quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Mercados rurais juntam MITADER, FIDA e Gapi

Foto de Fim de Semana
O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento da Agricultura (FIDA) anunciaram o lançamento da segunda fase do Programa de Promoção dos Mercados Rurais (PROMER), que vai abranger 15 distritos da região norte.
À Gapi foi confiada a missão de prover assistência técnica aos produtores de seis distritos, facto que esta instituição financeira de desenvolvimento vai complementar com a introdução da componente financiamento, tal como na primeira fase, na qual mobilizou recursos adicionais na ordem de 1.8 milhões de meticais, para facilitar o acesso a serviços financeiros nas zonas rurais.
O anúncio do lançamento da segunda fase foi feito pelo director nacional do Desenvolvimento Rural, Olegário Banze, durante a realização de um seminário nacional, que marcou o arranque das actividades desta fase que cobrirão o triénio 2019-2021. Na ocasião, Banze referiu que duas outras organizações locais serão responsáveis pela implementação nos restantes distritos.
“Notámos que havia necessidade de consolidar os feitos do programa, pois nem todas as organizações conseguiram atingir bons níveis de organização interna, nomeadamente no que diz respeito ao registo, à gestão, à contabilidade, entre outros factores. Portanto, o nosso objectivo é capacitá-las e torná-las fortes para que, no fim, sejam capazes de trabalhar de forma independente”, explicou Olegário Banze.
Por seu turno, o representante do FIDA em Moçambique, Custódio Mucavele, frisou que um dos objectivos deste programa é incentivar os produtores a aumentarem os seus níveis de produção e produtividade.
“Através deste programa está a ser possível estabelecer a ligação entre os produtores e os mercados (de insumos e excedentes) e isso tem sido um incentivo não só para o aumento da produção e da produtividade, mas também da renda”, realçou Custódio Mucavele.
Tal como referido, esta fase é de consolidação da primeira, que abrangeu 500 organizações de produtores e facilitou a venda de cerca de 20 mil toneladas de produtos agrícolas diversos, através dos mais de 1.100 contratos assinados entre empresas e agricultores, tendo gerado uma renda bruta de sete milhões de dólares para os produtores. Foram, igualmente, apoiados 225 comerciantes rurais na provisão de insumos e comercialização de produtos agrícolas.
De acordo com a coordenadora do PROMER, Carla Honwana, de 2009 a esta parte, os beneficiários do programa conseguiram triplicar os volumes de produção anual e colocá-la no mercado. “Introduzimos um hábito que consiste em os produtores, organizados em associações, venderem a sua produção com base em contratos. Neste momento, temos uma média de 300 contratos anualmente, o que permitiu que o volume de produtos comercializados também aumentasse, situando-se em cerca de quatro mil toneladas por ano”, disse a coordenadora.
Relativamente à nova fase, Carla Honwana referiu que, por se tratar de consolidação, não se pretende abranger mais beneficiários: “Vamos ajustar a nossa abordagem para que os resultados sejam ainda melhores. Por exemplo, introduzimos a facilitação da atribuição do DUAT (Direito do Uso e Aproveitamento de Terra) para facilitar o acesso ao financiamento, bem como o apoio mais sistemático às organizações do nível superior, nomeadamente os fóruns e as uniões”.
Tal como referido, nesta segunda fase, a Gapi vai trabalhar em seis distritos com 313 beneficiários directos do projecto: 90 comerciantes rurais e 220 organizações de produtores, abrangendo directamente cerca de 3.500 famílias.
Conforme explicou o presidente da Comissão Executiva da Gapi, António Souto, “a assistência técnica permite organizar os produtores para que tenham mais acesso a novas tecnologias e a mercados, bem como dotar as suas próprias organizações de maior capacidade negocial”.
“Existem muitos produtores organizados em associações, cooperativas e em outros tipos de instituições que melhoraram a capacidade de compra de insumos e de venda dos seus produtos”, acrescentou António Souto.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

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