segunda-feira, 19 de março de 2018

União Desportiva do Songo mostrou que era possível eliminar TP Mazembe; “Teríamos passado se tivessem validado aquele golo que foi um roubo de igreja”

Foto de Victor Marrão/União Desportiva do Songo
O campeão nacional mostrou que era possível eliminar o T(odo) P(oderoso) Mazembe, derrotando-o por 3 a 0 na 2ª mão da última eliminatório da acesso à fase de grupos da “Champions” africana em futebol, porém fez falta o golo limpo anulado em Lubumbashi para o apuramento da  que vai agora competir na Taça CAF. “(...) Hoje se calhar fazíamos história e teríamos passado se tivessem validado aquele golo que foi um roubo de igreja”, recordou Chiquinho Conde que aproveitou para mandar alguns recados aos seus detractores “são uns experts na matéria do futebol e que pensam que entendem e nós que estamos aqui todos os dias somos uns burros”.
Foto de Victor Marrão/União Desportiva do Songo
Ainda os adeptos acomodavam-se nas bancadas do “caldeirão do Chiveve” quando Hélder Pelembe desferiu um forte remate de pé direito sem chances para o guarda-redes da equipa da República Democrática do Congo, ainda nem sequer estava decorrido o primeiro minuto do jogo.

O TP Mazembe replicou mas Swini mostrou que iria tudo fazer para manter a sua baliza inviolada.
Mas os “hidroeléctricos” jogavam sem pressão e pareciam estar a divertir-se a jogar a bola. Perto da meia hora Mário Sinamunda disparou do meio do meio relvado para defesa atenta do guarda-redes do TP Mazembe.
Depois do intervalo a União continuou a espalhar o seu perfume no “chiveve”, quatro minutos jogados e Hélder Pelembe lançou Chelito que do flanco direito cruzou tenso mas Mário na cara do guarda-redes não conseguiu a emenda contudo a bola sobrou para Banda que disparou de pé esquerdo para o fundo das redes.
A equipa da República Democrática do Congo defendia como podia e só de contra-ataque criava algum perigo, o minuto 61 acertou mesmo no poste de Swini.

Foto de Victor Marrão/União Desportiva do SongoOs pupilos de Chiquinho Conde acreditavam que era possível vencer o T(odo) P(oderoso) Mazembe e no minuto 75 Hélder Pelembe bisou fazendo o terceiro para a sua equipa.
Gritou-se “só mais um”, golo que na verdade só empataria a eliminatória, mas já não aconteceu e os campeões nacionais viram esfumar-se o sonho de chegarem a fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos.
“A história é que o TP Mazembe resolve os jogos em casa, e porque é que nós não conseguimos resolver os nossos jogos em casa”
“É duro ver os meus meninos a chorarem, tentarem descredibilizar a nossa equipa, que o Chiquinho não tinha condições, fomos humilhados no Congo. Mesmo com as imagens da televisão ninguém apareceu a defender-nos, hoje se calhar fazíamos história e teríamos passado se tivessem validado aquele golo que foi um roubo de igreja”, desabafou o treinador da União Desportiva do Songo.
Chiquinho Conde disse, aos microfones da televisão pública, que os seus “jogadores foram extraordinários e demonstraram aqui que sabem sofrer, que sabem jogar futebol, que foi aquilo que eles fizeram, e tiveram prazer, isso para mim é salutar”.
Foto de Victor Marrão/União Desportiva do Songo
“Não conseguimos passar a eliminatória mas de qualquer forma está a dignidade e o brio profissional desses atletas, onde eu tenho orgulho em trabalhar todos os dias porque eu sei aquilo que eles sofrem, eu sei aquilo que eles passam nas viagens que nós fazemos, as interpretações que muitos têm, os comentários que fazem que não abonatórios para nós, não percebem que há jogos completamente diferentes. Os jogos do Moçambola têm o carácter completamente diferente, enfim mas são uns experts na matéria do futebol e que pensam que entendem e nós que estamos aqui todos os dias somos uns burros” afirmou Conde.

O técnico e antigo internacional moçambicano comentou ainda como a equipa da República Democrática do Congo foi favorecida pelas arbitragens. “Sei perfeitamente a grandeza do TP Mazembe e quando se perde por 4 e marcamos um golo limpo mas ninguém reivindica a CAF, ninguém expõe a situação. Nós infelizmente continuamos sempre a ter vitórias morais, não conseguimos lutar contra aqueles poderosos, não utilizamos as mesmas armas, a história é que o TP Mazembe resolve os jogos em casa, e porque é que nós não conseguimos resolver os nossos jogos em casa? Está um bom tpc para os dirigentes”.
Eliminada da “Champions”, a União Desportiva do Songo vai continuar nas competições africanas disputando em Abril um lugar na fase de grupos da Taça da Confederação Africana de Futebol (CAF).

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

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