domingo, 18 de março de 2018

Moro recebe novo documento comprometedor e Lula pode se complicar

Juiz pede análise da Polícia Federal sobre novo e-mail fornecido por Marcelo Odebrecht.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, recebeu do empresário Marcelo Odebrecht conversas documentadas por e-mail que mostram supostas transações para a compra de um terreno em benefício do Instituto Lula.

Nesta sexta-feira (16), Moro atendeu a um pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e determinou que a Polícia Federal (PF) verifique a autenticidade dos e-mails mostrados por Odebrecht. A defesa de Lula afirma que os e-mails são falsos e não provam nada contra o seu cliente.

Porém, de acordo com a defesa de Odebrecht, o e-mail detalha bem que a empresa usou dinheiro de uma conta corrente fictícia de propinas para comprar o terreno do Instituto Lula.

O magistrado decidiu aguardar a análise da PF antes de chegar a uma conclusão sobre o fato e pediu um novo interrogatório com Marcelo Odebrecht e o executivo da empreiteira Paulo Ricardo Baqueiro de Melo.

Neste novo e-mail entregue pelo empresário, existem fortes indícios de que o amigo de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai estava tratando da devolução dos recursos empregados pela construtora na aquisição de um terreno para o Instituto. Como o beneficiário do imóvel teria desistido do local, Bumlai ficou responsável em devolver recursos disponibilizados.

“Laranja” de Lula
O engenheiro Glaucos da Costamarques, que é acusado de ser “laranja” de Lula atuando em supostas propinas que beneficiariam o ex-presidente, afirmou que esse e-mail entregue por Marcelo comprova a sua versão.

Ele afirmou ter devolvido R$ 650 mil em dinheiro vivo dos R$ 800 mil que havia recebido pela participação na compra do apartamento vizinho do qual mora Lula, em São Bernardo do Campo e do terreno que seria para o Instituto.

A forte amizade de Lula com Bumlai mostrou bem que o pecuarista participava de todas as transações.

Para a defesa de Glauco, Bumlai mentiu para a Justiça em depoimento prestado, onde ele era testemunha de acusação. Na época, Bumlai afirmou que não realizou nenhuma negociação com a Odebrecht sobre esses imóveis.

Determinações de Moro
O magistrado deu 15 dias para que a PF forneça aos advogados de Lula acesso aos e-mails. Caso a defesa do petista encontrem e-mails relevantes para o processo, ela terá cinco dias para indicá-los à Justiça.

Marcelo Odebrecht e Lula são réus em processo na Lava Jato sobre a compra do terreno para o Instituto Lula. O valor chegava a R$ 12,4 milhões. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), existiu um pagamento de propina de Odebrecht a Lula em troca de contratos com a Petrobras que favoreceriam a construtora.

Via: blastingnew

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