quarta-feira, 11 de abril de 2018

Bloco dá a Centeno até 6ª-feira para recuar

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
 
Bom dia! 
Estas estão as notícias desta madrugada:

Começou a formar-se uma coligação para responder a Assad. Paris, Londres, e talvez Riad podem juntar-se a Washington para reagir com armas ao ataque químico em Douma — só o como é que está em aberto, até porque é preciso ser eficaz sem entrar em confronto directo com a Rússia. Ontem, no Conselho de Segurança da ONU, o que se viu foi uma sucessão de vetos. Hoje será a vez de Trump dizer o que vai fazer. A agência que vigia o espaço aéreo europeu já fez um aviso às companhias de aviação, anuncia o El Pais.
Zuckerberg confirmou que o Facebook está a ajudar na investigação à Rússia. Melhor dizendo, no inquérito à interferência russa nas eleições americanas. A confirmação chegou na longa audição no Senado, de que lhe falarei um pouco à frente.
No Brasil, uma tentativa de fuga de prisão acabou em 20 mortes. Tudo começou quando um grupo armado tentou entrar na prisão para ajudar a uma fuga em massa.
Da Champions chegou uma super surpresao Barcelona foi eliminado outra vez dos quartos-de-final, mesmo depois de ter vencido por 3-0 na primeira mão da eliminatória contra a Roma. No outro jogo, o City ficou-se pela ameaça e caiu aos pés do Liverpool. 

O que marca o dia

O Bloco dá a Centeno até 6ª-feira para recuar na revisão do défice. Parece uma mudança de discurso no parceiro do Governo: os bloquistas dizem que está em causa o acordo do OE2018 e acusam o ministro das Finanças de comprometer "a estabilidade da maioria". As respostas terão que chegar em dois dias, com o Programa de Estabilidade, conta a Liliana Valente. O facto é que o Bloco já prepara legislativas: Catarina Martins quer revolução fiscal, acrescenta a Sónia Sapage.
Na guerra do défice, há um apoio socialista para o BE: o deputado Paulo Trigo Pereira voltou a juntar um grupo de economistas, para demonstrar como é possível fazer uma contenção orçamental mais moderada.
... e há um argumento tristemente visível no SNS: depois das notícias de ontem, o BE exigiu verbas imediatas para unidade pediátrica do Hospital S. João, que até a administração admite estar numa situação miserável. Lembrete: o hospital aguarda o financiamento de 22 milhões de euros aprovado há quase um ano.
Entretanto, há mais um foco de tensão à esquerdao PS vai chumbar o projecto do BE sobre reformas antecipadas. E a alternativa que o Governo mostrou nos bastidores não convence os bloquistas, acrescenta o Negócios.
Na habitação, registe uma esperança do Governoque a Fidelidade mude de ideias sobre os inquilinos que está a afastar dos seus prédios em Loures.
... E uma novidade a caminho: o executivo quer acabar com cauções e fiadores no arrendamento, anunciou a secretária de Estado ontem no Parlamento - de acordo com o jornal i.
Falando em património, os políticos vão estar mais vigiadosAté mesmo os consultores do Governo para as privatizações, conta a Maria Lopes.
E depois há o SportingJosé Maria Ricciardi retirou o seu apoio a Bruno de Carvalho (diz o próprio ao Record). E a oposição ao presidente já só tem um nome em cima da mesa: é hora de convencer Rogério Alves a avançar, explica o Marco Vaza aqui no PÚBLICO. Mas vai ser preciso ir a votos, porque o actual presidente não sai (e agita já um fantasma financeiro).

Ler mais devagar

1. Zuckerberg pediu desculpas e até concordou com alguma regulação. Foi uma audição para a história, a do fundador do Facebook, ontem no Senado dos EUA. E foi vista como um duelo entre o poder político de Washington e os ideais da tecnologia de Silicon Valley. A verdade é que naquelas cinco horas houve pontos de acordo, conta o João Pedro Pereira. Mas insuficientes para convencer muitos senadores - pelos dois tiros no Facebook dos últimos meses; e pelo longo historial de desculpas de Zuckerberg. Para pormos tudo em perspectiva, convém frisar isto: do lado de fora do congresso, muitos desconfiam, mas não saem.
2. Há uma empresa à procura dos accionistas para dar 2,5 milhões. A SPE, que é controlada pelo Estado português e explorava diamantes em Angola, está em fim de vida e a distribuir 77 milhões de euros. Mas nem todos os investidores estão a reclamar o seu dinheiro. A história, que não é de La Fontaine, é contada pelo Luís Villalobos.
3. A "batalha naval" no cérebro para controlar sintomas de Parkinson. Mais de 950 portugueses têm eléctrodos no cérebro. O número de doentes operados por ano está estagnado desde 2009, por falta de orçamento. Hoje é o Dia Mundial da Doença de Parkinson e a Margarida David Cardoso fez esta reportagem.
4. Em São Paulo a arte portuguesa é para ser pisada. Duas das quatro galerias nacionais na 14ª SP-Arte não têm mais de seis meses. E levam artistas de 26 anos, sinalizando uma nova dinâmica no sector. Só a turbulência do Brasil terá refreado uma presença mais forte na edição que hoje começa, conta a nossa enviada especial, Isabel Salema

A agenda de hoje

No Parlamento discutem-se as reformas antecipadas, com a esquerda a pressionar uma solução para outras carreiras longas. E também a situação no SNS, com Mário Centeno chamado a explicar os constrangimentos financeiros, enquanto os sindicatos protestam à frente do Ministério da Saúde.
António Costa está em Londres, para falar com investidores. Marcelo foi ao Egipto, para uma visita de três dias. Rui Rio ficou por cá - e hoje promete falar no congresso da CIP sobre  “Portugal para lá do curto prazo”.
Lá fora, Mark Zuckerberg vai agora ser ouvido no Congresso, depois das cinco horas de ontem no Senado. Enquanto Trump diz ao mundo o que vai fazer contra Assad e as suas armas químicas. 
Já no futebol, fecham os grandes duelos dos quartos-de-final da Champions: hoje há R. Madrid-Juventus e um Bayern-Sevilha. 
Por hoje é tudo.
Que, apesar da chuva, o dia seja feliz e produtivo.
Até amanhã!

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