segunda-feira, 26 de junho de 2017

O Cerejo investiga as creches// As novas do Simplex// Pedrógão e as florestas

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 

Um barco turístico com 150 pessoas naufragou na Colômbia - aparentemente sem coletes salva-vidas. As operações de salvamento não conseguiram evitar a morte de seis pessoas.
A polícia turca usou cães e balas de borracha contra uma marcha gay. O autarca de Istambul proibiu-a, alegando razões de segurança. Foram detidas dezenas de pessoas.
Um incêndio no Sul de Espanha obrigou a tirar 2000 pessoas de casa - mas, para já, com sucesso. As operações de combate ao fogo continuam por esta hora. 

Notícias do dia

A nossa manchete de hoje é uma investigação do José António Cerejo: as creches financiadas pelo Estado podem admitir só crianças ricas - e nem a opinião crítica da actual secretária de Estado conseguiu mudar as regras. Até agora, pelo menos. A verdade é que cada IPSS cobra o que quer. E a Segurança Social não revela o número de instituições às quais retirou o estatuto (entre 7500 infracções detectadas em IPSS). 
As melhores novidades do dia vêm do Simplex. A São José Almeida fez uma síntese do que vem aí para nos facilitar a vida (pagar impostos por cartão de crédito, localizador de chamadas para o 112, agendamento online na Justiça, etc. etc). E destaca uma notícia, de entre todas: o Governo quer que as provas de aferição do 8º ano sejam feitas online.
Não nos esquecemos de Pedrógão: a Associação da GNR denuncia hoje que quase não havia meios de prevenção no concelho, no sábado fatídico (diz a TSF); aqui no PÚBLICO, avançamos que a verba para bombeiros só chegou dois dias após início do fogo de Pedrógão; o JN anota uma exigência dos autarcas para casos de catástrofe; e o Negócios avisa que os accionistas do SIRESP já recebem dividendos do sistema da polémica. No terreno, está concluída a entrega dos corpos das vítimas às famílias - e vai a meio caminho a contabilidade dos prejuízos materiais. Já no plano político, Passos pôs a mira na ministra da Administração Interna e Jerónimo... deixa conclusões para mais tarde, avisando que não está a gostar de ver tantas coincidências ao centro. Sim, há mais para ler, mas já lá vou (se me permitir).
Lembra-se da polémica dos Jerónimos? O PÚBLICO foi investigar e chegou à conclusão de que os alugueres ainda contam pouco nas receitas do património - 2%, precisa o Luís Miguel Queirós. E acrescenta o Sérgio C. Andrade, para quem esteja interessado: o preço dos alugueres pode ir dos 50 aos 40 mil euros. Face às polémicas que temos conhecido, o Presidente da Aliança Regional Europeia do Conselho Internacional dos Museus, Luís Raposo, conclui assim: "Tout va très bien, senhor ministro" (ler com ironia).
Nas últimas horas vieram novidades muito diversasmais um quase-acidente entre um avião e um drone em Lisboa (o sexto caso num mês);

Falando na banca: em Itália há dois bancos a fechar portasmas o Governo evitou a resolução. Sobre isto, vale a pena ler o Ricardo Cabral explicar por que esta é uma decisão sui generis.
Sui generis parece também esta história, contada hoje pelo Observadorum negócio de 1,4 milhões de ex-director-geral da Energia com a EDP? O DCIAP investiga.

Pedrógão e outras leituras

1. O nosso pesadelo florestal. Durante um século, Portugal foi um dos países do mundo onde a floresta mais cresceu. Nos últimos 25 anos, Portugal foi um dos países do mundo que mais floresta destruiu. O sonho dos anos 1980 previa um futuro onde a natureza e a economia se sustentariam. Hoje não sabemos como travar o pesadelo. O Manuel Carvalho pegou nos dados e fez um autêntico tratado sobre o assunto mais importante do ano, começando numa ilusão circunscrita. Foi a nossa capa de ontem do P2, mas está aqui para que ninguém o perca de vista.
2. Quem lá foi não esquece. Quem lá vive não tem o poder de não se lembrar. É assim que a Liliana Valente fala sobre os dias que nunca lhe vão sair da cabeça, nem da alma. Daqueles que esteve em Pedrógão e nos concelhos à volta, a escrever e a sofrer com o que viu. É um murro no estômago, é uma dor de alma. Mas, lendo bem, é uma maneira de homenagear os que por lá ficaram. É assim, não é Liliana?
3. “Nós, os que ficámos vivos, também morremos um pedaço”. Quem voltou lá, uma semana depois de andar pelo meio do fogo, foram a Natália Faria e o Adriano Miranda. A reportagem deles é para ler, não dá para resumir.
4. E para lá de Pedrógão? na edição de hoje trazemos-lhe uma entrevista ao escritor austríaco Robert Menasse, que se apaixonou pela democracia europeia (contra as suas expectativas); outra a Jeffry Frieden, professor na Universidade de Harvard, mais centrada no maior desafio do euro (o político); temos também um trabalho sobre uma dúvida perturbadora - o passado foi exorcizado no exército alemão?; e uma reportagem sobre o Bairro da Torre, que tem uma galeria de arte nas paredes (e jovens que lhe querem mudar a cara). 

A agenda de hoje
  • Fernando Medina apresenta a sua candidatura à Câmara de Lisboa. Ontem, no P2, a São José Almeida falou com ele, com os amigos e os críticos e escreveu este texto: o “menino de ouro” do PS vai provar o que vale em eleições;
  • A TAP faz levantar voo um avião com o design das origens da empresa; 
  • Os banqueiros centrais da zona euro juntam-se em Sintra, para pensar para além da espuma dos dias (e o Vítor Costa escreveu sobre isso no Editorial); 
  • Os Aerosmith vêm a Lisboa dar um concerto;

Só mais um minuto...

Porque ninguém aguenta só coisas muito sérias, aqui fica uma lista diferente, com os 10 entertainers mais influentes das redes sociais. Claro que sim, estão todos no YouTube. E juntos têm uma audiência de 73,6 milhões de subscritores.
E falando em entertainment... acredita que os fumadores que fumam mais cigarros vivem mais anos? Este artigo de um neurocientista português em Londres fala-nos disso - e de outros contorcionismos estatísticos.
Desafiante, mas muito a sério, acabo a dar-lhe música (literalmente). O Nuno Pacheco chama-lhe "a bênção do violão que dança e ri". E como eu não vejo melhor maneira de começar o dia, o que lhe recomendo é que vá atrás desta sugestão, numa loja ou no Spotify.
Daqui segue um abraço, também um sorriso (ligeiramente sonolento, confesso). Depois do café, aqui estaremos, pronto a actualizar as notícias. Dia produtivo, dia feliz. Até já!

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