sexta-feira, 6 de julho de 2018

Augusto Louro de Miranda: “O Miralidades pensa as questões mirenses por outro prisma”

Dentre muitas atividades, Augusto Louro de Miranda é um dos administradores do Grupo Miralidades. Falando sobre tudo o que pensa, Augusto mostra aos leitores, o que pensa do atual panorama político local... e, não só!
1) De forma sucinta, pode dizer aos leitores do Jornal Mira Online "quem é" o Augusto Miranda? Como foi a sua infância e juventude? Como se define hoje?
Augusto Miranda é alguém que trabalha com crianças desde 1998. Sou licenciado em Ensino Básico – 1º ciclo, acumulo a docência com a condução de táxis em Aveiro e ainda sou dirigente dos escuteiros. Desde cedo habituei-me a trabalhar em diversas áreas. Enquanto estudante trabalhei numa fábrica no Corticeiro de Baixo em diversas valências, carpintaria e caixilharias de alumínio. Trabalhei também como monitor em colónias de férias e como vigilante num colégio interno.
Como os meus pais são ambos professores nasci e vivi em Águeda até aos cinco anos. Nessa altura o meu pai foi colocado definitivamente em Mira e a minha mãe no concelho de Vagos. Os meus pais são gandareses, o meu pai natural de Carapelhos e a minha mãe de Gândara (Freguesia de Fonte de Angeão). Fiz a minha instrução primária na escola da Parada de Cima (Fonte de Angeão) e no quinto ano fui para Mira. Foi uma mudança que me marcou profundamente pois nessa altura perdi algumas referências. Nessa altura a natalidade era bastante elevada, na minha escola éramos perto de cinquenta miúdos, eu frequentava a escola na Parada de Cima e a catequese na Fonte de Angeão. Nessa altura a rivalidade entre os dois lugares era intensa e algo feroz. Quando fui para Mira ainda me senti mais deslocado. Por volta dessa altura (1987) é fundado o agrupamento de escuteiros de Fonte de Angeão. Confesso que na altura entrei porque era filho de um dos dirigentes. No entanto com o tempo fui gostando. Em termos escolares continuei em Mira até ao 12º ano vivendo sempre entre Mira e Vagos. Por volta dos dezasseis anos afastei-me dos escuteiros algo de que me arrependo hoje em dia. Acabei por ingressar no ensino superior na Covilhã em engenharia, depois pedi transferência para Aveiro. Nesses anos acabei por me envolver em muitas coisas, muitas delas não muito boas. Resolvi mudar de curso o que desagradou os meus pais. Acabei por ser trabalhador estudante em Torres Novas distrito de Santarém. Nesses anos acabei por amadurecer, conhecer a minha mulher e de certa forma trilhar um rumo de vida.
Com 41 anos sou pai de duas crianças adolescentes ou pré adolescentes. Lecciono perto de casa, este ano em Febres, para o ano logo se vê. Nos tempos livres costumo conduzir um dos táxis da empresa do meu sogro. O meu sogro possui uma empresa de táxis que conta com quatro viaturas em Aveiro. Sou também o secretário do agrupamento de escuteiros de Fonte de Angeão que possui cerca de setenta elementos em que um terço são residentes no concelho de Mira.
2) Como consegue conciliar a família, os deveres profissionais e sociais?
Na família tenho a ajuda da minha mulher, o tempo disponível dela também é escasso, é educadora de infância e coordenadora do Centro de Bem Estar Infantil do Seixo de Mira e também dirigente no Corpo Nacional de Escutas, é responsável pelos lobitos. Também conto com os meus pais e com os meus sogros.
Em termos profissionais sou professor do primeiro ciclo e gosto muito de leccionar, reconheço que é uma profissão desgastante e cada vez menos reconhecida. Repare que estou no meu décimo sexto ano de trabalho e continuo no primeiro escalão quando deveria estar no quarto. Relativamente aos táxis é algo que descobri através do meu sogro. Quando namorava com a minha mulher ele incentivou-me a tirar o Certificado de Aptidão de Motorista de Táxi eu acedi porque cedo percebi que não devemos colocar os ovos todos no mesmo cesto. Quando ele adquiriu um segundo táxi percebi que teria de “entender” alguma coisa de táxis. Isto foi por volta de 2010 no início da “grande crise económica” que coincidiu com o início do “boom” turístico que Aveiro atravessa. Neste momento a empresa possui quatro viaturas. É algo que adoro pois conheço pessoas de diferentes estratos sociais e diferentes proveniências geográficas. Já vivi episódios bastante engraçados. Lembro-me de uns franceses que fui buscar num dia de jogo ao estádio de Aveiro. Como estava muito trânsito fui mantendo uma conversa em inglês com eles. Percebi que eles eram adeptos de rugby e não de futebol. Para os entreter referi que tinha visto um documentário recente sobre Sébastien Chabal a lenda francesa do rugby. Os franceses ficaram surpreendidos como é que em Portugal alguém sabia quem era Chabal, acabei por receber uma gorjeta choruda quando chegamos ao hotel com um valor bastante “inflacionado” no taxímetro devido ao tempo que estivemos parados.
Para além de tudo isto, ainda dou um pouco de mim para a sociedade num Agrupamento de Escuteiros. Sinto-me completamente realizado quer em termos familiares, profissionais e sociais.

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