domingo, 21 de março de 2021

Manuel Machado diz que o que aconteceu com Jorge Alves não podia nem devia ter acontecido

O contrato entre os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) e a uma empresa que tinha como associado um filho do vereador Jorge Alves, também presidente daquela estrutura, não "podia, nem devia ter acontecido", disse hoje o presidente da Câmara.

"O que aconteceu com o presidente do Conselho de Administração (CA) dos SMTUC, é uma coisa que não podia nem devia ter acontecido. E porque não devia ter acontecido, de imediato foram tomadas providências e Jorge Alves apresentou renúncia ao mandato, que foi imediatamente aceite", disse Manuel Machado à agência Lusa.

Ao mesmo tempo, recordou Manuel Machado, "foi feita comunicação ao Ministério Público, porque é indispensável que seja feita, que agora fará as suas averiguações e o que demais entender".

Pela minha parte, imediatamente que soube o que não sabia de todo, tomei as diligências necessárias e, detetado o que aconteceu, o vereador renunciou. É uma situação que obviamente não podia acontecer", sintetizou.

Agora, os "transportes estão em atividade normal, o CA está em funções e vai-se avaliar a forma de se reajustar, se necessário. Os SMTUC podem ter dois ou três administradores e, como se pode observar, a atividade continua e tudo está a avançar. O serviço público continua sem problemas", garantiu.

A 02 de março, dias depois de Jorge Alves ter renunciado, a Procuradoria-Geral da República instaurou um inquérito para averiguar as alegadas adjudicações feitas pelo vereador Jorge Alves.

Questionada pela agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República confirmou que foi instaurado um inquérito que "corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] Regional de Coimbra".

A oposição exigiu esclarecimentos relativamente à demissão do vereador, apontando para alegadas adjudicações nos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), quando Jorge Alves era membro do seu conselho de administração, que integrou como vogal desde 2013 e que presidiu desde o final de 2017.

O movimento Somos Coimbra apontou para ajustes diretos por parte dos SMTUC à empresa STRA, S.A., alegadamente administrada por um filho do vereador, num valor global de mais de 200 mil euros, "sempre por ajuste direto".

Também o PSD exigiu "explicações imediatas e cabais" ao presidente da Câmara de Coimbra sobre o assunto.

A CDU defendeu a realização de um "rigoroso inquérito" aos atos praticados por Jorge Alves, "apurando todos os eventuais ilícitos, com participação às autoridades judiciais".

Lusa

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