segunda-feira, 3 de julho de 2017

Tancos, SIRESP, offshores. Quantas polémicas tem um dia?

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
O ultimato ao Qatar chegou ao fim sem resposta - e acabou por serestendido por 48 horas esta manhã.  A lista de exigências “foi feita para ser rejeitada, não para ser aceite ou negociada”, respondeu ontem o ministro do Qatar. Os países do ultimato ameaçam já com novas sanções.
A América pôs pressão sobre Pequim, com o envio de um barco de guerra a Tritão, um pequena enclave no mar da China Meridional. É a terceira acção dos EUA visando que a China trave a ambição nuclear da Coreia do Norte, diz o El Pais
Um atentado matou 14 refugiados no Iraque, sendo a maior parte delas mulheres e crianças. Quase ao mesmo tempo, um incêndio destruiu um campo de refugiados sírios no Líbano, fazendo um morto.
E no fim, ganhou a Alemanha. O pragmatismo da jovem selecção germânica foi suficiente para vencer a Taça das Confederações, ajudado por um enorme erro defensivo do Chile. Quanto a Portugal, chegou ao pódio mas ficou a olhar para cima, na descrição feliz do Nuno Sousa.

Notícias do dia

Polémica 1: Tancos. Da investigação, nada se sabe - a não ser a lista certinha de material roubado, que foi divulgada em Espanha: a construtora que fez as obras diz que "o trabalho foi limpinho" e desconfia que "alguém abriu o portão de segurança"; a cerca só foi reparada em 1/3 do perímetro; os turnos não se fizeram por 20 horas.
Já no plano político, o cerco aperta-se: Passos diz que o Governo só serve para as "horas boas"; Cristas pediu audiência urgente a Marcelo, que finalmente disse para se investigar "até ao fim" (levantando uma suspeita internacional); o Bloco lá pede consequências políticas; e o ministro pode ser ouvido já na 4ª-feira na Assembleia. Para já, apenas cinco comandantes foram afastados, alegadamente, para se investigar melhor (causando mal-estar no Exército, que hoje reúne o conselho Superior para discutir o roubo, diz o DN).
Depois do roubo de Tancos, Costa foi de férias (alega o jornal i). E não sai o ministro, não se demite o CEME, nem se altera o estado de alerta no país. Como dizia o nosso Editorial, "seguramente porque havia um plano. Pelos vistos, funcionou".

Polémica 2: Pedrógão & o SIRESP. Aqui no PÚBLICO, continuamos à procura de dados sobre o SIRESP. E descobrimos este: como a Motorola passou de accionista a fornecedora privilegiada do sistema de comunicações de emergência (e quanto ganhou com isso). Há também este detalhe, que passa por um cinto, a mola e a queixa de um concurso feito à medida. Na TSF também há notícia, sobre o misterioso conselho de utilizadores do SIRESP que não reúne há dois anos. E no Negócios, sobre um estranho timing na mudança de uma lei.
Quanto ao incêndio de Pedrógão Grande, é fundamental ler dois textos da Teresa Firmino, que vêm de ontem: há indícios fortes de que um downburst tornou o incêndio avassalador; mas não caíram raios no sítio e à hora do início do incêndio. A PJ, mesmo assim, continua a investigar a árvore

Polémica 3, as offshores. A história está na nossa manchete: o software do fisco só teve “apagão” nas declarações dos offshores. Como explica o Pedro Crisóstomo, a tecnologia também era usada para tratar taxas liberatórias e valores mobiliários, mas aí não teve falhas. Em 2014, a IGF já contabilizava fluxos offshores muito superiores aos valores polémicos. Agora, omitiu a diferença. O PSD, mesmo assim, já tirou conclusões: está a exigir a Costa um "pedido de desculpas", diz a TSF.
Deixo-lhe mais algumas notícias desta manhã, só para não perder os títulos (e os textos, se quiser entrar):

A agenda de hoje
  • O Governo apresenta aos autarcas o Plano de Acção para reparação dos danos dos incêndios;
  • O ministro da Saúde reúne-se com sindicatos dos médicos, no dia em que começa o protesto dos enfermeiros especialistas aos partos;
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros recebe António Guterres, secretário-geral da ONU;
  • O Presidente da China, Xi Jinping, inicia uma visita à Rússia; 
  • Regressa ao trabalho a equipa do FC Porto, no Centro de Treinos PortoGaia.

Grandes leituras do P2

O PIDE que liga pelo Natal ao primeiro homem que viu torturar.Fernando Colaço foi um “insignificante” agente da PIDE. Lembra como teve colegas “criminosos” mas também “bons rapazes, pessoas normais”, como ele. Que quer muito que acreditemos que é possível ter-se sido bom, dentro da PIDE. Andou à procura de presos que viu torturar. Houve quem o tivesse ouvido. Respire fundo antes de começar a ler. Esta reportagem é da Catarina Gomes.
Será possível criar uma mente digital? No livro The Digital Mind, Arlindo Oliveira traça cenários em que os avanços tecnológicos podem mudar radicalmente a sociedade e até o conceito de humanidade. O Presidente do Instituto Superior Técnico reconhece que algumas das ideias abordadas no livro estão, na melhor das hipóteses, muito distantes e admite colocar vários problemas para os quais não tem resposta. Mas nem todos remetem para um futuro distante. Há questões que já estão a colocar-se hoje, como ele explicou ao João Pedro Pereira.
Luís Guerreiro, o "engenheiro das letras". Quando se fala nas gentes e cultura algarvias é dele que todos se lembram. A sua biblioteca reúne para cima de 2000 livros, uma abrangente colecção de história local e regional cujo bichinho começou à lareira, a ouvir o pai. Mas ele acha que o epíteto “engenheiro das letras” não faz bem o seu estilo. O Idálio Revez esteve à conversa com ele, abrindo a nossa série sobre Historiadores Amadores.

Só mais um minuto...

Qualquer Verão que se preze tem a sua lista de trendy foods, ou seja, alimentos que ficam sob os holofotes quando a palavra de ordem é emagrecer. Como não poderia deixar de ser, a hipervalorização dos seus efeitos é algo que agrada a quem vende e induz em erro quem compra. Quais são então os quatro alimentos mais sobrevalorizados deste Verão, Pedro Carvalho?
No ponto certo está a nova Fugas, cuja versão em papel foi agora renovada, a pensar no Verão que chegou. Se não teve oportunidade de comprar, posso pelo menos deixar-lhe a reportagem da Francisca (sobre as vidas de Sal que ainda percorrem Portugal), o texto da Alexandra sobre o argentino que trouxe o chá de volta a Lisboa, o da Mariana sobre este esconderijo à beira-rio com vista para dentro de nós e o da Andreia, em viagem por Goierri, onde bate um coração verde.
Agora é tempo de começar a viagem desta semana, certo de que será também uma aventura com final feliz. Nós ficamos por aqui, sempre atentos à actualidade. 
Dia bom, dia produtivo. Até já!

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