sexta-feira, 9 de junho de 2017

360º - O tiro de Theresa May saiu pela culatra. O Brexit está em risco. Vem aí uma "contraption" dos trabalhistas?

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
... o Reino Unido voltou aos psicodramas eleitorais: os conservadores perderam a maioria absoluta, o parlamento acabou "pendurado" e o Brexit arrisca-se a ficar congelado (o comissário europeu Gunther Oettinger já admitiu que as negociações não terão início no dia 19, como planeado). O Edgar Caetano explica o que é que tudo isto quer dizer.

E Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas: deve rir ou chorar? Motivo para rir: toda a gente achava que ele ia ser humilhado, mas afinal a humilhada foi May. Motivo para chorar: apesar de tudo, este é um dos piores resultados de sempre do partido. Motivo para dar uma gargalhada: se conseguir juntar partidos suficientes, Corbyn pode montar uma coligação que lhe permita governar. É um grande "se", mas, em tese, seria possível montar uma "geringonça" britânica. (Não precisa de perguntar porque o João de Almeida Dias já foi ao dicionário: a tradução é "contraption").

Temos, portanto, um parlamento "pendurado". O que é que isso quer dizer e que implicações pode ter é uma coisa que o João Francisco Gomes explica muito bem aqui.

Foi uma noite de choque e espanto. A equipa do Observador que esteve a madrugada toda a seguir o processo eleitoral, em Lisboa e em Londres, acompanhou ao milímetro o ar de surpresa dos políticos e comentadores britânicos. No Twitter, também foram horas animadas, com uma enchente de memes a gozar com a situação.

A situação política continua indefinida. Theresa May fala às 10h da manhã e falta saber se a primeira-ministra consegue manter o lugar (os jornais ingleses não são nada meigos e o Telegraph, por exemplo, já fez uma lista de possíveis sucessores). O Observador está a seguir os acontecimentos ao minuto, com um liveblog em permanente atualização.


Informação relevante
Tinha que acontecer: um dia, a esquerda iria irritar mais António Costa do que a direita. Foi ontem. No debate quinzenal, no parlamento, as rendas da energia, a educação e o futuro da "geringonça" puseram BE e PCP ao ataque e o primeiro-ministro à defesa. Costa até desabafou: "Não é verbo de encher aquilo que estamos a fazer". A Rita Tavares e o Miguel Santos Carrapatoso dão todos os detalhes.

Na crónica do debate, o Vítor Matos escreve sobre "a ameaça dialética do PCP à 'geringonça'”. E pergunta: "Será só bluff?"

Fomos fazer dois Fact Checks ao que foi dito no parlamento:

Depois do debate quinzenal, Mário Centeno foi prestar declarações à comissão sobre a nomeação e a demissão da administração da Caixa. Confirmou que o tema das declarações de património foi abordado com António Domingues -mas, garante, só de forma "ocasional" e não “central”.

O plano de combate ao crédito malparado já foi comunicado aos bancos. Não há banco mau, nem um veículo autónomo. Fica tudo dentro dos balanços, mas a sua gestão passa a ser integrada.

O ex-diretor do FBI foi ouvido no Senado durante 2h45. Acusou Trump de mentir, mas evitou o mais grave: não disse que o Presidente o mandou expressamente parar qualquer investigação e não quis falar em obstrução à justiça. Foi uma tarde intensa, que se resume assim: houve dois ataques, três defesas e duas revelações.

A polícia inglesa deteve esta madrugada um homem suspeito de estar envolvido no atentado terrorista do último sábado, na Ponte de Londres. Hoje de manhã decorriam buscas em alguns locais.

Sérgio Conceição foi apresentado oficialmente como treinador do FC Porto:


A nossa Opinião

Diana Soller escreve sobre terrorismo: "Se estamos preparados para aceitar que o terrorismo é um fenómeno global no que toca aos atacantes, estamos menos preparados para ver o terrorismo como um fenómeno global no que respeita às vítimas".

João Pires da Cruz escreve "Agora foi o Popular": Ninguém ainda aprovou que Portugal fosse absorvido pela UE, ninguém aprovou o fim da República Portuguesa, ninguém decidiu que o sistema bancário português pudesse ser extinto a favor do estrangeiro.


Os nossos Especiais

Mallu Magalhães tem um novo álbum - "Vem" - e falou com a Rita Dinis sobre o que mudou nestes anos (ela começou na música aos 15 e só tem 24): “Este disco tem os sonhos que os outros não tinham”.


Notícias surpreendentes
O hip hop ganhou, Miguel seduziu e o Parque dançou - foi assim, numa frase, o primeiro dia do Primavera. Houve quatro concertos que nos fizeram parar:
  • Samuel Úria foi o primeiro (e o número fica-lhe bem);
  • Miguel deu um concerto de cama e revolução;
  • Os Run the Jewels valem ouro, daquele pesado;
  • Os Justice fecharam a noite como tinha de ser: com toda a dança que tinham no cabedal.
E fora do palco, como é que as coisas correram? A roupa, os cabelos, os acessórios, as tatuagens e os piercings não nos desiludiram, como pode ver nesta fotogaleria.
Manuel Alegre venceu o Prémio Camões. O poeta reagiu afirmando que era "natural". Ao DN, disse que "até podia ter sido mais cedo".

Ao fim de 30 anos, a Playboy recriou sete das suas capas mais icónicas. Digamos apenas que o Photoshop faz maravilhas.

Vêm aí os arraiais e é preciso escolher: mais tradicionais ou mais alternativos? Nós temos uma lista bem grande e ainda um mapa interactivo para ajudar.

Mas, antes de chegar a noite para ir aos arraiais, vai acontecer muita coisa. No Reino Unido vai haver mais surpresas de certeza - pode confirmá-las aqui, como sempre.
Até já!
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