, mas desintegra-se como uma magnífica chuva de meteoros num belo céu estrelado, à medida que os respetivos destroços avançam em direção à Terra", explicou a entidade chinesa.
Lançado em 2011, o laboratório espacial de 8,5 toneladas foi concebido como uma estação espacial modular, com um design semelhante ao dos conceitos desenvolvidos pela Rússia. Ainda recebeu três visitas, duas delas por naves tripuladas. Incluindo, em junho de 2012, a missão Shenzhou 9, que contava com Liu Yang, a primeira chinesa a chegar ao espaço.
Há razões para ficar preocupado?
As possibilidades de ser atingido por um detrito do Tiangong-1 são zero, refere o The Guardian. "Se qualquer uma das estações espaciais chegar à superfície, é improvável que acerte em pessoas", refere o jornal britânico.
Aliás, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) já referiu que não há registo de uma pessoa ter sido ferida por lixo espacial.
"Existe mais probabilidade de se ser atingido por um carro ao atravessar uma rua de Sydney hoje do que de ser atingido pela estação espacial chinesa", garante o engenheiro espacial Wareick Holmes, diretor executivo do Departamento de Engenharia Espacial da Faculdade de Aeronáutica da Universidade de Sidney. Citado pelo site ABC News, este especialista refere que cerca de 70% da Terra é coberta por água e, por isso, há poucas hipóteses de os detritos da Tiangong-1 caírem em solo terrestre.
Segundo o The Guardian, a China não revelou todos os pormenores sobre a estação espacial, pelo que se torna difícil de perceber quais as partes que podem sobreviver às altas temperaturas que se fazem sentir na reentrada da atmosfera terrestre.
Onde vai cair?
A ESA prevê que a reentrada na atmosfera possa acontecer sobre qualquer ponto da terra entre as latitudes 43ºN e 43ºS. "Áreas acima ou abaixo destas latitudes estão excluídas", pode ler-se na última informação atualizada na página da Agência Espacial Europeia.
Portugal está, por isso, na zona de maior risco de impacto dos detritos da estação espacial chinesa.
Especialistas acreditam que há mais probabilidades de os destroços de Tiangong-1 caírem em zonas remotas na Austrália.
O especialista espacial norte-americano William Ailor, citado pelo ABC News, afirma que será possível ver no céu os detritos da estação espacial como se fossem pequenas bolas de fogo em Adelaide, Camberra, Melbourne e Sidney. "É como um meteorito, mas é muito mais pequeno. Por isso é uma imagem bonita de se ver", diz.
A estação espacial chinesa deverá efetuar uma entrada controlada na atmosfera terrestre, mas o facto de ter deixado funcionar em março de 2016 está a levantar preocupações sobre a sua queda na Terra.
O risco de um ser humano ser atingido por um fragmento espacial com mais de 200 gramas é de um em 700 milhões, segundo indicou a CMSEO.
Fonte: DN/Lusa
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