terça-feira, 24 de outubro de 2017

Uma mão cheia de respostas à censura (e já um problema)



P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Viva,
as últimas notícias não nos trouxeram imagens felizes.
Feito o alerta, aqui estão elas:

Xi Jinping ganhou o estatuto de Mao. No último dia do congresso, o nome do actual líder e o seu pensamento políticos foram inscritos na constituição do Partido Comunista Chinês, conta o The Guardian. As conclusões do congresso foram, na verdade, uma assustadora ode ao regime.
Guterres pediu ao mundo que olhe para uma tragédia: na República Centro-Africana vive-se uma das piores crises humanitárias do planeta. E o secretário-geral da ONU vai lá hoje mesmo, fazer a sua primeira visita a uma missão de capacetes azuis.
Da Síria chegou-nos uma fotografia que choca. A agência AFP acho que tinha que mostrar ao mundo a imagem de Sahar Dofdaa, uma bebé de um mês que morreu nos subúrbios de Damasco com fome - para nos mostrar a crise humanitária que se vive no país. Um aviso para si: abrir este link deixa-nos mesmo a chorar por dentro.
"Fez-me chorar" - a viúva de um soldado morto em combate desmentiu Trumprelatando a conversa de condolências que manteve com o Presidente dos EUA. Só nesta história, Trump já foi apanhado a mentir duas vezes.
Mas também há histórias inspiradoras esta manhã. Esta já deve saber: Cristiano Ronaldo é “The Best”, outra vez. Mas talvez não saiba ainda que Stephen Hawking divulgou a sua tese de doutoramento, 50 anos depois, para pôr "o mundo a olhar para cima, para as estrelas". E foi tal a reacção que o site de Cambridge não aguentou.

O que marca o dia

Hoje é dia de censura ao GovernoÉ a primeira moção da história motivada por uma tragédia. E, por isso, o Governo preparou-se com uma mão cheia de medidas, mostrando que a reforma do combate ao fogo já começou. Mas tem já um problema à vista: o BE contesta a escolha de Costa para liderar reforma do combate aos fogos. E outro: o PCP quer saber se há reforço orçamental para as medidas que se seguem (num contexto de cativações reforçadas). E mais este: já pouco resta da reforma florestal de Março. Já agora, há também esta dúvida: quão profunda será a "reforma profunda" de Costa? 
No fim do debate, não restam dúvidas, a esquerda estará lá para manter o Governo em funções. Mas depois haverá muito trabalho pela frente. Mas os especialistas acrescentam um aviso: "Mexer agora nas cinzas pode ser pior que os incêndios". A Ana Fernandes explica.
A notícia mais marcante destes dias é sobre um juiz. Aquele juiz do Porto que desculpou um homem que bateu na mulher e que, descobrimos agora, já tinha minimizado uma agressão a mulher com bebé ao colo. O caso já irritou um bastonário, alertou o Conselho de Magistratura, convocou manifestações. E indignou-nos a nós: "Estas são as nossas elites", escreve o Diogo Queiroz de Andrade, num editorial em que nos representa. 
Um alerta, na nossa manchete de hoje: os consumidores arriscam-se a pagar mudança de imagem da EDP - melhor dizendo, de duas marcas que são da EDP. O regulador já deu luz verde (passe a expressão).
Um aviso, via DGSuma vida saudável permitiria evitar 69% das mortes prematuras. Bastaria tirar quase todos os vícios e a vida era (complete como entender, ok?).
Uma boa notícia na Educação: a atribuição de bolsas de estudo está mais rápida e há mais 5000 alunos apoiados.
Mas também uma menos boa: o prometido reforço de funcionários para as escolas ainda não chegou, diz o JN hoje.

Uma pausa para ler... 

Três especiais do PÚBLICO, para ler (e ficar a pensar):
1. “Se virem algo errado, falem”, pede sobrevivente de Auschwitz. Aos 90 anos, Werner Reich anda por escolas a contar como foi ser criança e adolescente judeu nos campos de concentração de Auschwitz. Na Universidade de Coimbra uma plateia assombrada extravasou os limites do auditório da Reitoria para o ouvir. Ontem, a Patrícia Carvalho teve sorte e pôde ouvi-lo. Nós também, porque ela nos deixou aqui a história.
2. "Nuestros niños". A lei de gestação de substituição entrou em vigor há quase três meses e o Centro Nacional de Procriação Medicamente Assistida tem 91 pedidos de informação ou “manifestações de intenção”. 35 deles são de cidadãos espanhóis, como Virgínia Méndez, que fez uma promessa a Santa Ángela de La Cruz, freira carmelita de Sevilha conhecida por cuidar dos doentes e dos mais necessitados: se conseguir ser mãe, vai ajudar outros casais que estejam a passar pelo mesmo que ela e o marido. O problema é mesmo encontrar a gestante - mas a fé dela não acaba. A reportagem é da Filipa Guimarães - e o ensaio fotográfico do Rui Gaudêncio.
3. Se cada nutricionista diz uma coisa diferente, em que é que devemos acreditar? Diz-nos o Pedro Carvalho, e com razão: a quantidade de informação que existe na internet e nas redes sociais transformou uma simples consulta no nutricionista num debate difícil. "Existirão sempre (e ainda bem), diferentes perspectivas e abordagens a um mesmo problema, mas todas elas deveriam cumprir dois critérios básicos: a plausibilidade biológica e a evidência científica". Assim sendo, voltamos ao princípio: como é que distinguimos o trigo do joio?

Agenda do dia

O debate da moção de censura começa às 15h00 - mas Marcelo não o vai ver em directo: é que às 16h00 o PR recebe o presidente da Liga dos Bombeirosem Belém. Antes disso, de manhã, António Costa dá posse ao chefe da equipa que terá a missão de avançar com a reforma do combate aos fogos.
Na área financeira, é dia de resultados: esta manhã já conhecemos os do Caixabank (com o BPI a contribuir para os lucros); durante a tarde será a vez da Caixa Económica Montepio Geral. Enquanto isso, cabe ao Banco de Portugal divulgar os resultados do último inquérito trimestral aos bancos sobre o mercado de crédito.
Lá por fora, olhos postos em Madrid, onde o Senado começa um plenário de dois dias onde se discutirá a crise na Catalunha.
Resta-me dizer-lhe que a malta do "Inimigo Público" teve a estranha ideia de me convidar para apresentar, às 18h30, um novo livro. Diz-me o Luís Pedro Nunes que é sobre a "história de Portugal vista pelo Inimigo durante os últimos 14 anos". Acho que a única explicação para convidarem um tipo muito chato para tal coisa seja que toda a gente possa ver o director do Público a espalhar-se ao comprido durante uns minutos - e depois comparem o livro, para se rirem durante uns anos largos. Se eles não estiverem a gozar-me à grande, haverá de ser na Buchholz, às 18h30. Seja o que Deus quiser ;)
Até lá, dia feliz e produtivo!
Vemo-nos por aqui?

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