quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

360º - Estado da União: Trump pediu cooperação, mas falou 15 vezes no muro. Os relatos que ajudam a perceber o duplo homicídio do Seixal

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
... Donald Trump fez esta madrugada o seu discurso sobre o estado da União. O Presidente falou uma vez de “cooperação” com os democratas — e pediu-lhes um muro 15 vezes. Conclusão: com a manutenção do impasse político em Washington, pode haver novo shutdown do governo em 10 dias.

Além do muro, Trump anunciou um novo encontro com Kim Jong-un, ergueu como bandeira a extinção da sida nos próximos 10 anos e prometeu que a América nunca será um país socialista. O João de Almeida Dias explica o significado de seis frases essenciais do discurso.

O jornais americanos analisaram o discurso e fizeram longos Fact Checks às palavras de Trump. Pode ler o do The New York Times aqui e o do Washington Post aqui.

Se quiser ouvir o discurso completo de Trump, o vídeo está disponível aqui.


Mais informação importante

Está decidido: Rui Rio já fez o convite a Paulo Rangel para ser o candidato do PSD às eleições europeias. O nome é apresentado formalmente amanhã, depois de Rio levar a decisão à Comissão Política Nacional.

António Costa deu ontem uma entrevista à SIC e foi impossível perceber o que está na cabeça do primeiro-ministro neste momento:
  • Em relação aos enfermeiros, está em modo combate: diz que o governo foi "ao limite daquilo que podia aceitar" e prometeu usar a requisição civil;
  • Em relação aos funcionários públicos, está em modo promessa: admitiu aumentos em 2020 “se o país mantiver a trajetória de crescimento”;
  • Em relação às eleições, está em modo cautela: assumiu que a maioria absoluta "é virtualmente impossível" e que está preparado para a Geringonça II.
Logo depois da entrevista, que foi muito dura para a Ordem dos Enfermeiros, a bastonária respondeu a Costa: "O primeiro-ministro habituou-se a olhar para os enfermeiros como os que tudo suportavam". E disse que não há planos para cancelar a greve.

Marcelo Rebelo de Sousa sentiu ontem necessidade de falar para explicar a foto que tirou no bairro da Jamaica com um suspeito de ter apedrejado a polícia. “Não peço cadastro criminal para falar ou tirar selfies”, justificou-se o Presidente.

Não é a primeira vez que Marcelo tem problemas políticos por visitar bairros sociais. Em 1989, durante a campanha autárquica que opôs Marcelo a Sampaio, Natália Correia escreveu um poema jocoso sobre as suas atividades de campanha.

Assuntos sérios: o Presidente da República promulgou ontem os diplomas sobre grandes devedores da banca e sobre a comunicação de contas acima de 50 mil euros.

Uma boa notícia para os funcionários públicos: aqueles que passem à pré-reforma podem ser autorizados a exercer outra atividade remunerada a 100%, de acordo com a lei que entra hoje em vigor. A notícia é do Negócios.

Armando Vara confessou que ocultou ao fisco rendimentos pagos em dinheiro vivo quando já era diretor da Caixa. A revelação surgiu ontem, quando foi ouvido na instrução da Operação Marquês.

Uma parte importante da crise política venezuelana passa por Portugal — a parte que envolve dinheiro. O Novo Banco teve que bloquear uma tentativa de transferência de mil milhões de euros do governo de Maduro para o Uruguai. A embaixada da Venezuela em Lisboa nega tudo e fala em "artimanha".

Além do dinheiro, há a propaganda. O regime chavista disse que houve multidões a apoiar Maduro nas ruas durante o fim de semana. Mas vários vídeos põem em causa essa proclamação. E, por cá, o PCP até usou uma foto que terá sido manipulada.

João Galamba garante que o governo "não tem planos" para proibir os carros a diesel. Mas, em entrevista ao Público, o secretário de Estado da Energia apoiou as declarações do ministro sobre o tema.
 
De facto, o ministro do Ambiente insiste nas críticas aos carros a diesel. E deu uma entrevista a defender a sua posição. Mas João Matos Fernandes falou toda a verdade? Fizemos um Fact Check às suas dez declarações mais importantes.

O Bloco de Esquerda quer criar um “imposto Google” para um fundo de que promova a leitura de jornais. A medida foi apresentada nas jornadas parlamentares do partido.

É um crime de violência doméstica que assumiu proporções que obrigam a parar para pensar:


Os nossos Especiais

A Macedónia tem uma história de glória e tragédias e agora está no meio de mais um episódio do reacendimento dos nacionalismos na Europa por causa da polémica à volta do nome oficial do país. Para decifrar a quezília é preciso recuar alguns séculos, explica o José Carlos Fernandes.


A nossa Opinião

Maria João Avillez escreve "Direita": "Quem poderá (ainda?) levar a sério os donos que querem sê-lo de tudo? Do regime, da democracia, do pensamento, da política, do dinheiro, da norma, da lei, dos credos, da cultura, dos costumes?"

Tiago Dores escreve "Onde não está Marcelo?": "O super-poder do Presidente é um ouvido tão apurado que consegue escutar a frase 'Olha o passarinho' proferida em qualquer ponto do país. E quando o flash dispara é garantido que está no enquadramento".

Eu escrevo "Difamação! Calúnia! Perseguição!""Para o PCP, os jornalistas incómodos são 'preconceituosos', 'provocadores', 'ridículos', 'rasteiros' (pausa para respirar), 'insidiosos' e (o meu preferido, de longe) 'repugnantes'".

Maria João Marques escreve "Venturas e desventuras de Lisboa": "Mas as trotinetes não são uns instrumentos do demo apenas pelo abandono. Vemos por aí gente tonta de trotinete nas ruas em vez de nos passeios, muitas vezes (quando lhes é conveniente) em contramão".

André Abrantes Amaral escreve "Querem regionalizar? Comecem pelos impostos": "Sem impostos regionais os cidadãos votam em quem prometer mais e tiver boas relações em Lisboa. Sem impostos regionais não se responsabilizam nem os eleitos nem os eleitores".


Notícias surpreendentes

Já não há nada a fazer: os Óscares não vão ter apresentador este ano (é uma forma eficaz de evitar polémicas). A última vez que uma coisa dessas aconteceu foi há 30 anos  e não correu nada bem, como lembra a Marta Leite Ferreira.
 
Foi há 25 anos. Houve camisas de flanela, moches e um Kurt Cobain “ausente”, que pouco falou e passou horas sentado nos camarins com a companhia do cigarro. Músicos como Kalu e David Fonseca, jornalistas e organizadores contam como viram o concerto dos Nirvana em Cascais em 1994.

Depois de muitas polémicas (e de muitos leitores), Goop, o blogue de Gwyneth Paltrow, vai ter um documentário na Netflix. Os episódios devem ser lançados já no próximo outono.

 
Já sabe que foi lançado o Observador Premium, o novo programa de assinaturas do Observador. Pode saber aqui tudo sobre a forma de funcionamento das subscrições. 
Até já!

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