quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

PAÍS | INEM abre inquérito interno após morte de Carlos Amaral Dias em ambulância

Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) emitiu esta quarta-feira um comunicado sobre a morte de Carlos Amaral Dias, que faleceu esta terça-feira
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) decidiu abrir um inquérito após morte de Carlos Amaral Dias numa ambulância, adiantou a entidade em comunicado.

"Na manhã de ontem [esta terça-feira], o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) recebeu uma chamada encaminhada pela Central 112, com um pedido de socorro para um homem de 73 anos com queixas de dificuldade respiratória. Tendo em consideração os sinais e sintomas referidos pelo contactante e após realizar a respetiva triagem clínica, o CODU acionou imediatamente uma Ambulância de Socorro dos Bombeiros Voluntários (BV) do Beato", escreveu o Conselho Diretivo do INEM. "Após análise da informação disponível relativamente a esta ocorrência, o Conselho Diretivo do INEM determinou a instauração, no imediato, de um processo de inquérito", pode ler-se.

Esta decisão surge depois de ter sido veiculado em alguma comunicação social que a morte do psicanalista ocorreu quase duas horas depois de este ter ligado para a linha de emergência médica.

Médico, psicanalista, professor universitário e autor, Carlos Amaral Dias era até há um mês o diretor do Instituto Superior Miguel Torga, cargo que abandonou nessa altura a seu pedido, depois de mais de duas décadas à frente da sua direção.

Carlos Augusto Amaral Dias nasceu em 1946, em Coimbra, cidade onde se formou em Medicina, tendo-se especializado depois em psiquiatria. Em 1981 doutorou-se, sempre na Universidade de Coimbra, com uma dissertação sobre a influência dos fatores psíquicos e sociais no desenvolvimento de toxicomania.

Diretor do Instituto Superior Miguel Torga durante mais de duas décadas, foi também professor catedrático da cadeira de Psiquiatria Dinâmica na Universidade de Coimbra. Foi ainda presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise e da Sociedade Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo, dirigiu a Revista Portuguesa de Psicanálise, e ocupou igualmente o cargo de vice-presidente Academia Internacional de Psicologia.

Teórico conceituado e investigador na área da toxicodependência, foi também conferencista, atividade que o levou a diferentes cidades do mundo, como Roma, Nova Iorque, São Paulo ou Barcelona.

Autor de mais de uma dezena de livros centrados na psicanálise, na psicologia e nas relações humanas, como "O Obscuro Fio do Desejo", Teoria das Transformações" ou "Capturando as Linhas da Psicopatologia Borderland, Estados-limite", Carlos Amaral Dias escreveu também artigos para diferentes revistas da especialidade, como a Revista Portuguesa de Psicanálise e a Análise Psicológica, e foi autor e coautor de programas na TSF entre 1990 e 2003. Entre eles, "O Inferno Somos Nós" e "Freud e Maquiavel".

Pai da psicóloga e ex-deputada Joana Amaral Dias e do gestor Henrique Amaral Dias, o psicanalista dirigiu e participou em diversos programas radiofónicos, como "O Inferno Somos Nós" e "Freud e Maquiavel", na TSF, ou "Alma Nostra", na Antena 1.

Fonte: DN

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