quinta-feira, 26 de julho de 2018

Monsaraz Museu Aberto encerra com Cante Alentejano













O festival Monsaraz Museu Aberto está a decorrer até ao dia 29 de julho na vila medieval de Monsaraz com uma programação que presta tributo à paisagem cultural. O último fim de semana é dedicado ao Cante Alentejano com os espetáculos Alentejo Coral Jovem, Gala do Cante e o Vinho do Trabalho.

O Monsaraz Museu Aberto é organizado desde 1986 pelo Município de Reguengos de Monsaraz e a partir de 1998 começou a realizar-se com periodicidade bienal. A programação do último fim de semana abre na sexta-feira, dia 27 de julho, às 18h30, no Observatório do Lago Alqueva, com Astrónomos de Palmo e Meio, que vai abordar o tema “Eclipse Total Lunar e Oposição de Marte”.

A partir das 22h, no Largo D. Nuno Álvares Pereira, decorre o Alentejo Coral Jovem, um encontro de grupos corais juvenis que se realiza há quatro anos e que apresenta os novos cantadores da região. Desta forma pretende-se seguir as indicações da UNESCO quando classificou o Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade ao responsabilizar toda a comunidade para a sua preservação e salvaguarda.

Neste espetáculo vão subir ao palco o Grupo Coral Carpe Diem e o Grupo Coral Moços da Aldêa, ambos de Cabeça Gorda, o Grupo Coral Os Bel’Aurora de Campinho, o Grupo Coral Juvenil Jovens com Tradição da Aldeia dos Fernandes e o Grupo Coral Juvenil Os Rama Verde, de Vila Nova da Baronia. Este ano, o padrinho do Alentejo Coral Jovem será o grupo Os Vocalistas, que também vai atuar durante a noite.

No dia 28 de julho, às 16h30, o Observatório do Lago Alqueva organiza mais uma iniciativa Astrónomos de Palmo e Meio, desta vez sobre “Tiro ao alvo: Entender a formação de crateras na Lua”. Pelas 19h desfilam pela vila medieval os grupos corais que vão cantar à noite na Gala do Cante.

Neste espetáculo, que vai decorrer a partir das 22h no Largo D. Nuno Álvares Pereira, atuam o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, os Mineiros de Aljustrel, a fadista Maria Emília, o poeta Manuel Sérgio e o guitarrista José Farinha.

O festival vai encerrar no dia 29 de julho, pelas 18h, no Largo do Castelo, com o evento O Vinho do Trabalho. Desta forma vai recriar-se o final de dia dos trabalhadores agrícolas quando se juntavam para petiscar e beber vinho na tasca. Nesta iniciativa haverá Cante Alentejano informal com a participação de alguns cantadores do Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz.

Exposições
O Monsaraz Museu Aberto tem exposições patentes diariamente que poderão ser apreciadas de segunda a quinta-feira das 10h às 13h e entre as 14h e as 22h, e nos restantes dias nos mesmos horários, mas com encerramento às 23h.

A Igreja de Santiago – Galeria de Arte recebe a exposição de fotografia “Now and Ever Oliveiras”, de Renée Gagnon. Nesta mostra, a artista apresenta 14 fotografias de oliveiras, modificadas na impressão digital e trabalhadas posteriormente com lápis de cera, guache e aguarela. Renée Gagnon fotografou oliveiras com mais de quatro mil anos de idade na Sardenha, no sul de Barcelona registou a maior concentração de oliveiras milenares, com mais de 4.200 exemplares, mas também retratou as oliveiras de Creta e do Alentejo.

A artista apresenta mais uma exposição de fotografia no festival, nas ruas de Monsaraz, intitulada “Menires, Calçadas e Aldeias”. Nesta mostra com 22 fotografias, Renée Gagnon retratou, entre outras, a muralha e a calçada antiga de Monsaraz, a Rocha dos Namorados, S. Pedro do Corval e os ninhos de andorinhas na Igreja Matriz desta localidade, a ponte sobre a Ribeira da Pega, a calçada romana, o Menir do Barrocal, o Cromeleque do Xerez, o Menir do Outeiro, a Anta do Olival da Pega e a cidade de Reguengos de Monsaraz.

“Instrumentos de tortura da Idade Média à Idade Moderna” é o título da exposição da Minerarte que está patente na Praça de Armas do Castelo de Monsaraz. Nesta mostra podem ser apreciadas cerca de 40 réplicas de instrumentos de tortura em uso na Idade Média e no Renascimento, acompanhadas por mais de 20 cartazes descritivos das peças expostas. Há ainda uma zona específica sobre a Inquisição em Portugal, métodos de tortura utilizados pelos inquisidores e um espaço sobre os judeus sefarditas e cristãos-novos, principais vítimas do Tribunal do Santo Ofício.

Na Casa Monsaraz está patente uma exposição de pintura de Ana Rita Janeiro, intitulada “Reguengos de Monsaraz – Alentejo Puro”. A autora aborda o património material e imaterial de Reguengos de Monsaraz, terra que representa, aos olhos da artista, todas as riquezas que dão fama mundial ao Alentejo.

“O pão, o forno e o forneiro” é o título da exposição de fotografias que está na Casa do Forno. Nesta mostra é explicado em imagens como se processava a gestão do forno comunitário e o trabalho do forneiro.

A exposição “Monsaraz Medieval: o sistema defensivo” pode ser apreciada no Museu do Fresco. Através de fotografias e vídeos é descoberta a Monsaraz medieval, a sua história, o seu termo, os edifícios, o castelo e as suas cercas envolventes que durante séculos defenderam e protegeram as suas gentes. No Museu do Fresco há também uma maquete tridimensional de Monsaraz com as várias fases da construção do seu sistema defensivo entre os séculos XII e XV.

No Centro Interativo da História Judaica em Monsaraz, que resultou da requalificação da Casa da Inquisição, encontra-se documentada a antiguidade da minoria hebraica desta vila, num espaço que pretende ser não só um lugar onde possa confluir essa informação, mas sobretudo, que seja gerador de ideias para a interpretação e entendimento da história e das gentes do concelho enquanto produto e memória. Existem, com alguma precisão, provas documentais e arqueológicas que atestam a subsistência de uma próspera comunidade judaica em Monsaraz, tal como indica, por exemplo, o foral concedido por D. Afonso III em 1276.

Roteiro gastronómico e “experiências” nos agentes turísticos
A bienal cultural propõe pelo terceiro ano um roteiro gastronómico com o menu Monsaraz Museu Aberto em seis restaurantes da freguesia de Monsaraz. Por 15 euros, os visitantes podem degustar um menu (entradas, prato e sobremesa) diversificado nos restaurantes O Bizaca, Casa do Forno, Casa Modesta, Sem-fim, Taverna Os Templários e Xarez.

Os agentes turísticos da região prepararam diversas atividades para os visitantes desfrutarem durante o Monsaraz Museu Aberto. Assim, propõem um conjunto de “experiências”, nomeadamente visitar a horta biológica e a exposição do Monte do Laranjal, provas de vinho, passeios e caça ao tesouro no Hotel São Lourenço do Barrocal, observações astronómicas na Casa Saramago e no Observatório do Lago Alqueva, passeios de barco e visita ao museu do azeite no restaurante Sem-Fim e ver pôr do sol com vista panorâmica para a planície na Casa D. Nuno. Haverá também uma exposição e pintura ao vivo na Galeria Monsaraz, passeios de barco e massagem hídrica na Casa D. Antónia, passeios a pé e de bicicleta pelo olival da pêga através da unidade de turismo Vila Planície e visitas ao Museu Mestre Batista, à Casa do Cante e à Casa do Barro – Centro Interpretativo da Olaria de S. Pedro do Corval.


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