Das boas e das más notícias

Diogo Queiroz de Andrade, Director adjunto

Olá bom dia!

Há manhãs em que, por mais que se acorde bem disposto, a actualidade insiste em não se pôr de acordo com um espírito positivo. E hoje parece ser um desses dias... Vamos a uma ronda rápida da informação diária, que tem mesmo de começar pelas

Más notícias

Na nossa manchete de hoje a Liliana Valente conta que os seis helicópteros Kamov que fazem o combate aos incêndios estão todos parados. Três estão avariados, dois estão em manutenção há vários meses e o último que estava funcional foi ontem impedido de voar depois de uma inspeção. E, como estes aparelhos têm dado muito trabalho à justiça, fica também o ponto de situação dos processos em tribunal.

Do céu vamos para a água do rio Tejo, onde o Ministério Público investiga um dos mais graves crimes ambientais dos últimos anos alegadamente relacionados com a Celtejo, a papeleira de Vila Velha de Ródão. E convém recordar que esta é a mesma empresa que moveu um processo ao ambientalista Arlindo Marques pelas denúncias que este fez sobre poluição no Tejo.

E o caso que noticiámos ontem de uma acusação ao reitor da universidade Fernando Pessoa é acompanhada de uma investigação a crimes fiscais no mesmo estabelecimento de ensino, como conta a Mariana Oliveira.

E hoje ficamos também a saber que a nova definição de Pequena e Média Empresa que será adoptada pela União Europeia pode vir a prejudicar as empresas portuguesas. E a indústria alemã de automóvel continua a ser posta em causa, como se vê pela revelação de que usaram cobaias humanas nos testes a emissões de gases.

Passando para a conservação da natureza, continuamos com notícias que mexem no nosso ego – especialmente porque não há resposta clara para a recusa dos abutres espanhóis em passar para o lado de cá da fronteira.

E o resultado do jogo do Benfica de ontem também não deixou ninguém satisfeito: os adeptos dos encarnados porque se atrasaram na corrida pelo primeiro lugar, e os adeptos dos outros grandes porque já contavam com uma derrota do rival que se transformou em empate mesmo no final do jogo. Já chega disto, vamos em busca das

Boas notícias

Não são muitas mas ainda as há. A melhor de todas é que está tudo a postos para fazer migrar a coleção de Fotografia Contemporânea do Novo Banco para Coimbra, mais concretamente para o Convento de São Francisco. Também é bom saber, graças à São José Almeida, que o Governo está a fazer um esforço para eliminar 2300 leis que estão obsoletas, num esforço de melhoria da qualidade administrativa de que bem precisamos.

A situação no Sena deve melhorar hoje, depois das cheias que deram origem a imagens surpreendentes na capital francesa. Já na Irlanda, foi anunciada a realização de um referendo sobre o aborto – no país que é o mais restritivo da União Europeia e onde é ilegal pôr fim à gravidez mesmo que esta seja fruto de uma violação.

Num registo mais kitsch, mas ainda simpático, fique a saber que Lisboa já é oficialmente a cidade da Eurovisão: conta o Rodrigo Nogueira que Kiev passou ontem as chaves do concurso à cidade que vai organizar o espectáculo deste ano.

Na expectativa

vamos ficar atentos, à procura de boas (e más) notícias no dia de hoje. A actualidade tem sempre o condão de nos surpreender e no ritmo do dia há muita coisa interessante a acontecer. Da agenda conhecida, há muito para onde olhar: continuam a decorrer processos importantes nos tribunais, há mais números sobre produção legislativa e há um país inteiro, aqui mesmo ao lado, a suster a respiração para perceber o que vai acontecer na tomada de posse do seu governo.

Antes de me despedir, duas sugestões: o nosso podcast Catinga, que junta o artista Nástio Mosquito ao jornalista Vítor Belanciano, é esta semana dedicado ao duche e vale mesmo a pena ser ouvido. Já em língua inglesa, fica uma entrevista na The Atlantic à produtora da extraordinária série Planeta Azul II (que passa na RTP1 aos domingos), sobre as dificuldades de filmar no oceano profundo, em que se discute tecnologia, ciência e televisão.

Uma promessa: Amanhã há mais. Outra: até lá, estaremos o tempo todo por aqui. Até já.